
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i
A linha entre o nosso eu privado e o nosso eu social é, às vezes, muito tênue. Para alcançar um equilíbrio saudável entre eles, precisamos entender que é necessário proteger algumas informações quando acabamos de conhecer alguém.
Estas são as seis coisas sobre as quais você não deve falar, de acordo com a psicologia. Pelo menos, quando a amizade é recente.
1. Sua saúde financeira
Dinheiro é um dos temas mais tabus. Não há problema em falar sobre dinheiro com seus amigos mais próximos ou ser aberto com sua família durante uma dificuldade financeira, mas discutir sua situação financeira com pessoas fora do seu círculo de confiança pode levar a julgamentos equivocados.
Vou dar um exemplo: você vê uma casa enorme, organizada e minimalista nas redes sociais e pensa que aquela pessoa sabe administrar bem seu dinheiro, ou que simplesmente o possui. Na verdade, não sabemos nada sobre ela, mas presumimos não apenas sua situação financeira, como também seu estilo de vida e até sua personalidade.
Devemos falar sobre dinheiro em entrevistas de emprego e com pessoas em quem confiamos, mas chegar ao primeiro encontro e ouvir alguém dizer que tem um BMW e 200 mil reais guardados no banco nem sempre causa a impressão que esperamos. Pode até ser um sinal de alerta, fazendo-nos pensar que a pessoa está se exibindo.
2. Seus erros do passado
Existe um princípio psicológico chamado "efeito halo", um viés cognitivo que influencia nossas percepções e julgamentos sobre os outros. Ele nos leva a fazer generalizações equivocadas baseadas na impressão positiva ou negativa que temos de alguém por causa de uma característica específica.
Assim, um aspecto negativo pode ofuscar todos os traços positivos daquela pessoa aos olhos dos outros. Se você compartilhar seus erros do passado, alguém que não o conhece pode julgá-lo apenas por eles, em vez de enxergar quem você é agora. Isso não significa que você não deva compartilhá-los, mas o momento precisa ser apropriado.
3. Suas boas ações
Quando contamos abertamente sobre nossas boas ações, pode parecer que estamos nos gabando ou buscando reconhecimento. Será que isso é altruísmo ou vontade de ser valorizado? Existe uma motivação oculta que não foi explicada? Podemos até duvidar da sinceridade dessas ações, embora nem todos que compartilham suas boas ações o façam com más intenções.
Eles podem querer inspirar ou conscientizar outras pessoas, mas se gabar disso pode nos fazer parecer falsos aos olhos dos outros, desviar a atenção das ações em si ou gerar ressentimento. Deixe suas ações falarem por si mesmas. Se você for sempre gentil e prestativo, as pessoas perceberão isso sem que precise dizer.
4. Suas vulnerabilidades
Demonstrar vulnerabilidade com seu círculo mais próximo não é algo que deve ser evitado — pelo contrário, eu recomendo fortemente, porque fortalece relacionamentos mais profundos e significativos. A vulnerabilidade, entendida como uma abertura emocional em que expressamos o que sentimos e precisamos, é fundamental para construir relações mais saudáveis e autênticas.
Quando se trata de compartilhar nossos medos e inseguranças mais íntimos, é natural fazê-lo com pessoas em quem confiamos. No entanto, contar a alguém que acabou de conhecer que tem medo de ser abandonado porque seu pai o abandonou na infância, ou dizer a um novo colega que tem medo de fracassar, pode não ser a melhor ideia. O momento em que revelamos nossos maiores medos é algo a ser considerado.
Por exemplo, a teoria da penetração social sugere que revelar informações pessoais deve ser um processo gradual. Compartilhar demais, muito cedo, pode causar sensação de invasão de privacidade e fazer com que a outra pessoa se sinta desconfortável ou pressionada. Além disso, a teoria da atribuição de Heider afirma que a maneira como interpretamos as ações dos outros influencia nossos relacionamentos. Se alguém revela muitas vulnerabilidades logo no início, podemos pensar que essa pessoa tem uma necessidade exagerada de validação ou dificuldade para controlar suas emoções, o que pode gerar desconfiança no começo da relação.
Todos temos inseguranças, e reconhecê-las é um passo importante para o crescimento pessoal. Mas revelá-las abertamente pode ser prejudicial, seja porque podem ser mal interpretadas, seja porque você pode encontrar alguém que as use contra você.
5. Seus rancores pessoais
Deixe-me contar uma história. Era uma vez uma garota que se apaixonou por um garoto. Eles terminaram várias vezes, e, separadamente, ambos conheceram uma terceira pessoa. Um deles falou sobre todos os ressentimentos que guardava contra o ex. A outra pessoa, que certamente teria muito mais a dizer, não contou tudo. Adivinhe de quem a terceira pessoa acabou se tornando amiga?
Embora seja natural ficar chateado quando alguém nos magoa, trazer ressentimentos à tona repetidamente não é saudável, nem mesmo fisicamente. O estresse crônico causado pelo rancor pode provocar insônia, dores de cabeça, problemas digestivos e até prejudicar o sistema imunológico.
No aspecto pessoal, guardar rancores é um obstáculo para o crescimento, impedindo que aprendamos com as experiências. Se falarmos sobre nossos rancores na primeira oportunidade, estaremos alimentando a negatividade, porque cada vez que revisitamos esses pensamentos reforçamos as emoções negativas associadas, que nos impedem de enxergar perspectivas mais positivas — e os outros podem nos perceber como pessoas amargas ou rancorosas.
6. Suas opiniões negativas sobre os outros
Em psicologia, existe um fenômeno chamado "transferência espontânea de características": se falamos bem dos outros, nossos ouvintes nos verão como pessoas boas. Mas, se ficamos criticando ou falando mal dos outros, as pessoas inconscientemente associam essas características negativas a nós. É claro que todos temos nossas preferências e não gostamos de todo mundo, mas compartilhar opiniões negativas sobre os outros pode prejudicar sua reputação e gerar desconfiança entre quem o escuta. Afinal, se falam assim de fulano, o que dirão de mim quando eu não estiver por perto?
Leia também: A regra dos três segundos: o segredo mais bem guardado das pessoas mais inteligentes para serem mais persuasivas