Não é normal: o que não pode ser feito em exames íntimos num consultório

Para muitas mulheres, a consulta ginecológica pode ser motivo de ansiedade e incerteza, especialmente na primeira vez. Quando se trata de exames íntimos feitos em consultórios médicos, é essencial entender como cada procedimento é realizado e o que não pode ser considerado normal ao longo desse atendimento. 

Pensando em esclarecer esse assunto, o MinhaVida entrevistou o ginecologista e obstetra Fabio Azevedo de Almeida, que detalhou como cada exame deve ser feito e como é uma consulta ginecológica segura - desde a coleta de informações sobre o histórico médico até os exames físicos. Acompanhe!

Consulta com o ginecologista: o que esperar desse atendimento? 

Ao entrar no consultório médico, a paciente será recebida e o profissional perguntará sobre a queixa ou o motivo da consulta, buscando detalhar todos os aspectos relacionados, conforme explica o médico.

Em seguida, o médico realizará o exame físico, solicitando que a paciente troque de roupa. Uma acompanhante, como uma secretária ou alguém de confiança da paciente, pode estar presente durante o exame para garantir maior segurança e transparência. A paciente pode optar por dispensar essa acompanhante se não se sentir à vontade.

Fábio conta as etapas deste exame físico: “medir a pressão arterial, ausculta cardiopulmonar, exame das mamas (visual e por palpação), e exame físico do abdome. Em posição ginecológica (em que as pernas da paciente são flexionadas nos joelhos e separadas, e os pés são colocados em suportes chamados estribos, que mantêm as pernas elevadas e afastadas), o médico examinará a vulva usando luvas, realizará o exame especular (introdução de um aparelho na vagina, caso a paciente tenha vida sexual ativa ou não tenha impedimento para o exame) e, por fim, o toque vaginal, se não houver contraindicação”. 

Após o exame, o médico vai pedir que a paciente se vista novamente e dispensará a acompanhante. Em seguida, ele solicitará os exames necessários, fornecerá orientações e fará as prescrições adequadas.

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Exame de papanicolau: veja como é feito

O exame papanicolau começa com a introdução de um espéculo vaginal (um aparelho no formato de um bico de pato) na vagina, permitindo a visualização do colo uterino e da vagina. Em seguida, o médico fará a coleta tripla do material, colocando-o em um recipiente que será enviado ao laboratório para análise. 

O médico conta o que a paciente deve esperar desse procedimento: “Este procedimento pode causar algum desconforto devido à introdução e abertura do espéculo, além de, às vezes, provocar uma leve cólica pela coleta do material do canal do colo uterino. Em algumas condições, pode haver um pequeno sangramento durante a coleta, mas isso é temporário e não deve persistir”.

Mamografia: confira o passo a passo do exame

A mamografia é realizada em um aparelho chamado mamógrafo, que pode ser digital (onde as imagens são transferidas para um computador) ou convencional (com impressão em material tradicional de radiografia). Fábio explica como o procedimento deve ser feito:

“A paciente deve se posicionar em pé na frente do aparelho e colocar uma das mamas entre duas placas, que serão comprimidas por alguns segundos. O mesmo procedimento é realizado na outra mama, em posições vertical e horizontal. Pode ser necessário repetir as imagens para correção ou realizar uma compressão mais direcionada para melhor visualização”, explicou.

Ultrassonografia das mamas

O ultrassom das mamas é um exame que identifica certos tipos de alterações mamárias e é feito da seguinte forma: “Com a paciente deitada, o médico examinador descobrirá a mama, uma por vez, e o lado descoberto solicitará que coloque o braço atrás da cabeça e passará o aparelho chamado transdutor, após aplicar o gel que possibilita a movimentação do transdutor na mama”, detalhou o ginecologista.

O profissional examinará toda a mama, algumas vezes, sendo necessário também o exame das axilas somente com o aparelho. Não há a necessidade do toque com as mãos. 

Ultrassonografia endovaginal

Acompanhada pela secretária, a paciente será solicitada a trocar de roupa e vestir uma vestimenta própria. Se necessário, ela também será orientada a urinar antes do exame. Em seguida, começam os primeiros passos do exame:

“A paciente será colocada em posição ginecológica, com o médico usando luvas descartáveis. O transdutor, devidamente protegido com uma camisinha masculina e revestido por gel, será introduzido na vagina. O exame pode causar algum desconforto, dependendo da condição da paciente, e ela deve informar ao médico se sentir dor ou qualquer incômodo. Após o término do exame, a paciente será orientada a trocar e vestir sua roupa novamente”, explicou Fábio.

O que o médico não pode fazer em uma consulta ginecológica

Uma consulta ginecológica deve ser um momento de cuidado e respeito mútuo entre paciente e médico. Qualquer ato que foge do passo a passo acima explicado pelo médico, pode ser considerado um sinal de alerta, entre eles:

- Realizar procedimentos sem consentimento: antes de qualquer exame ou procedimento, o médico deve explicar o que será feito e precisa ter o consentimento da paciente para realizá-lo. A paciente tem o direito de recusar qualquer procedimento com o qual não se sinta confortável.

- Faltar com o respeito: o médico deve tratar a paciente com respeito e dignidade em todos os momentos. Comentários inapropriados sobre seu corpo, atitudes condescendentes ou qualquer forma de desrespeito são inadmissíveis e precisam ser denunciadas.

- Negligenciar a presença de uma acompanhante: em situações de exame íntimo, é recomendável a presença de uma acompanhante, como uma enfermeira, para garantir a segurança e o conforto da paciente. Por isso, caso se sinta insegura, chame alguém para lhe acompanhar e exija esse direito do médico.

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