Médica, pela faculdade de tecnologia e ciência, especialista em dermatologia pelo IPEMED, especialista em medicina estét...
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Redatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
O peeling de fenol é considerado um dos métodos mais eficazes de rejuvenescimento químico. Ele penetra na epiderme, camada mais superficial da pele, causando sua necrose e induzindo uma reação inflamatória nas camadas mais internas, como a derme. Isso estimula a produção de colágeno, proteína determinante no processo de rejuvenescimento facial.
Recentemente, viralizou nas redes sociais a publicação de uma clínica de estética e dermatologia em Caxias do Sul (RS) mostrando a evolução do procedimento. No vídeo, que já conta com mais de 20 milhões de visualizações, é possível ver uma grossa camada de pele machucada sendo removida do rosto da mulher de 67 anos.
Considerado invasivo, o peeling de fenol deixa para trás diversas marcas de expressão e parece deixar a paciente vários anos mais jovem. Apesar dos resultados impressionantes, especialistas da área alertam que o método não é indicado para todas as pessoas e pode trazer riscos.
Em comparação com outros peelings químicos, o peeling de fenol é considerado o método mais profundo e agressivo — por isso, tanto sua aplicação como a recuperação devem ser acompanhadas por um médico.
Saiba mais: Peeling: conheça e saiba para que servem os principais tipos
Quais os cuidados necessários antes do procedimento?
Segundo Bárbara Carneiro, médica especialista em dermatologia pelo IPEMED, os cuidados para a aplicação do peeling de fenol devem começar meses antes do procedimento.
Uma vez que o peeling favorece o surgimento de herpes e de outros problemas de saúde, o paciente deve tomar um antiviral cerca de um mês antes da operação. Além disso, também é necessário utilizar um creme de ácido retinoico, hidroquinona e corticoide, com o objetivo de preparar a pele para a aplicação de fenol.
Como o procedimento é feito?
A aplicação do peeling de fenol inicia-se com uma limpeza intensa da pele. Depois, é aplicada uma solução que contém fenol, óleo de cróton, água destilada e novisol em todas as regiões da pele do rosto. O tempo de aplicação é de aproximadamente uma hora e meia e o paciente passa por uma sedação leve, sedação leve, assistida por um anestesista.
O procedimento deve ser realizado em um ambiente hospitalar e conduzido por um cirurgião plástico ou por um dermatologista, conforme explica Bárbara. Se os protocolos de preparação durante ou após o tratamento não forem seguidos corretamente, há um alto risco de infecções por vírus, bactérias e fungos.
Quais os riscos do peeling de fenol?
As complicações decorrentes da aplicação de fenol podem ocorrer durante ou após o tratamento. Assim que ele é aplicado, uma grande porcentagem do produto é absorvida pelo corpo e eliminada pelos rins e fígados — o que pode levar à toxicidade renal ou hepática.
Durante a aplicação, o paciente deve ser acompanhado de perto por aparelhos que monitoram o ritmo cardíaco devido aos picos de arritmia que podem ser causados enquanto o fenol não é metabolizado pelo organismo.
Além do risco de infecções, mesmo se a técnica for conduzida de maneira adequada, ainda existe a possibilidade de o procedimento causar alterações permanentes na pele, como manchas e cicatrizes.
Quando o peeling de fenol não é indicado?
O procedimento é contraindicado para pessoas que têm problemas em órgãos como coração, fígado e rins em razão da alta toxicidade renal e hepática e do risco de arritmia cardíaca.
Pacientes com a pele escura também não podem ser submetidos ao procedimento, segundo Bárbara. De acordo com a Clínica Harmonia, que divulgou as imagens, o peeling de fenol em camadas profundas é restrito a “fototipos baixos”, até o nível 3 na Escala de Fitzpatrick, que classifica os tons de pele humana.
Por fim, pacientes também não podem ter realizado tratamento com Roacutan (isotretinoína) nos últimos seis meses, estarem grávidas ou terem propensão a cicatrizes queloides.
“Um dos fatores mais importantes para quem quer fazer um peeling de fenol é procurar um médico especializado. Somente ele poderá dizer se você está apto para esse tipo de procedimento ou não”, esclarece Bárbara.
Como é o pós-operatório do peeling de fenol?
Segundo Bárbara, o período pós-intervenção costuma ser difícil e doloroso e pode levar até um ano e meio para que a pele do rosto cicatrize por completo. Logo após a aplicação, o paciente deve fazer uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios nas primeiras 12 a 24 horas.
É necessário o acompanhamento diário no primeiro mês, a fim de acompanhar o processo de descamação e cicatrização da cútis. Durante todo o período, Bárbara explica que a pele ficará vermelha e bastante sensível, necessitando de uma hidratação profunda. Também é orientado utilizar protetor solar todos os dias e evitar a exposição ao sol por pelo menos três meses.
A especialista também aponta que a pele necrosada não deve ser retirada. O ideal é deixar que ela se solte naturalmente do rosto ou, em último caso, removida pelo dermatologista ou cirurgião responsável pela operação.
