
Graduada em medicina pela Universidade de Taubaté, com residência médica em Cirurgia Vascular pela Pontifícia Universida...
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Estamos no mês da conscientização do lipedema, um período importante para os pacientes que sofrem com a condição e para nós profissionais da saúde que dedicamos uma vida de estudo e trabalho à área vascular. O mês do Lipedema ajuda a abordar esse problema de saúde muito frequente, subdiagnosticado e mal compreendido.
Embora seja uma doença relativamente “nova” para o senso comum, dados da Universidade Paulista (USP) mostram que uma em cada dez mulheres sofrem com o lipedema no mundo e, no Brasil, 5 milhões convivem provavelmente com essa condição e não sabem. Isso porque, o lipedema pode, por várias vezes, ser confundido com a celulite. Ele se difere, porém, pelo acúmulo desproporcional de gordura inflamada nos membros inferiores e braços. Além disso, ele causa dor ao toque, sensação de peso nas pernas, tendência a hematomas e, em estágios avançados, mobilidade reduzida.
Existem formas dos pacientes identificarem mais facilmente o lipedema. Alguns deles são:
1. Conheça os sintomas
Como menciono frequentemente em minhas consultas, o lipedema é caracterizado pelo acúmulo de gordura desproporcional e simétrico nas extremidades. Diferente da celulite, ele possui sintomas peculiares, como dor ao toque, sensação de peso nas pernas, tendência a hematomas e, em estágios avançados, mobilidade reduzida. A identificação precoce desses sinais pode facilitar um diagnóstico mais rápido.
2. Observe as diferenças
É importante reforçar que essa condição é muitas vezes confundida com obesidade, celulite ou linfedema. Porém, o lipedema tem características distintas. Enquanto a obesidade causa um acúmulo uniforme de gordura, o lipedema afeta apenas áreas específicas, como pernas, braços, quadris e nádegas. Diferenciar essas condições é crucial para buscar o tratamento correto.
3. Histórico familiar
O lipedema pode ser resultado da hereditariedade. Se há casos de lipedema na sua família, é importante estar atento aos sintomas e procurar orientação médica especializada para avaliação e possíveis testes genéticos.
4. Consulta com especialista
Caso suspeite de lipedema, procure um médico especializado em doenças vasculares. O diagnóstico é clínico e pode ser complementado por exames de imagem para descartar outras condições e confirmar a presença do lipedema.
5. Busca por informação
Por fim, educar-se sobre o lipedema é um passo importante. Existem diversas organizações e comunidades online dedicadas ao apoio e disseminação de informações sobre a condição. Participar desses grupos pode proporcionar suporte emocional e compartilhar experiências pode ser benéfico para outras pessoas.
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