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Manter a pele saudável é uma missão que exige diversos cuidados específicos, como uma limpeza adequada, hidratação e a aplicação de protetor solar. Contudo, acrescentar novos ativos na rotina de skincare, como produtos antioxidantes e esfoliantes, pode ser confuso quanto à ordem e ao horário de aplicação.
Nesse cenário, o skin cycling é um método estratégico que foi criado pensando na simplicidade dos cuidados com a pele. Segundo Thaís Matsuda, dermatologista do Fleury Medicina e Saúde, ele consiste em uma programação de quatro noites: duas utilizando ativos mais agressivos, como retinoides e alfa-hidroxiácidos, e outras duas focadas na recuperação da pele.
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Destaca-se que a orientação de um dermatologista é fundamental para avaliar os produtos utilizados e a concentração ideal para cada tipo de pele. Por se tratar de substâncias mais fortes, como os esfoliantes químicos, algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais, como vermelhidão e irritabilidade.
Todavia, se feito com os ativos corretos e na concentração adequada, o skin cycling pode promover alguns benefícios importantes à saúde da pele — especialmente para prevenir processos inflamatórios e casos de acne.
Como funciona o skin cycling?
A programação do skin cycling foi pensada para quatro noites de cuidados, utilizando diferentes produtos e com finalidades distintas. Veja os detalhes:
Noite 1: limpeza à base de esfoliantes
De acordo com Thais, a primeira etapa do skin cycling consiste na limpeza profunda da pele a partir do uso de esfoliantes. Com a remoção das células mortas da pele, os próximos produtos utilizados irão performar de forma mais eficiente, sendo capazes de penetrar mais profundamente na pele.
Os mais utilizados são os alfa-hidroxiácidos, também conhecidos como AHAs, que são amplamente utilizados em formulações cosméticas de peeling superficiais. Entre os principais ativos desse grupo, destaca-se o ácido glicólico, ácido mandélico e o ácido lático. O ácido salicílico também é bastante utilizado para esse fim por conta de sua ação esfoliante e seborreguladora.
Uma das características mais notáveis dos alfa-hidroxiácidos é a capacidade de atuarem nas camadas mais profundas da pele, onde é produzido e armazenado o colágeno e outras proteínas de sustentação. A partir disso, os AHAs contribuem para o clareamento de manchas, combate aos sinais de envelhecimento e o controle da oleosidade da pele. Pessoas com acne também podem se beneficiar dos ativos.
“O médico consegue aumentar ou diminuir a concentração, assim como o tempo de uso, dando assim mais controle no tratamento e oferecendo menos riscos para a pele”, explicou o dermatologista Misael do Nascimento previamente ao MinhaVida.
Noite 2: renovação celular à base de retinoides
A segunda noite de cuidados é focada na renovação celular da pele a partir do uso de retinoides, substâncias derivadas da vitamina A que agem no tratamento de rugas finas, hiperpigmentação, manchas e irregularidades na textura da pele. Eles também são muito utilizados no tratamento de acne, ajudando a reduzir a oleosidade.
Os retinoides são substâncias poderosas para incluir na rotina de skincare, mas que podem provocar irritação em peles sensíveis — o que reforça a orientação de um médico dermatologista.
Antes de aplicar o ácido retinoico ou outro derivado, certifique-se de lavar o rosto com o gel de limpeza de preferência e secar. Para pele sensível, o recomendado é aplicar um hidratante ao redor das áreas específicas, como olhos e ao redor do nariz, antes de colocar o produto. Se sentir que a pele continua seca após a aplicação, é possível hidratar novamente, por cima do retinoide.
Noite 3 e 4: recuperação da pele
A última etapa do skin cycling é focado na recuperação da pele após o uso de ativos mais agressivos. Nesse período, é fundamental que a pele tenha um momento para se recuperar sem o uso de esfoliantes e retinoides. Por isso, evite o uso de qualquer produto com potencial irritante e priorize o uso de hidratantes, pois eles ajudam a reparar a barreira da pele, evitam o ressecamento e melhoram a luminosidade.
“As duas primeiras noites fragilizam um pouco a função de barreira da pele, então a pele vai ficar mais sensível. A terceira e a quarta noite são destinadas a uma hidratação mais intensa da pele, que pode ser feita com ácidos como hidratante, como aqueles que contêm ácido hialurônico”, explica Thais.
O tipo de produtos hidratantes utilizados, como séruns e cremes, também deve ser considerado para cada tipo de pele. Para peles oleosas, produtos oil-free são os mais indicados para evitar o aumento da oleosidade. Peles secas, por outro lado, podem recorrer a hidratantes mais potentes.
Benefícios do skin cycling
O principal benefício do skin cycling é que adotar uma rotina de ciclo da pele pode ajudar a evitar que a barreira da pele seja comprometida devido ao uso excessivo de ingredientes ativos, diminuindo os riscos de irritação.
Após alguns ciclos, problemas como sensibilidade e manchas são amenizados e a pele assume uma melhor textura e hidratação — e com menos oleosidade. O uso de alfa-hidroxiácidos e retinoides contribui para o tratamento de acne, desde que orientado por um dermatologista. O skin cycling também ajuda a prevenir os sinais de envelhecimento precoce.
Por fim, o skin cycling também é uma ótima forma de criar uma programação consistente e que ajuda a pele a absorver os produtos, diminuindo o estresse em relação aos cuidados em geral.
Quem não pode fazer o skin cycling?
A programação do skin cycling deve ser avaliada para gestantes, uma vez que o método consiste no uso de ativos mais agressivos para a pele, como alfa-hidroxiácidos e retinoides. Algumas substâncias podem ser absorvidas a ponto de chegarem até a corrente sanguínea, causando riscos ao desenvolvimento do bebê. Alguns ativos também não devem ser utilizados por lactantes.
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Além disso, o ato de esfoliar a pele duas vezes na semana pode causar irritação em peles mais sensíveis. Nesses casos, o ideal é esfoliar somente uma vez na semana ou pular essa etapa.