
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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As plantas são seres vivos que nascem, se alimentam, crescem e morrem. O que nem sempre fica claro é que a comida delas não é a mesma que a nossa — e é por isso que não é uma boa ideia jogar restos de caldo, cascas de ovos ou outras sobras diretamente no solo; isso pode, aos poucos, prejudicá-las. O que podemos usar é o pó de café, mas não de forma direta. Existem maneiras mais eficazes de aproveitá-lo.
Jogar borra de café na terra das plantas é um hábito bastante comum, quase como um costume herdado das avós, que certamente todos nós já vimos em nossas famílias. No meu caso, minha mãe repetia esse gesto — e continua repetindo. Todas as manhãs, o mesmo ritual: terminar o café da manhã e esvaziar o filtro da cafeteira italiana diretamente no jardim. Ela nunca teve certeza se aquilo fazia bem, mas o aroma suave que ficava no quintal era agradável.
Esses resíduos que costumamos evitar desperdiçar podem, sim, ser reutilizados em benefício das nossas plantas ou do jardim — desde que observadas algumas características específicas. Como explicam diversos horticultores e especialistas à Martha Stewart, é preciso considerar o nível de pH do solo, bem como o tipo de cultivo ou planta. Além disso, é importante lembrar que o café é rico em nitrogênio.
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Plantas de jardim que se beneficiam do café
Espécies que se desenvolvem melhor em solos ácidos podem se beneficiar da borra de café misturada na terra. Bordos, hortênsias, rododendros, samambaias, feijões, frutas cítricas, mirtilos, framboesas, morangos, cenouras, erva-doce e beterrabas são consideradas plantas acidófilas. Algumas variedades de tomate também toleram um pH moderadamente ácido, embora nem todas.
O ideal é adicionar a borra de café aos tomates no início da temporada, antes que comecem a frutificar, quando ainda demandam mais nitrogênio. Nunca use em plantas que preferem solos mais alcalinos, como ervas, lavanda ou gerânios.
Transforme o pó em composto
A técnica mais segura e eficaz é compostar a borra de café antes de usá-la como adubo. A compostagem deve equilibrar elementos ricos em nitrogênio, como o café, com materiais ricos em carbono, como folhas secas.
Aproveite, por exemplo, folhas caídas ou podadas das suas plantas, ou mesmo folhas de vegetais que não serão consumidas. Procure manter uma boa proporção e evite adicionar café em excesso: ele não deve representar mais do que um quinto do total do composto.
Fertilizante e controle de pragas
Não é recomendado jogar o pó de café diretamente da cafeteira na terra, pois a umidade pode compactar o material, criando uma barreira que dificulta a penetração de água e ar, além de favorecer o aparecimento de mofo e bactérias.
O ideal é acumular uma boa quantidade de borra, deixá-la secar espalhada em um prato ou bandeja por alguns dias em temperatura ambiente, de preferência ao sol. Depois de seca, pode ser distribuída sobre a superfície do solo — mas evite colocá-la muito próxima aos caules e misture levemente à terra para facilitar a absorção. Além de fertilizar, o pó de café pode ajudar a afastar lesmas, caracóis e outros visitantes indesejados.
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