Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iDores nas pernas é uma das queixas comuns em consultórios. Muitas pessoas, de todas as idades, reclamam desse sintoma e a maior preocupação, normalmente, é se isso significa algo grave, como o infarto.
As dores nas pernas podem vir de qualquer das estruturas presentes nelas (músculos, ossos, articulações, nervos e vasos sanguíneos) ou ser referida - em que a dor nasce de outro local. Por ser um nervo em comum, a sensação fica deslocada como, por exemplo, as dores de nervo ciático ou radiculopatias, como na hérnia lombar.
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Dor na perna pode ser infarto?
Sim, pode. Quando essa dor acontece, ela pode ser derivada de uma isquemia do miocárdio - que se trata de um infarto/angina. A isquemia consiste na a falta de sangue em qualquer local do corpo. Uma isquemia cerebral, por exemplo, é um AVC.
Como identificar um infarto?
As dores do infarto geralmente se caracterizam por dores no peito, que podem vir desde a mandíbula até a cicatriz umbilical. Mas, os sinais de alerta nos pés e pernas devem ser respeitados. Veja como identificar os sintomas de infarto em homens e mulheres.
O que causa dor nas pernas
As dores nas pernas podem ter diversas outras causas:
- Dores articulares e ósseas são comuns na idade, e há relação com a movimentação (mesmo sem carga de peso)
- Podemos notar crepitações (pequenos estalos) nas articulações comprometidas por artrose
- Outro público que sofre com dores relacionadas ao desgaste de articulação ou ósseo são atletas com treinamento não supervisionado
- A dor muscular é frequente, geralmente após algum trauma ou por desgaste
- Após exercício intenso, o acúmulo de ácido lático e microlesões pelo uso podem levar ao sofrimento e dor.
Dores na perna merecem atenção
A dor que piora com exercício, geralmente com uma distância previsível, melhora após repouso, acompanhada de palidez nas pernas e pés, feridas que não cicatrizam bem, ausência de pelos deve levantar suspeita de doença arterial periférica.
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A doença arterial periférica é mais presente em pessoas que têm os mesmos fatores de risco para infarto ou AVC. Podemos encarar estas como um espectro de gordura se infiltrando em todos os vasos arteriais e obstruindo a luz das artérias.
Então, ao longo da vida, você não usa muito essas pernas e vai deixando acumular gordura dentro da artéria. O cano que leva sangue já está menor por dentro (cheio de placas de colesterol). O cano que suportava o fluxo de um triatleta já não deixa passar tanto sangue. E o músculo que está "pedindo" fica sem receber o oxigênio e glicose. E sofre. E isso dói.
Além dos riscos locais (por exemplo, de amputação, atrofia e limitação de movimentos), se essas gorduras estão nas pernas, existe 95% de chance de estarem nas artérias coronárias também, bem como nas carótidas, o que pode levar ao infarto.
Existe uma medida que compara a pressão arterial medida nas pernas com a pressão nos braços. No caso de pressão nas pernas inferior a dos braços, a probabilidade de doença coronariana e morte é elevada.
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