Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO isolamento social adotado por diversos países durante a pandemia de COVID-19 não foi difícil apenas para os adultos: de acordo com um estudo irlandês, os bebês nascidos no período de “lockdown” também tiveram alguns impactos em seu desenvolvimento, já que perderam a oportunidade de se envolver socialmente com pessoas fora da casa da família.
De acordo com os pesquisadores da Royal College of Surgeons, na Irlanda, as crianças nascidas na primeira fase de quarentena obtiveram um nível de comunicação inferior em relação à capacidade de engatinhar. Em resumo, eles descobriram que esses bebês se mostraram mais lentos para se comunicar e mais rápidos para engatinhar.
Para chegar à conclusão, a pesquisa analisou 309 bebês nascidos entre março e maio de 2020. Após completarem 1 ano, foram avaliadas algumas ações, como engatinhar, ficar sozinho, pegar objetos usando o polegar e o indicador, empilhar tijolinhos, apontar para objetos, conhecer o próprio nome, acenar “tchau”, entre outros marcos.
As descobertas deste estudo foram comparadas com as respostas de uma pesquisa feita anteriormente, entre 2008 e 2011, na Irlanda, onde foram examinadas as mesmas atividades em outros bebês. Assim, foi possível observar que houve uma redução significativa no que diz respeito à interação dos bebês nascidos na pandemia.
Segundo os cientistas, essa diferença se deve ao fato de que, durante o início do confinamento, essas crianças tiveram contato com, aproximadamente, 4 pessoas de fora da casa da família — sendo que 25% dos bebês completaram 1 ano sem conhecer outra criança de sua idade.
Isso mostra que, “embora o neurodesenvolvimento seja parcialmente mediado geneticamente, a educação dos pais e a exposição social têm um papel significativo a desempenhar”, apontam os pesquisadores em comunicado divulgado na revista científica Archives of Disease in Childhood. Por outro lado, como esses bebês passaram mais tempo no chão e em casa, isso fez com que eles adquirissem maior capacidade de velocidade ao engatinhar.
Apesar dos resultados, os cientistas acreditam que a situação pode ser contornada com medidas simples do dia a dia, como o incentivo à leitura e conversas mais regulares, além do estímulo ao convívio social.
“Bebês são resilientes e curiosos por natureza, e a expectativa é que, com o retorno das experiências sociais e a ampliação dos círculos sociais, suas capacidades de comunicação e sociabilidade se aprimorem", afirmam os autores do estudo.