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O número de fumantes no Brasil caiu pela metade nos últimos 20 anos graças às leis antifumo implementadas no país, concluiu um estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), em parceria com a Universidade de Georgetown (EUA). De acordo com a pesquisa, medidas como impostos sobre o cigarro e restrições em ambientes fechados evitaram cerca de 420.000 mortes decorrentes de tabagismo entre 1989 e 2010. Esses resultados foram publicados dia 6 de Novembro na revista PLoS Medicine.
Para chegar a essas estimativas, os cientistas partiram da taxa de fumantes no Brasil no ano de 1989, que era de 43,3% entre os homens acima de 18 anos e 27% entre as mulheres da mesma faixa etária, segundo a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN). Foram levadas em consideração todas as medidas antifumo aplicadas no país desde então. Depois de feitos os cálculos, observou-se que, até 2008, esse número caiu para aproximadamente 23% e 14% respectivamente.
Segundo o levantamento, quase metade (46%) da redução do número de fumantes brasileiros entre 1989 e 2008 ocorreu devido ao aumento dos impostos sobre os produtos derivados de tabaco. Os outros responsáveis por essa queda foram as leis de restrição do tabagismo em ambientes fechados (14%) e de publicidade desse tipo de produto (14%), além dos programas de tratamento contra o tabagismo (10%) e de advertências dos problemas de saúde nas embalagens (8%).
A pesquisa descobriu ainda que, caso essas leis antifumo sejam mantidas, o tabagismo no Brasil cairia mais 39% nos próximos 40 anos e o número de mortes decorrentes do cigarro que poderiam ser evitadas saltaria para sete milhões. Se essas políticas se tornarem mais rígidas ao longo dos anos, esse número poderá chegar a 8,3 milhões de mortes evitadas em 2050.
Os pesquisadores afirmam que o Brasil apresenta uma das histórias de maior sucesso de saúde pública na redução de mortes devido ao fumo. O país serve como modelo para outros países de renda baixa e média.
Seis dicas implacáveis para você parar de fumar
Mesmo com todas as leis e alertas sobre os perigos que o cigarro causa à saúde, você ainda não conseguiu parar? Segundo a psicóloga Maria Teresa Cruz Lourenço, coordenadora do grupo de apoio ao tabagista do Hospital do Câncer, a nicotina cria dependência química e também dependência psicológica, já que se torna uma válvula de escape para a ansiedade. Ela e outros especialistas sugerem sete truques para enganar a vontade de fumar na fase em que ainda é difícil abandonar as tragadas.
Evite locais com muitos fumantes
"Ficar próximo à tentação nos primeiros dias sem cigarro pode ser muito difícil", afirma a psicóloga Laura de Hollanda Batitucci Campos, das Clínicas Oncológicas Integradas (COI). "Com o tempo, fica mais fácil conviver com outros fumantes", diz.
Quebre a rotina
Para grande parte dos tabagistas, fumar é parte de uma rotina. Por isso, para enganar a vontade de fumar, é fundamental quebrar esses hábitos. "Mude o local da refeição, varie os pratos e as horas das suas atividades", aconselha a psicóloga Maria Teresa.
Concentre-se em outra atividade
"Nos primeiros dias longe do cigarro, o ex-fumante tem picos de vontade extremamente perigosos, mas que duram apenas alguns minutos", afirma Laura Campos. Nesses momentos, a melhor saída é se distrair com alguma atividade que exija concentração e que, de preferência, mantenha boca e mãos ocupadas, como escovar os dentes ou beber um copo de água.
Busque apoio da família e de amigos
"Com mais aliados nessa luta, todos ficam mais motivados e não há a tentação de conviver tão de perto com alguém que fuma e não tem objetivo de parar", afirma a psicóloga Laura.
Não desenvolva outro vício
"A ansiedade ainda precisa ser extravasada de alguma maneira e o perigo é o ex-fumante investir em hábitos pouco saudáveis para isso", explica Laura. O apoio de um psicólogo pode ajudar a vencer esse obstáculo, tornando o combate ao vício menos penoso.
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Sempre tente mais uma vez
"Recaídas significam apenas que a tentativa seguinte será menos penosa", incentiva Maria Teresa Lourenço. Segundo ela, estar familiarizado com as principais sensações da abstinência deixa o ex-fumante mais tranquilo e bem preparado. Além disso, o cigarro pode ser abandonado a qualquer momento. "Não importa se você tem 20 ou 80 anos, pode começar uma vida sem cigarro quando quiser?, conta a psicóloga.