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Por se tratar de uma doença crônica e multifatorial, é importante que pessoas com obesidade recebam tratamento adequado1. Mas, afinal, o que é considerado obesidade? A doença se caracteriza quando o Índice de Massa Corporal (IMC) está acima de 30. Embora atinja ambos os sexos, nas mulheres o problema pode ter um impacto grande em diferentes fases da vida, como na idade reprodutiva, na meia-idade e, sem dúvida, também na terceira idade.
Abaixo, veja algumas implicações da obesidade nas diferentes fases da vida e o que é possível fazer para reverter essa questão.
Idade reprodutiva
Nessa fase importante para a mulher que deseja ser mãe, a obesidade pode trazer diversas complicações, sendo que elas podem acontecer desde antes da concepção ou até mesmo na vida futura do bebê2.
Uma das complicações para a mulher que tem obesidade e está tentando engravidar é a infertilidade. Isso porque o excesso de gordura corporal interfere em uma série de fatores no organismo, principalmente no aumento da resistência insulínica que, por sua vez, pode atrapalhar e até mesmo inibir a ovulação3. Sem ovular, a mulher não consegue engravidar.
Durante a gestação a obesidade pode impactar tanto a mãe como o bebê, aumentando - entre outras questões - o risco de malformações no tubo neural, possivelmente pelo fato de a absorção de alimentos com folato (ou a ingestão de ácido fólico) ser prejudicada pelo excesso de gordura corporal2.
Além disso, há risco de diabetes gestacional e de pré-eclâmpsia, que são duas complicações graves nesse período gestacional2.
E as consequências podem perdurar depois da gestação: sabe-se que a obesidade materna pode predispor os filhos a um maior risco de desenvolver obesidade no futuro, com todas as consequências que isso pode trazer2.
Meia-idade
É ainda mais fundamental fazer um tratamento para a obesidade nessa fase da vida, já que muitas das mudanças de estilo de vida podem trazer diversos benefícios que vão permanecer até a terceira idade. O problema é que é justamente nessa época que as mulheres costumam apresentar aumento de peso.
Essa é a fase, portanto, para continuar cuidando bem da saúde, já que é importante preparar o corpo para as décadas posteriores. A obesidade na meia-idade aumenta o risco de hipertensão arterial, questões de mobilidade, entre outros problemas4.
Terceira idade
Ganha saúde quem elimina o excesso de gordura corporal, já que em demasia ele diminui a expectativa de vida e também atrapalha nas funções do dia a dia, reduzindo a mobilidade física5.
Muitas doenças mais frequentes na terceira idade, como hipertensão arterial e diabetes tipo 2, podem aumentar ainda mais o risco de problemas cardíacos quando associadas à obesidade. Além disso, muitas dessas doenças podem ser provocadas pelo excesso de gordura corporal5.
É por isso que - não importa a idade - é importante buscar ajuda para tratar a obesidade e entender de uma vez por todas que ninguém é impactado pela obesidade por falta de vontade. Ela é, sim, uma doença crônica e necessita de tratamento.
Tratamento
Vale lembrar que uma mudança de estilo de vida - como o incentivo à boa alimentação e prática de exercícios físicos - é um excelente ponto para o tratamento da obesidade, mas muitas vezes não é suficiente. A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e de fato complexa, que exige abordagens diferenciadas para que o objetivo de eliminar o excesso de gordura corporal seja alcançado6.
Esses esforços envolvem diversas frentes além de estilo de vida, como medicações específicas, cirurgia bariátrica e acompanhamento psicológico, pois muitas vezes a obesidade pode acontecer - ou se agravar - em consequência de alterações emocionais6.
O ideal, portanto, é sempre buscar ajuda e jamais desistir do tratamento. Conversar com o médico é fundamental para entender o melhor caminho a seguir, bem como receber o apoio de nutricionistas, psicólogos e educadores físicos e, quando estiver no tratamento, compreender que ele pode apresentar obstáculos, mas que a persistência na adesão aos recursos terapêuticos é o que fará atingir o objetivo maior: mais saúde.
Para saber mais sobre como a obesidade impacta a saúde é importante consultar sites confiáveis e com informações seguras, como o Saúde Não Se Pesa. Clique aqui para ter acesso a mais informações e cuide da sua saúde.
Referências:
1 - Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Revista de Nutrição. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext & pid=S1415-52732004000400012 Acesso em 19 de novembro de 2020.
4 - Nagarkar AM, Kulkarni SS. Obesity and its Effects on Health in Middle-Aged Women from Slums of Pune. Journal of Mid-Life Health. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6006801/ Acesso em 19 de novembro de 2020.
5 - Marquesa APO, Arruda IKG, Leal MCC et al. Envelhecimento, obesidade e consumo alimentar em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232007000200231&script=sci_arttext&tlng=pt Acesso em 19 de novembro de 2020.
6 - Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 4ª edição. Abeso. Disponível em: https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf Acesso em 19 de novembro de 2020.
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