Formada em medicina pelas Faculdades Integradas do Planalto Central (Faciplac). Especialista em tratamento dermatológico...
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O que é Angina?
A angina (angina pectoris) é o termo utilizado para caracterizar a dor torácica ou sensação de pressão provocada pelo estreitamento das veias que transportam sangue para o coração — condição conhecida como isquemia. Normalmente, a dor ocorre em resposta ao esforço físico ou a um estresse emocional e é aliviada durante o repouso. A angina é um dos principais sintomas da doença arterial coronária.
Causas
A causa mais comum de angina é a doença arterial coronária, chamada de aterosclerose, caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e de outras substâncias nas paredes das artérias — o que restringe o fluxo de sangue para o músculo cardíaco. Nesses casos, a dor se manifesta especialmente após esforço físico e estresse emocional, que fazem com que o coração trabalhe mais e aumente a necessidade de oxigênio.
Em alguns casos, a angina pode ser consequência de uma anemia grave, devido à baixa concentração de hemoglobina (molécula que transporta oxigênio) nos glóbulos vermelhos. Por consequência, há a diminuição do transporte de oxigênio ao músculo cardíaco.
Além disso, em casos mais raros, a angina pode ser causada por:
- Hipertensão arterial grave
- Estenose da válvula aórtica
- Espessamento das paredes dos ventrículos
- Vazamento da válvula aórtica
Tipos
Os principais tipos de angina são:
Angina estável
A angina estável é caracterizada por persistir por, pelo menos, dois meses. É causada por uma isquemia transitória — isso é, que surge quando a pessoa faz algum esforço ou sofre algum estresse emocional, gerando na redução parcial e momentânea do fluxo sanguíneo.
Esse tipo costuma seguir um padrão de recorrência dos eventos. Por isso, um paciente que sofre com angina estável pode aprender seu padrão e prever quando um evento acontecerá, como, por exemplo, durante uma atividade física ou estresse mental. A dor normalmente desaparece alguns minutos após o repouso ou com o uso de medicamentos. Porém, se a causa da angina piorar, ela pode se tornar instável ou, até mesmo, levar a um infarto.
Angina instável
Diferentemente da estável, a angina instável não segue um padrão e pode acontecer com ou sem esforço físico. Repouso e medicamentos podem não aliviar a dor. Portanto, é um quadro mais grave de angina. Esse tipo é causado pela interrupção maior da oxigenação do coração, devido a um rompimento e a uma inflamação da placa de aterosclerose. Pode ser considerada uma forma de pré-infarto.
Angina microvascular
A angina microvascular é um sinal de doença cardíaca coronária que afeta as artérias do coração. Ela pode ser estável ou instável, podendo ser mais dolorosa e durar mais do que os outros tipos de angina. Os sintomas podem ocorrer durante a prática de atividades físicas ou em repouso.
Angina variante
A angina variante, também conhecida como angina de Prinzmetal, é um tipo rara da doença. Ela não tem causa esclarecida, mas está relacionada a um espasmo da coronária, em que ocorre a interrupção do fluxo sanguíneo. Normalmente, esse tipo de angina acontece em repouso e a dor pode ser intensa.
Sintomas
Sintomas de angina
A angina se manifesta como uma dor torácica ou como uma sensação de pressão no centro do peito, de localização indefinida. Em alguns casos, os sintomas de angina — que, por si só, é um sinal típico de doença arterial coronária — podem vir acompanhados de fadiga, arritmia e desmaios, além de falta de ar. Qualquer desses sintomas é suficiente para que seja buscado atendimento médico o mais breve possível.
Diagnóstico
Qual exame detecta angina?
O diagnóstico da angina é feito a partir da história clínica do paciente e de um exame físico. Dependendo do caso, o especialista pode solicitar os seguintes exames:
- Eletrocardiograma
- Ecocardiograma
- Holter
- Teste ergométrico
- Cintilografia
- Tomografia cardíaca e de coronárias
- Ressonância cardíaca
- Coronariografia
Fatores de risco
Os fatores de risco clássicos para angina são:
- Tabagismo
- Obesidade
- Sedentarismo
- Hipertensão arterial
- Diabetes
- Elevação do colesterol e triglicérides
- Fatores genéticos
Tratamento
O tratamento para a angina é feito a partir da administração de medicamentos, como os vasodilatadores e os betabloqueadores, que atuam diminuindo o consumo do coração e/ou aumentam a oferta de irritação sanguínea ao músculo cardíaco.
Em casos mais graves, em que a modificação dos fatores de risco e a terapia com medicamentos não reduzem os sintomas, pode ser necessário um procedimento cirúrgico, conhecido como cirurgia de ponte de safena, para restaurar o fluxo sanguíneo para as áreas afetadas do músculo cardíaco.
Além disso, o tratamento de angina também envolve alterações no estilo de vida. É fundamental que o paciente adote uma dieta adequada e atividade física orientada por especialista, além de controlar os fatores de risco citados anteriormente para evitar a progressão da doença, como infarto, insuficiência cardíaca ou morte súbita.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de angina são:
- Amiodarona;
- Ancoron;
- Aspirina Prevent;
- Atenolol;
- Atorvastatina Cálcica;
- Brilinta;
- Besilato de Anlodipino;
- cardizem;
- Carvedilol;
- Clexane;
- Concor;
- Cordil;
- Enalapril;
- Hexomedine;
- Isordil;
- Isossorbida;
- Lipitor;
- Monocordil;
- Coreg.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Referências
Manual MSD
National Heart, Lung and Blood Institute