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Um estudo australiano identificou o mecanismo extremamente preciso para diagnóstico precoce de autismo em bebês. O resultado da pesquisa foi publicado no periódico científico JAMAOpen no último dia 11.
Com o intuito de avaliar a funcionalidade dos chamados SACS-R e SACS-PR - siglas em tradução livre para o português para "Atenção Social e Vigilância de Comunicação-Revisado" e "SACS na Pré- Escola"-, o estudo teve como foco o autismo em crianças e bebês.
Para isso, foram analisadas mais de 13 500 crianças de 11 a 42 meses. Entre os bebês de 11 a 24 meses que participaram do estudo e que foram submetidos ao SACS-R, o que se verificou foi o diagnóstico de autismo em 83% dos casos em algum momento posterior à pesquisa. Nesse mesmo grupo, quando aplicados à ferramenta SACS-PR, o diagnóstico de autismo chegou a 96%.
Nesse sentido, os pesquisadores concluíram que essas duas ferramentas carregam altos índices de precisão para a identificação do autismo em bebês e crianças, o que indica a utilidade desses dois mecanismos para o diagnóstico do quadro ainda em sua fase precoce.
Como é o diagnóstico para autismo?
Atualmente, o diagnóstico para autismo é feito a partir de triagens com diferentes profissionais e testes. O modelo SACS é um deles e avalia, basicamente, comportamentos típicos de pessoas autistas que podem ser possíveis de notar a partir dos 11 meses de idade.
Mas não é o único. Outro modelo é o CHAT, que consiste em entrevistas para entender o comportamento da criança e rastrear um possível transtorno do espectro autista (TEA). Em geral, uma pessoa é diagnosticada com TEA ainda criança. Porém, não são raros os casos em que a identificação do quadro ultrapassa a fase adulta. Aqui no Brasil, atualmente, é direito dos cidadãos fazer o teste CHAT (usado para identificar o autismo) pela rede pública de saúde, segundo a lei nº 13438/2017.