Dra. Leninha Wagner é PhD em neurociências, possui formação em neuropsicologia, é Doutora em psicologia, Mestre em psica...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNo início de um relacionamento, tudo parece perfeito: existe admiração, desejo e uma vontade constante de estar junto. Mas, com o tempo, a intensidade daquela fase inicial vai diminuindo. Pequenas manias que antes passavam despercebidas começam a incomodar e, gradualmente, a rotina acaba tomando conta daquele casal.
Segundo Laura Martínez Alberola, psicóloga e sexóloga da Mente y Menta, essa é uma fase comum, mas perigosa. A monotonia, somada à ausência de intimidade, pode criar um distanciamento irreversível entre o casal.
A falta de sexo, nesse contexto, pode se tornar o gatilho para questionar se o relacionamento ainda faz sentido. Vamos explorar com mais detalhes quando essa situação pode ser um motivo válido para repensar sua relação.
Leia mais: As pessoas com relacionamentos felizes costumam ter esses 5 comportamentos sem perceber
Falta de sexo em relacionamentos: pode ser um problema?
A falta de sexo em um relacionamento pode sim se tornar um problema, mas não existe uma resposta única para todos os casais. Enquanto algumas pessoas têm uma vida sexual mais ativa, outras podem experimentar momentos de menor frequência nas relações.
De acordo com a psicóloga Leninha Wagner, em um artigo anterior ao MinhaVida, um casamento sem sexo pode ser motivado por uma série de fatores que vão desde disfunções sexuais, falta de libido, estresse, cansaço, preferências pessoais e até aspectos culturais, como religiosidade.
“A felicidade em um casamento não depende apenas da atividade sexual, mas de uma combinação de elementos que fortalecem a conexão emocional e o companheirismo entre os parceiros”, ressaltou a especialista.
Já a especialista Martínez Alberola ressalta que o desejo precisa de atenção e estímulo. Pequenos hábitos, como ler romances eróticos ou assistir a filmes com cenas de sexo, podem ajudar a reacender a chama e tornar a sexualidade parte do cotidiano. Além disso, conhecer e explorar o próprio corpo, através de toques é uma forma de despertar o desejo e melhorar a comunicação sexual com o parceiro.
Martínez diz que quando isso acontece, a conexão entre o casal também pode enfraquecer. Ainda que não exista uma fórmula mágica para a quantidade de sexo "ideal", a intimidade gerada por esses momentos é essencial para fortalecer o vínculo entre os parceiros.
Por outro lado, quando há uma disparidade no desejo sexual, o desafio é encontrar um meio-termo. Isso envolve concessões de ambos os lados, sem esperar que uma pessoa sempre ceda completamente às necessidades da outra. Para chegar a esse equilíbrio, é fundamental que o relacionamento esteja ancorado em pilares sólidos, como respeito, comunicação e compromisso.
Se esses elementos faltam, o desequilíbrio sexual pode desgastar o relacionamento e até levar à separação, como exemplifica Martínez. Nesse cenário, ceder um pouco e buscar atividades que reforcem a conexão do casal pode fazer toda a diferença, transformando um possível problema em uma oportunidade de fortalecimento mútuo.
Terminar ou não o relacionamento por falta de sexo
Quando a questão da falta de sexo surge em um relacionamento, ela pode levantar muitas dúvidas e preocupações. É natural que, diante de uma situação dessas, a primeira pergunta que venha à cabeça seja: "Devo terminar o relacionamento?". No entanto, essa decisão não é simples, e muitos fatores precisam ser considerados antes de chegar a uma conclusão.
Uma das primeiras coisas a se pensar é se a falta de desejo sexual está diretamente relacionada à perda de atração pelo parceiro. Muitas vezes, as pessoas chegam a essa conclusão de forma automática, sem realmente analisar o contexto. Mas, como explica o especialista, "não querer fazer sexo com seu parceiro não implica diretamente que você não o ama mais." A vida é cheia de altos e baixos, e o desejo sexual pode ser afetado por vários fatores externos, como o estresse do trabalho, responsabilidades diárias, ou mesmo a exaustão emocional. O sexo, embora importante, é apenas uma parte da intimidade.
Outro fator a se considerar é a rotina. Muitos casais caem em uma repetição de hábitos que podem esfriar a relação. A paixão intensa do início não dura para sempre, e isso é perfeitamente normal. Conforme os anos passam, os relacionamentos evoluem, e o desejo sexual pode não ser mais o mesmo. Mas isso não significa que o relacionamento esteja condenado. O importante é perceber que ter mais sexo não é necessariamente sinônimo de felicidade. Muitas vezes, é preciso reconectar-se emocionalmente antes de esperar que a vida sexual volte ao ritmo anterior.
Agora, se você percebe que o desejo sexual está presente em você, mas direcionado a outras pessoas, enquanto o interesse pelo seu parceiro parece ter desaparecido completamente, é um sinal de alerta. Nesses casos, pode ser o momento de refletir sobre o que está acontecendo emocionalmente entre vocês. Será que a falta de desejo é um reflexo de um distanciamento mais profundo? Ou será que há aspectos do relacionamento que ainda podem ser melhorados?
É nessa fase que pode ser útil buscar a ajuda de um profissional de sexologia, alguém que pode ajudar a entender melhor os fatores em jogo e oferecer estratégias para reavivar a chama do relacionamento. No fim das contas, terminar ou não o relacionamento por falta de sexo não é uma decisão que deve ser tomada de forma impulsiva. A resposta envolve uma série de questões emocionais, íntimas e até mesmo práticas. O importante é abrir o diálogo e estar disposto a trabalhar naquilo que ainda tem valor para vocês.
Antes de tomar qualquer decisão, converse com o seu parceiro
Antes de se precipitar ou agir por conta própria, vale muito a pena seguir uma regra básica, mas fundamental: converse com seu parceiro.
Muitas vezes, os problemas que surgem em uma área, como a vida sexual, estão conectados a outras questões mais profundas, como a confiança, a comunicação e o respeito. Se algo não vai bem, pode ser um sinal de que é hora de ambos se sentarem e terem uma conversa franca e honesta sobre o que esperam do relacionamento. Ser realista sobre as expectativas e necessidades de cada um é essencial para fortalecer a relação.
A chave para manter um relacionamento saudável é não dar a outra pessoa como garantida. Mesmo quando o amor parece sólido, é necessário cuidar da parceria da mesma forma que cuidamos de outras pessoas importantes em nossas vidas. Relacionamentos não funcionam no piloto automático — é preciso se reinventar, testar novas formas de se conectar e encontrar maneiras de evoluir juntos.
Mas o diálogo não deve ser unilateral. Entender o que o outro precisa e se esforçar para se comunicar de forma aberta cria um ambiente de confiança. Se, mesmo com todo esse esforço, o casal se depara com diferenças irreconciliáveis, pode ser o momento de aceitar que nem sempre as coisas se resolvem como esperamos. Nesses casos, a melhor decisão talvez seja reconhecer o fim de um ciclo e seguir em frente, com respeito e maturidade.
Leia também: Para começar um novo relacionamento depois dos 40, você deve seguir as 5 dicas desta terapeuta