
Médico cardiologista com doutorado em Ciências Médicas e Biológicas pela Universidade Federal de São Paulo (2008), atuan...
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O que é Arritmia cardíaca?
Arritmia cardíaca é a sensação de que os batimentos cardíacos parecem mais acelerados do que o normal. Uma pessoa pode simplesmente sentir um desconforto com seus próprios batimentos ou ter a sensação de falta ou interrupção desses batimentos. O ritmo cardíaco pode ser normal ou anormal. A arritmia cardíaca pode ser sentida no tórax, garganta ou pescoço.
Arritmia cardíaca é grave?
De modo geral, as arritmias cardíacas não são quadros considerados graves. Entretanto, isso depende de as sensações representarem ou não um ritmo cardíaco anormal (arritmia).
Causas
Em condições normais, o coração bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Em pessoas que se exercitam rotineiramente ou que recebem medicamentos para diminuir o ritmo cardíaco, a frequência pode cair para 55 batimentos por minuto.
Se sua frequência cardíaca for rápida (mais de 100 batimentos por minuto), essa condição é chamada de taquicardia. A frequência lenta é chamada de bradicardia.
Saiba mais: Arritmias cardíacas: veja os cuidados ao praticar exercícios
As arritmias cardíacas podem ser causadas por:
- Anemia
- Ansiedade, estresse e medo
- Uso de pílulas para emagrecimento
- Exercícios
- Febre
- Ventilação excessiva
- Baixos níveis de oxigênio no sangue
- Doença de válvulas cardíacas incluindo o prolapso da válvula atrioventricular esquerda
- Tireoide excessivamente ativa.
Sinais
Os sintomas mais comuns de arritmia cardíaca são:
- Palpitações no coração
- Falta de ar
- Pressão baixa
- Fadiga
- Enjoos
Diagnóstico
O médico obterá o histórico clínico para arritmia cardíaca, realizará um exame físico e um eletrocardiograma.
Em caso de dor no tórax, falta de ar ou outros sintomas preocupantes, e se o paciente estiver no setor de emergência, o ritmo cardíaco será monitorado. Se necessário, uma intervenção de emergência será realizada para restaurar o ritmo cardíaco normal.
Saiba mais: Palpitação pode ser um sinal de arritmia cardíaca
Os exames diagnósticos mais comuns costumam ser:
- Eletrocardiograma
- Monitoramento cardíaco ambulatorial (por exemplo: uso de um monitor Holter durante 24 horas, ou outro tipo de monitor durante duas semanas ou mais)
- Ecocardiograma
- Estudo eletrofisiológico (EPS)
- Angiografia das coronárias.
O médico poderá, ainda, realizar outros exames específicos para identificar a causa subjacente da arritmia cardíaca.
Fatores de risco
Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento de arritmia cardíaca. Eles são:
- Uso excessivo de cafeína
- Alguns medicamentos, incluindo aqueles para tratamento de doença da tireoide, asma, pressão arterial alta ou problemas cardíacos
- Uso de cocaína
- Uso de nicotina (presente principalmente em cigarros).
Saiba mais: Arritmias cardíacas devem ser tratadas com rapidez
Na consulta médica
Anote seus sintomas e leve-os ao médico. Não se esqueça de descreve-los em detalhes para que o especialista possa realizar corretamente o diagnóstico. O médico poderá, ainda lhe fazer algumas perguntas. Confira exemplos:
- Você sente falta ou interrupção de batimentos?
- Durante a arritmia cardíaca você sente a frequência cardíaca lenta ou rápida?
- Você tem a sensação de batimento acelerado, em pancadas ou trêmulo?
- Existe um padrão regular ou irregular para as sensações de batimentos cardíacos incomuns?
- A arritmia cardíaca começou e terminou subitamente?
- Quando ela ocorrem? Em resposta a lembranças de um evento traumático? Quando você está deitado e em repouso? Quando você muda de posição? Quando você se emociona?
- Você tem quaisquer outros sintomas?
- Como parte do exame físico, o médico verificará a temperatura, pulso, frequência respiratória e pressão arterial. Deve-se dedicar atenção especial ao coração e aos pulmões.
Saiba mais: 11 atitudes que facilitam a consulta médica
Se não houver sintomas de arritmia cardíaca na consulta, o médico perguntará qual era o pulso no momento em que as palpitações começaram e se o ritmo cardíaco parecia regular ou não.
Buscando ajuda médica
Procure ajuda médica imediatamente se houver:
- Perda e recuperação da consciência
- Perda de consciência de alguém próximo
- Em caso de falta de ardor no tórax, sudorese incomum, tontura ou sensação de desfalecimento.
O médico também deverá ser chamado se:
- Os batimentos cardíacos extra forem frequentes
- A pessoa tiver fatores de risco para doença cardíaca como colesterol alto, diabetes ou pressão arterial elevada
- As palpitações forem novas ou diferentes
- O pulso acusar mais de 100 batimentos por minuto (na falta de exercício, ansiedade ou febre).
