

Pesquisadores da Universidade Swansea Medical School, no País de Gales, revelaram no Festival Britânico de Ciência deste ano que um simples exame de sangue pode identificar o câncer antes mesmo de os sintomas aparecerem. Os cientistas compararam o teste a um detector de fumaça, pois o teste não identifica o câncer em si, mas sim as alterações celulares de quando o câncer está presente.
O exame seria um grande avanço para monitorar pessoas com maior risco de ter a doença, sendo a detecção precoce algo essencial para um tratamento bem-sucedido. "O velho ditado de 'onde há fumaça, há fogo' também se aplica a 'não há câncer sem mutação', sendo a mutação a principal causa do desenvolvimento do câncer", explica o professor Gareth Jenkins, líder do estudo.
Os pesquisadores alegaram que o diagnóstico precoce seria peça-chave para as taxas de sobrevivência. Eles trabalharam ao longo dos últimos 4 anos, estudando 300 pessoas saudáveis, pacientes com sinais de pré-câncer e câncer de esôfago.
O teste, que detecta mutações em proteínas na superfície dos glóbulos vermelhos constatou que, em pessoas saudáveis, o número de mutações é, em média, cinco por milhão. Já entre aqueles que possuem câncer, a taxa pode ser de 50 a 100 mutações por milhão.
"O benefício da mutação de células do sangue é que elas podem ser monitoradas de forma simples, eficiente e não invasiva", disseram os cientistas em um comunicado divulgado pela pesquisa. Os pesquisadores agora investigam se o câncer pancreático pode ser detectado da mesma forma e buscam financiamento para prosseguir com os trabalhos.
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A doutora Áine McCarthy, oficial de informação científica do Cancer Research UK ressaltou que novas formas de detectar o câncer precocemente são melhores para a sobrevivência e lembra que estudos de grande escala precisam de confirmação de resultados para que o teste possa ser utilizado na prática clínica.