Dra. Rosana Cardoso Alves é médica neurologista e neuropediatra com formação em Neurofisiologia Clínica e Medicina do So...
i
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i
Noites tranquilas de sono são essenciais para o bem-estar das crianças. Mas o que fazer quando os pequenos acordam no meio da noite, gritando e apavorados? Estes são sinais característicos de terror noturno infantil, problema muito comum em bebês a partir dos 9 meses e que costuma durar até os 12 anos de idade.
Mas como lidar com episódios de terror noturno? Devemos acordar a criança? Para esclarecer essas e outras dúvidas sobre o assunto, o MinhaVida entrevistou Rosana Cardoso Alves, neurologista e especialista em medicina do sono do Fleury Medicina e Saúde. Veja o que ela disse!
O que é o terror noturno e porque ele acontece em crianças?
Os terrores noturnos infantis são episódios em que as crianças acordam, em meio a uma crise de choro, mas sem qualquer lembrança do que aconteceu. É como se elas estivessem presas em um pesadelo em tempo real, enquanto os pais lutam para acalmá-las, conforme explica Rosana:
“Estes episódios são caracterizados por despertar súbito e o paciente, em geral, grita, sentando-se na cama com apavorados. Há um predomínio de intensas manifestações autonômicas com taquicardia, taquipnéia, rubor de pele e sudorese”, contou a neurologista.
A causa exata ainda é desconhecida, mas acredita-se que esteja ligada ao desenvolvimento cerebral e também a alguns fatores ambientais, orgânicos e genéticos da criança.
Embora possa ser assustador presenciar esses episódios, é importante ressaltar que os terrores noturnos infantis são bastante comuns e, na maioria dos casos, não causam nenhum dano físico ou emocional às crianças.
Terror noturno infantil: o que deve ser feito? Acordar a criança pode ser pior?
Muitos pais têm o instinto de acordar seus filhos durante um episódio de terror noturno, mas essa pode não ser a melhor opção.
“Os episódios são autolimitados e geralmente pedimos para a família não acordar e não movimentar muito a criança, para que ela não acorde assustada. Lembrando que os episódios de terror noturno ocorrem durante o sono e a criança não se recorda”
Além disso, ao acordar a criança bruscamente, você pode aumentar a confusão e o medo, prolongando o terror noturno. Por isso, é recomendado que você tente acalmá-la no próprio quarto, sem acordá-la completamente. Fique ao lado dela, segure suas mãos e fale de forma tranquila e reconfortante. Lembre-se de que seu filho não está consciente do que está acontecendo e, por isso, precisa do seu apoio.
Terror noturno infantil: é possível tratar?
Rosana explica que existem algumas medidas que podem ajudar a tratar e até mesmo prevenir o terror noturno. “Sempre sugerimos rotinas de sono regulares como parte da higiene do sono para prevenção de episódios de terror noturno”, recomendou. Criar um ritual relaxante, que ajuda a acalmar a criança antes de dormir faz toda diferença.
Crianças que têm horários consistentes de dormir e despertar tendem a ter menos episódios de terror noturno. Algumas dicas para incluir nessa rotina são: investir em banhos mornos, histórias de ninar, um ambiente tranquilo e sem telas.
Leia também: Bebê de 23 semanas: criando a rotina de sono noturno