Tratamento
O tratamento de arritmia cardíaca depende principalmente da causa subjacente. Converse com seu médico sobre a melhor opção de tratamento para o seu caso.
Medicamentos
A arritmia cardíaca pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns no tratamento de arritmia cardíaca são:
Os medicamentos contraindicados para arritmia cardíaca são:
Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Prevenção
Para prevenir a arritmia cardíaca, deve-se tentar reduzir o estresse e os fatores de risco para doença cardíaca:
- Não fumar
- Ingerir dieta bem balanceada e pobre em gorduras
- Praticar exercícios regularmente
- Tentar a prática de técnicas de controle do estresse como yoga, tai chi ou meditação
- Certificar-se de que a pressão arterial e o nível de colesterol estejam sob controle.
Cuidado com a cafeína
Café, chá, chocolate e refrigerante contêm cafeína e são conhecidos por seus efeitos estimulantes em nosso sistema nervoso. A cafeína também pode gerar uma contração e batimentos mais rápidos do coração, não sendo recomendado para quem sofre de arritmias. O ideal é ingerir até 300ml por dia, caso esteja tudo bem. Sob suspeita, o ideal é perguntar ao cardiologista se há necessidade de interromper o consumo.
Álcool com moderação
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está diretamente associado ao quadro de arritmia. A fibrilação atrial é a arritmia mais decorrente nesses casos. A ingestão excessiva de álcool estimula o sistema adrenégico (formado pelos receptores cerebrais responsáveis por produzir adrenalina), o que vai aumentar o batimento cardíaco e piorar um quadro de arritmia.
Fuja das "dietas da moda"
Dietas com uma restrição de calorias muito elevada ou à base apenas de líquidos podem levar a distúrbios metabólicos, deficiência de nutrientes e desidratação - todas essas condições podem alterar o ritmo dos batimentos cardíacos, tanto para mais quanto para menos, gerando ou piorando um quadro de arritmia. De acordo com Jefferson, uma alimentação pobre em vitamina E, C e do complexo B pode interferir na pressão sanguínea, elevando os batimentos cardíacos e causando arritmias.
Durma bem!
Problema durante a noite, em especial a apneia do sono, aumentam os riscos de arritmia. A respiração de pessoas com apneia fica mais intensa durante a noite por causa da obstrução nas vias respiratórias. Desta forma, o esforço para respirar gera um aumento da pressão sanguínea, elevando os batimentos cardíacos, aumentando os riscos de arritmia ou de complicações decorrentes dela.
Faça exercícios regularmente
Pesquisas comprovam que a prática de atividade física leve a moderada diminui a incidência de arritmias. Pessoas sedentárias têm até 25% a mais de chance de sofrer uma arritmia. No entanto, é importante fazer uma avaliação física antes de começar a treinar, porque alguns problemas de coração limitam o tipo de exercícios que pode ser realizado sem riscos à saúde.
Coma mais salada
Pessoas que sofrem com fibrilação atrial correm mais risco de sofrer um AVC e, por conta disso, precisam tomar um medicamento anticoagulante chamado varfarina. No entanto, o consumo irregular de folhas verdes pode interferir no funcionamento do medicamento, tornando-o ineficiente. Quem toma varfarina precisa consumir a mesma quantidade de folhas verdes todos os dias. Isso vale para todos os tipos de folhosas, como alface, rúcula, espinafre ou repolho.
Atenção às gorduras
O consumo exagerado de gorduras interfere de forma indireta na incidência de arritmias. A gordura pode formar placas na parede dos vasos sanguíneos, principalmente nos coronários. Esse acúmulo de gordura, por sua vez, aumenta a pressão sanguínea e pode causar não só as arritmias, como outras doenças cardiovasculares.
Cigarro
A nicotina leva à liberação de substâncias como adrenalina, que estimulam o coração, elevando os batimentos cardíacos e causando taquicardia. Estudos comprovam que mesmo as pessoas que fumaram e já pararam correm mais risco de sofrer fibrilações arteriais. Além disso, por conta da produção de adrenalina inconstante, o batimento cardíaco fica desorganizado, aumentando o risco de outros problemas cardíacos.
Complicações possíveis
As complicações decorrentes de arritmia cardíaca também dependem exclusivamente da causa subjacente.
Converse com seu médico sobre tratamentos possíveis e tenha em mente que doenças e outras condições não tratadas podem evoluir para problemas de saúde mais graves e, muitas vezes, intratáveis.
Referências
Ministério da Saúde
Jefferson Jaber, arritmologista do Hospital Santa Virgínia e membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, CRM 91242 SP
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Fernanda Haddad, otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, CRM 91.214
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas