Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Com a tecnologia presente em praticamente todos os ambientes, é comum ver crianças grudadas em todo tipo de dispositivo eletrônico. Mas, afinal, quanto tempo é saudável permitir que assistam a programas, usem aplicativos ou joguem videogames? Médicos da Mayo Clinic respondem.
Antes de iniciar qualquer debate sobre métodos de criação, vamos partir da postura da dra. Nusheen Ameenuddin, pediatra da Mayo Clinic em Minnesota: “As telas não são boas nem ruins — tudo depende de como são usadas”.
E como o desenvolvimento de uma criança em idade pré-escolar não é o mesmo que o de uma que está prestes a concluir o ensino fundamental, aqui vão algumas orientações para as diferentes idades:
Para os bebês, o recado é simples e direto: se têm menos de 18 meses, a Academia Americana de Pediatria desaconselha que sejam expostos a telas — exceto em videochamadas com familiares.
No caso de crianças de dois a cinco anos, limite o tempo de tela a uma hora por dia. Busque conteúdos de qualidade — os ideais para essa faixa etária incluem música, movimento e contação de histórias
Além disso, devemos acompanhar as crianças enquanto assistem e, principalmente, ajudá-las a compreender o conteúdo. Segundo a Mayo Clinic, crianças dessa faixa etária aprendem mais quando interagem com os pais, irmãos e outras pessoas do seu convívio.
Crianças maiores, desafios maiores
A situação se complica à medida que crescem. “A qualidade dos meios de comunicação a que as crianças são expostas é mais importante do que o tipo de tecnologia ou o tempo gasto”, afirmam os especialistas.
A tecnologia hoje faz parte da educação. Por isso, não é o mesmo que passar tempo em frente a uma tela realizando atividades escolares interativas ou usá-la para ficar passivo em casa ou em um restaurante. A recomendação é “estimular as crianças a pensar criticamente sobre o que veem na tela.”
Os adultos devem garantir que o uso de dispositivos não substitua “outras atividades importantes, como o trabalho escolar, atividades físicas e, principalmente, o horário de dormir”.
Segurança em primeiro lugar
Algumas dicas importantes de segurança que não devem ser negligenciadas:
- Use controles parentais para bloquear ou filtrar conteúdos inadequados na internet
- Assista aos programas ou teste os jogos antes de permitir que as crianças os usem, para garantir que sejam apropriados, e apoie-se nas classificações indicativas por idade
- Explique a diferença entre conteúdo e publicidade que pode aparecer
- Supervise as crianças enquanto usam qualquer dispositivo
- Evite a reprodução acelerada dos conteúdos
O que acontece se passarem muito tempo em frente às telas?
Cuidar de uma criança pequena pode ser muito complicado para quem precisa conciliar o tempo com trabalho, estudos ou outras responsabilidades. Mas transformar tablets e televisão em babás é uma péssima ideia. Os pequenos que passam muitas horas diante das telas enfrentam riscos à saúde que são difíceis de reverter:
- Obesidade
- Horários inadequados de sono
- Sono insuficiente
- Atrasos no desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais, devido ao menor tempo dedicado ao aprendizado
- Problemas de comportamento e/ou atenção
- Exposição à violência
Se você está acostumando seus filhos, sobrinhos ou irmãos a comerem em frente ao tablet, isolados com fones de ouvido, acaba de ler ótimas razões para abandonar esse hábito. Deixe que eles aprendam a interagir com o mundo ao redor.
Saiba mais: Se o seu filho apresenta esses 7 sinais, tome cuidado! Significa que ele é viciado em telas