Como prevenir o câncer de mama: da alimentação à mamografia

Apesar de ainda não ter sido descoberta a causa principal para o desenvolvimento do câncer de mama, já foram mapeados fatores de risco. Muitos deles são preveníveis, como colesterol alto, alcoolismo e tabagismo. Com isso, é possível definir atitudes que ajudam a prevenir o surgimento da doença.

A seguir, confira as principais formas de prevenir o câncer de mama:

1. Alimentação saudável;
2. Exercícios físicos;
3. Não fumar;
4. Não ingerir bebidas alcóolicas;
5. Reduzir o estresse;
6. Realizar mamografia;
7. Amamentar.

1. Alimentação saudável

A alimentação saudável, além de ajudar a controlar o peso, a evitar a obesidade e o colesterol alto, melhora o funcionamento do organismo e a absorção de nutrientes que previnem o desenvolvimento de células cancerígenas.

“Alimentação sempre valorizando a natureza, com proteína animal, verduras, legumes e fruta. Sempre priorizando a própria fruta ao suco da fruta”, orienta Carlos Machado, médico preventivista.

Mulheres que consomem vegetais com frequência têm até 45% menos chances de desenvolver câncer de mama, de acordo com um estudo realizado pela Boston University. Alimentos como brócolis, mostarda, couve e hortaliças verdes são ricos em glucosinolatos (aminoácidos com um papel importante na prevenção e tratamento do câncer de mama).

A alimentação também é uma grande substituta da reposição hormonal - também considerada fator de risco para a doença. Consuma alimentos com flavonoides, como soja, sementes de linhaça e inhame, pois o nutriente ajuda a reduzir os sintomas da menopausa.

2. Exercícios físicos

Manter o corpo em movimento também é uma excelente tática para prevenir o câncer de mama. Um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute apontou que adolescentes praticantes de exercícios físicos intensos diminuem as chances de sofrer de câncer de mama na fase adulta em até 23%.

Nessa análise, a prática de atividade física deveria começar por volta dos 12 anos e durar, pelo menos, dez anos para que a proteção contra a doença fosse notada. Os exercícios são capazes de reduzir os níveis de estrógeno, hormônio relacionado ao risco de câncer.

Além disso, os exercícios físicos ajudam a “limpar” o organismo, ativando a circulação e eliminando toxinas que podem favorecer o desenvolvimento da doença. “Você se hidrata com bastante água e vai fazer uma atividade física, seja uma caminhada, seja uma corrida, por, pelo menos, uma hora, todos os dias”, indica o médico.

3. Não fumar

Há estudos que sugerem a relação entre o tabagismo e o câncer de mama, mas também existem aqueles que dizem não ter nenhum vínculo. De qualquer forma, segundo o Ministério da Saúde, uma análise conjunta de 14 estudos identificou que mulheres que fumaram por mais de dez anos tiveram o risco aumentado de desenvolver o tumor maligno em 18% - principalmente se a prática se iniciou precocemente, ainda na adolescência. 

4. Não ingerir bebidas alcóolicas

As bebidas alcoólicas também estão associadas ao desenvolvimento de câncer de mama, até mais do que o cigarro. E engana-se quem pensa que essa relação acontece apenas se for um consumo exacerbado. Um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA) observou que a ingestão em níveis mais baixos, equivalentes de três a seis porções por semana, já é suficiente para favorecer a doença.

5. Reduzir o estresse

O estresse, principalmente quando recorrente e em níveis excessivos (caracterizando-se como uma condição crônica) favorece o surgimento de diferentes tipos de doença, inclusive o câncer de mama. Uma pesquisa do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein observou que o estresse crônico aumenta as chances de desenvolver tumores de mama mais agressivos.

Além da psicoterapia, técnicas de respiração, meditação e relaxamento, praticadas em Tai Chi e ioga, por exemplo, ajudam a controlar o estresse e a ansiedade, e podem ser usadas de maneira estratégica para prevenir o câncer de mama.

6. Realizar mamografia

A mamografia é o único exame capaz de detectar a presença do câncer de mama antes mesmo dos primeiros sintomas, facilitando o diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido. A recomendação do Instituto Nacional de Câncer é que a mamografia seja realizada, essencialmente, a cada dois anos a partir dos 50 anos de idade e até os 69 anos. 

Antes desse período, as mamas costumam ser mais densas, reduzindo a sensibilidade do exame e aumentando as chances de falso-negativo ou falso-positivo, além de gerar uma exposição desnecessária à radiação.

Entretanto, caso a pessoa possua histórico familiar, essa periodicidade reduz para um ano - e a idade deve ser dez anos a menos do caso mais precoce da família. Por exemplo: se a mãe foi diagnosticada com câncer de mama aos 50 anos, você deve começar a fazer a mamografia anualmente a partir dos 40 anos.

7. Amamentar

A amamentação também ajuda a prevenir o câncer de mama. Quando a mulher amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de hormônios, como o estrógeno, da sua corrente sanguínea.

Mas essa não deve ser uma das principais formas de evitar a doença, considerando que a amamentação é um processo individual e que depende de uma gestação - e nem todas as mulheres têm o desejo de ser mãe.