Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)...
Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Na última quarta-feira (24), a influenciadora digital Fabiana Justus compartilhou com os seguidores nas redes sociais detalhes sobre o seu transplante de medula óssea. A filha do apresentador Roberto Justus revelou que, mesmo realizando o tratamento contra a leucemia mieloide aguda em um hospital particular, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi o responsável por custear e realizar a chegada da medula ao Brasil.
Fabiana, que foi diagnosticada com o câncer em janeiro deste ano, explicou que o doador da medula 100% compatível foi encontrado fora do Brasil e que todo o processo foi feito pelo sistema público. “Mesmo que seja uma doação no Brasil, você é de São Paulo e seu doador é da Bahia, esse transporte para chegar até você é o SUS. O transporte lá de fora também é o SUS que garante, que faz, que organiza tudo. Todos têm esse direito, é do SUS”, esclareceu.
Saiba mais: Fabiana Justus: veja os próximos ciclos do tratamento de câncer após alta
Como o SUS pode ajudar?
De acordo com Renato Cunha, hematologista e líder nacional de terapia celular da Oncoclínicas, o Sistema Único de Saúde atua na coleta da medula óssea que, em sua maioria, é realizada em instituições públicas cadastradas no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea).
“Existem também outras [instituições de coleta] como laboratórios de HLA que são públicos e privados, centros de transplantes - onde o paciente recebe o transplante - que podem ser públicos e privados, mas a coleta do Redome é feita praticamente em apenas centros públicos”, informa.
Com isso, o órgão público fica responsável por custear todos os fatores que envolvem o processo, como transporte e armazenamento da medula.
Como é feito o transplante de medula óssea?
O transplante de medula óssea é uma opção de tratamento de diferentes doenças do sangue, como a leucemia mieloide aguda. A doação pode ser feita por meio de um familiar compatível ou de um doador anônimo cadastrado no Redome.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o processo se inicia com um tratamento que ataca células doentes e destrói a medula do paciente. O transplante é feito de forma semelhante a uma transfusão de sangue, onde o paciente recebe células sadias que, ao atingirem a corrente sanguínea, circulam e se alojam na medula óssea e começam a se desenvolver.
Saiba mais: Leucócitos: o que são e quando estão altos ou baixos
Quem pode doar?
O especialista explica que os requisitos para se cadastrar para a doação de medula óssea pelo Redome são:
- Ter entre 18 e 35 anos (no entanto, pode ser chamado para ser doador até os 60 anos)
- Ter boa saúde geral
- Não ter nenhuma doença infecciosa em atividade
- Não ter histórico de câncer, HIV, hepatite C e hepatite B crônica
- Não ter realizado quimioterapia
No hemocentro serão cadastradas as informações do doador, que passará por uma triagem e terá 10 ml de sangue coletados para testes. “Essas informações irão posteriormente para um banco e caso você tenha algum receptor compatível, você será chamado para falar sobre a doação de medula”, afirma o hematologista.