Existe uma coincidência (ou, para alguns, uma relação causal) entre o número de batimentos cardíacos ou o gasto energético e a expectativa de vida, no sentido de que animais cujos corações vivem mais rápido têm vidas mais curtas.
Isso nos leva a pensar que o exercício, por aumentar a frequência cardíaca e consumir energia, encurta a expectativa de vida, mas você e eu sabemos que isso não é verdade. No entanto, o que acontece quando o estresse crônico faz o coração bater mais rápido e consumir grandes quantidades de energia?
Leia também: Conheça 9 hábitos que ajudam a prevenir o estresse
Batimentos cardíacos, energia e vida
Adrián Castillo, codiretor da Fissac, é apaixonado por metabolismo e, juntamente com Aitor Viribay, outro gênio do metabolismo humano, criou o podcast "90 Gramas". No primeiro episódio da segunda (e última) temporada, Adrián e Aitor explicam que o gasto energético devido ao estresse crônico encurta a vida.
Não é novidade se lermos assim, mas e se cada vez que estivermos estressados e agitados por estresse crônico, pensássemos que esse gasto de energia está consumindo a vida? Imagine a vida como uma caixa cheia de bolas, e à medida que gastamos batimentos cardíacos e energia, tiramos bolas da caixa.
O estresse faz com que liberemos essas bolinhas mais rápido; o exercício, embora aumente nossa frequência cardíaca e gaste energia, faz com que elas sejam liberadas mais lentamente. Adrián e Aitor fizeram um cálculo, obviamente aproximado, que coloca o limite da frequência cardíaca humana em 3 bilhões de batimentos.
Uma pessoa sedentária gastará muito mais energia a cada uma dessas batidas cardíacas, enquanto uma pessoa ativa, apesar de treinar com frequência cardíaca alta muitos dias por semana, economizará energia a cada uma dessas batidas. Tudo isso destaca o sedentarismo e o estresse crônico como inimigos da longevidade.
Quem exige mais energia dos humanos?
O cérebro é o órgão por excelência que mais demanda energia do ser humano, respondendo por cerca de 20% do total de energia gasta.
Você sabe o que acontece quando sofremos de estresse crônico? Aitor e Adrián explicam no podcast: o cérebro aumenta a quantidade de energia que consome, que pode chegar a 67%, uma quantidade absurda. Considerando que a energia do estresse é o que encurta nossas vidas, nosso cérebro estressado está, na verdade, subtraindo batimentos cardíacos e anos de nossas vidas.
A técnica simples para eliminar o estresse crônico e viver mais e melhor
O estresse não é o inimigo, mas sim o mecanismo de defesa que nos permitiu sobreviver como espécie. Quando algo está queimando, sentimos o cheiro rapidamente; quando há um leve ruído no meio do nada, ouvimos; quando um urso aparece, nosso corpo esquece tudo e direciona toda a sua energia para se salvar.
O problema é o estresse crônico que enfrentamos hoje, onde estamos constantemente fugindo de ursos imaginários. Algumas pessoas são perseguidas por mais, outras por menos.
Acordamos com o som do celular tocando, o que já nos coloca em alerta; olhamos para o relógio, pensando repetidamente que estamos atrasados; pegamos todos os sinais vermelhos; ouvimos notícias sobre guerra e política; pensamos na conta que está chegando...
São esses “ursos” que nos fazem consumir a vida daquele jeito que colocamos duas vezes áudios no WhatsApp porque não temos tempo. Como já sabemos que a nossa vida é como uma caixa cheia de bolas que eventualmente chegará ao fim se formos ativos e não nos estressarmos.
David JP Phillips é um dos melhores comunicadores do mundo. Recentemente ele compartilhou dicas sobre comunicação e gerenciamento de emoções como ansiedade e estresse.
Faça uma lista de tudo o que lhe causa estresse. Se ter o celular por perto e não querer perder tempo olhando para ele lhe causa estresse, coloque-o na lista. Se ter um relacionamento estagnado com um membro da família lhe causa estresse, coloque-o na lista. Qualquer coisa, e provavelmente há muita coisa, coloque-a na lista.
Depois de ter todos eles, concentre-se em um — o que você preferir, seja ele mais fácil ou mais difícil de controlar — e resolva-o. Existe algum relacionamento com um colega de trabalho que está fazendo seus níveis de estresse dispararem todas as manhãs? Sente-se com ele ou com alguém que possa te ajudar e resolva o problema. Continue fazendo isso até eliminar tudo da sua lista, um por um.
Após eliminar alguns deles, você começará a ver como o relaxamento substitui o estresse, ou como a vida substitui a morte, com base na ideia de um limite para os batimentos cardíacos e a energia vital.
Leia também: 8 sintomas físicos da ansiedade que merecem atenção
