Graduada em medicina em Araguari/MG pelo Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC) e em Ginecologia...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNeste domingo, 02 de junho, a família de Shantal Verdeiro cresceu. A influenciadora digital compartilhou em suas redes sociais um relato do nascimento do terceiro filho, Giuseppe, e o definiu como “parto cura”. Ela também relembrou detalhes do parto da sua segunda filha, Domenica, quando foi vítima de violência obstétrica.
Mas por que Shantal definiu o nascimento do seu terceiro filho como parto cura? O MinhaVida explica o termo utilizado pela empresária e dá dicas valiosas de como uma gestante pode fugir da violência obstétrica e ter um parto mais respeitoso.
Parto cura: entenda por que Shantal usou esse termo
“Tive um parto CURA, melhor do que poderia sonhar”, relatou a influenciadora em uma publicação nas redes sociais. O termo “parto cura” carrega um significado profundo para as mamães que sonham com um parto respeitoso.
No universo do parto humanizado, onde cada detalhe é pensado para respeitar e empoderar a mulher, o parto cura vai muito além do ato de dar à luz. É sobre reconectar-se consigo mesma, curar traumas passados, e celebrar a força e a beleza do corpo feminino.
“Queria muito que todas as mulheres pudessem ter essa oportunidade em dar à luz assim, num ambiente leve, alegre, de acolhimento e respeito, sem procedimentos desnecessários e violentos", escreveu Shantal.
Shantal, que sofreu violência obstétrica no parto da sua segunda filha, Domenica, em 2021, aproveitou a publicação para relembrar o ocorrido: "É difícil para mim, confesso, não comparar um parto com o outro e não refletir sobre. Se eu puder dar uma dica para todas as mulheres seria: INFORMEM-SE. Pesquisem sobre o parto. É o começo de tudo para conseguirem se proteger", indicou.
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Entenda o que é violência obstétrica
Imagine que você está em um dos momentos mais importantes da sua vida – a chegada de um filho. Agora, pense em ser tratada com descaso, ouvir comentários desnecessários ou ofensivos, ser submetida a procedimentos sem seu consentimento ou informação adequada. Tudo isso se trata de violência obstétrica.
"[A violência obstétrica] culmina com a privação das vontades da parturiente. É quando ela perde a autonomia e a capacidade de decidir, de uma forma livre, sobre seu corpo", explica a ginecologista e obstetra Mariana Prado, em entrevista anterior ao MinhaVida.
Confira outros exemplos comuns de violência obstétrica:
- Negar atendimento de parto;
- Impedir o direito da gestante à presença de um acompanhante;
- Recriminar a mulher por qualquer característica ou ato físico, como estrias, obesidade, pelos, etc;
- Abusar sexualmente da paciente;
- Negar analgesia quando a paciente pedir;
- Impedir que a gestante se alimente;
- Realizar a episiotomia quando esta não é realmente necessária;
- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessários ou humilhantes
- Não informar a paciente corretamente sobre os procedimentos e uso de medicamentos
- Ofender verbalmente, realizar ameaças e praticar violência física contra a gestante.
Como se proteger da violência obstétrica?
Entender e reconhecer a violência obstétrica é o primeiro passo para combatê-la. Toda mulher deve ser tratada com dignidade, respeito e receber um atendimento humanizado durante a gravidez, especialmente durante o parto. Aqui estão algumas dicas de como se esquivar desse tipo de violência:
- Informe-se sobre seus direitos: conheça as leis e normas que garantem respeito e dignidade durante a gestação, parto e pós-parto.
- Escolha bem o local e a equipe de parto: pesquise e prefira hospitais e profissionais que acreditem no parto humanizado e respeitem suas decisões.
- Faça um plano de parto: elabore um documento com suas preferências e expectativas para o parto e compartilhe com sua equipe médica.
- Tenha um acompanhante de confiança: leve alguém para te apoiar e garantir que suas vontades sejam respeitadas.
- Questione procedimentos: pergunte sobre cada intervenção, entenda os motivos e sinta-se à vontade para recusar ou pedir explicações.
- Entenda o parto humanizado: conheça esse conceito que respeita a fisiologia do nascimento e as escolhas da mulher, promovendo menos intervenções desnecessárias.
- Busque apoio em grupos: participe de redes de mulheres para compartilhar histórias, dicas e encontrar solidariedade.
- Denuncie abusos: caso vivencie violência obstétrica, denuncie aos órgãos competentes para prevenir futuras ocorrências.
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