Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVocê dorme bem, mas acorda cansado. Passa o dia bocejando, com aquela vontade incontrolável de deitar a qualquer hora. Se isso está acontecendo com frequência, vale a pena prestar atenção: o excesso de sono, mesmo após uma noite de descanso, pode ser mais do que simples preguiça ou rotina puxada.
Muitas vezes, esse cansaço persistente é um sinal de que algo no seu organismo não está funcionando como deveria — e os exames de sangue podem ser grandes aliados para descobrir o motivo.
Segundo o nutricionista e endocrinologista Wandyk Allison, diversos desequilíbrios no corpo podem se manifestar por meio da fadiga intensa e da sonolência constante. Anemia, falta de vitaminas, problemas na tireoide, alterações hormonais ou até mesmo disfunções no fígado e nos rins podem ser os culpados.
Leia mais: 7 doenças graves que podem ser diagnosticadas com exames de sangue
Resultados do exame de sangue associados ao excesso de sono
De acordo com o nutricionista e endocrinologista Wandyk Allison, “sentir sono o tempo todo, mesmo após uma boa noite de descanso, é um sinal de que algo no seu corpo pode não estar funcionando bem”, explica o especialista. Entre as principais causas que costumam aparecer nos exames, estão:
- Anemia (Hemograma completo): quando os níveis de hemoglobina estão baixos, o transporte de oxigênio para os tecidos é comprometido. O resultado é um cansaço extremo e aquela sonolência difícil de driblar.
- Deficiência de vitaminas (como B12 e ácido fólico): a falta dessas vitaminas afeta tanto a produção de células vermelhas quanto o funcionamento neurológico, provocando fadiga, lapsos de memória e vontade constante de dormir.
- Baixa vitamina D: comum em quem se expõe pouco ao sol, a deficiência está diretamente ligada à disposição, imunidade e força muscular.
- Distúrbios da tireoide (TSH e T4 Livre): no caso do hipotireoidismo, o metabolismo desacelera. Além do cansaço, é comum ter ganho de peso, pele seca e queda de cabelo.
- Alterações na glicemia (glicose e hemoglobina glicada): tanto a glicose baixa (hipoglicemia) quanto a alta (hiperglicemia) podem interferir na sua energia e causar sonolência ao longo do dia.
- Problemas no fígado ou nos rins (ureia, creatinina, TGO, TGP): quando esses órgãos não estão funcionando bem, o corpo todo sente — e a exaustão se torna constante.
- Marcadores inflamatórios (PCR, VHS): inflamações crônicas, mesmo que leves, mantêm o organismo em estado de alerta, provocando cansaço contínuo.
- Desbalanço hormonal (testosterona, cortisol, progesterona, estradiol): níveis hormonais fora do ideal afetam diretamente o humor, a disposição e o sono.
- Falta de ferro e ferritina: sem ferro suficiente, o corpo não consegue transportar oxigênio adequadamente, e a fadiga intensa aparece.
Quando esse cansaço deixa de ser normal e quando procurar ajuda médica?
Se sentir cansado de vez em quando é normal — todo mundo passa por dias mais puxados, noites maldormidas e semanas estressantes. Mas quando a fadiga começa a virar rotina e te acompanha por mais de duas semanas, mesmo depois de dormir bem e se alimentar direito, é hora de acender o alerta.
De acordo com Wandyk Allison, é preciso ficar de olho se, além da exaustão, você também estiver enfrentando:
- Queda de cabelo
- Mudanças de humor frequentes
- Perda ou ganho de peso sem motivo aparente
- Palidez
- Falta de ar
- Dores musculares ou articulares
- Dificuldade de concentração
Nesses casos, o ideal é procurar um médico para uma avaliação clínica completa e solicitar os exames laboratoriais adequados. Com o diagnóstico em mãos, o tratamento pode variar conforme a causa, e pode incluir desde ajustes simples no estilo de vida até intervenções mais específicas. As abordagens mais comuns incluem:
- Suplementação de vitaminas e minerais
- Reposição hormonal (quando necessário)
- Adaptação na alimentação
- Melhorar a qualidade do sono
- Prática regular de exercícios físicos
- Controle de doenças de base, como anemia, distúrbios da tireoide ou diabetes