
Sou pediatra especializada em medicina do adolescente, conhecida como hebiatria. Sou formada pela PUC-SP, fiz residência...
i
Muitos pais se questionam se devem conversar com seus filhos sobre o primeiro beijo ou se seria uma invasão de privacidade. A resposta é: depende da relação que você estabeleceu com seu filho. Nas famílias em que existe o diálogo e uma relação de confiança entre os seus membros, muito provavelmente a pergunta não será necessária, pois possivelmente o assunto aparecerá espontaneamente.
Muitos pais se questionam se devem conversar com seus filhos sobre o primeiro beijo ou se seria uma invasão de privacidade. A resposta é: depende da relação que você estabeleceu com seu filho. Nas famílias em que existe o diálogo e uma relação de confiança entre os seus membros, muito provavelmente a pergunta não será necessária, pois possivelmente o assunto aparecerá espontaneamente.
Saiba mais: Namoro na adolescência: combinação de sentimentos intensos
Mas ele pode não contar, seja por timidez ou por características da própria adolescência, durante a qual muitos se fecham em seu mundo, ficando mais confortáveis com os amigos do que com os próprios pais.
Nesse caso, se você quiser saber alguma coisa, evite ficar xeretando, lembre-se que o quarto do adolescente é seu santuário, assim como seu celular e computador e se ele descobrir, a relação de confiança que podia existir ficará fortemente abalada. Isso sim é invasão de privacidade. Quer saber? Pergunte. Mas respeite o direito ao silêncio, se não obtiver resposta.
Saiba mais: Como falar de sexo com meus filhos?
Quando ele acontece?
Outra pergunta que escuto muito é: com que idade é normal que aconteça o primeiro beijo? E a resposta é a mesma, depende. Depende da maturidade física e emocional de cada um. A puberdade pode começar entre os 8 e os 13 anos para as meninas e entre 9 e 14 anos para os meninos, sendo a feminina caracterizada pelo aparecimento do broto mamário e a masculina pelo aumento do volume testicular.
Antes da puberdade não se espera que crianças e adolescentes se interessem em beijar ou em ter algum relacionamento e ficar questionando os filhos nessa fase não só é colocar a carroça na frente dos bois, mas corre-se o risco de despertar a curiosidade para algo que ainda não existia.
O beijo é visto como o primeiro passo no caminho da sexualidade adulta, o primeiro contato íntimo com outra pessoa. Apesar de a geração de adolescentes atual não dar a mesma importância que as gerações anteriores à essa iniciação, desvinculando muitas vezes o beijo da atração, o ato do primeiro beijo não deixa de ser uma conquista.
O que motivou o adolescente? Foi com alguém que o interessava? Estava realmente a fim dessa experiência? Ou foi por pressão do grupo, desafio de algum amigo ou mera curiosidade? A grande questão é o porque do beijo, uma vez que o comportamento deve se repetir em outras situações da vida, tanto do ponto de vista de relacionamentos, como em outras experimentações tais como o uso de drogas e o envolvimento em outras atividades. Foi por vontade própria, se sentia apto a isso, desejava beijar essa pessoa? Perfeito. Foi por algum outro motivo? Melhor conversar.
Adolescentes que são criados em ambientes harmônicos, com limites, diálogo e exemplos positivos, tendem a ter boa autoestima e respeito a si mesmo, não se colocando em situações contrárias aos seus valores. Essa é a melhor atitude a ser trabalhada desde a primeira infância, com o objetivo final de criar filhos emocionalmente saudáveis, donos de si e responsáveis por seus atos. Conversas francas na hora certa, encorajamento quando necessário e suporte sempre.
Uma dica que costumo dar: o primeiro beijo a gente nunca esquece, seja ele bom ou ruim. Qual a memória que você escolhe ter?