Entenda o que é nistagmo, condição que afeta a visão

Você sabe o que é nistagmo? Essa é uma condição caracterizada pelo movimento rítmico, repetitivo, rápido e involuntário dos olhos. Seu nome tem origem grega, “Nystagmos”, que significa “lentos movimentos da cabeça”.

Essas oscilações podem acontecer de diferentes formas: nistagmo horizontal, quando os olhos se movimentam de um lado para o outro; nistagmo vertical, quando as movimentações são de cima para baixo, e nistagmo rotatório, quando os movimentos oculares são circulares.

Existem diferentes tipos de nistagmo com causas diversas. Entenda mais a seguir:

Quais são os tipos de nistagmo?

De acordo com Pablo Rodrigues, oftalmologista na Clínica Spot e especialista em córnea, doenças externas e lentes de contato pelo Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), existem dois tipos de nistagmo: congênito ou adquirido. O nistagmo congênito é mais comum em bebês a partir das seis semanas de vida e pode se manifestar até os seis meses de idade.

“No caso do nistagmo congênito, há crianças com visão anormal, cujos olhos não enviam ao cérebro uma imagem do que estão vendo, e há crianças com visão normal ou quase normal. Esse segundo tipo de nistagmo é mais comum, mas, frequentemente, não tem uma causa identificável”, explica.

Já o nistagmo adquirido ocorre mais tarde, a partir dos seis meses de idade, mas pode surgir a qualquer momento a partir desta fase, inclusive em adultos.

Quais são as causas do nistagmo?

As causas do nistagmo e sua gravidade estão associadas ao tipo da condição e ao momento do surgimento. Em casos congênitos, se destacam fatores como catarata congênita, hipoplasia do nervo óptico, amaurose congênita de Leber, acromatopsia, albinismo oculocutâneo, aniridia, erro refrativo grave (grau alto de óculos), coloboma coroidal, entre outros. “O fator comum em todas essas condições é que elas causam deficiência visual moderada a grave em ambos os olhos desde o nascimento”, explica Rodrigues.

Já nos casos adquiridos, há diversas causas possíveis. “Podem ser desde graus de miopia e astigmatismo elevados a anormalidades cerebrais, efeitos colaterais de medicamentos, câncer, distúrbios genéticos e metabólicos, entre outros”, afirma o especialista. “O nistagmo adquirido pode estar associado a condições médicas graves e, muitas vezes, requer avaliação complementar com exames de imagem e testes laboratoriais”, completa.

Quais são os sintomas de nistagmo?

Os principais sintomas de nistagmo são:

• Fotofobia (sensibilidade à luz);

• Redução da acuidade visual (capacidade dos olhos de distinguir detalhes, formas e contornos de objetos);

• Dificuldade para enxergar no escuro;

• Tonturas;

• Dificuldade de percepção de profundidade;

• Problemas de equilíbrio e de coordenação motora.

Além disso, algumas crianças podem manter a cabeça inclinada para o lado direito ou esquerdo. Isso porque a intensidade do tremor e as oscilações oculares podem variar de acordo com a posição dos olhos. Com isso, alguns pacientes podem inclinar a cabeça para um lado para poderem enxergar melhor, diminuindo as oscilações.

Ao notar alguns desses sinais, além dos movimentos involuntários dos olhos, é importante buscar ajuda médica, especialmente do oftalmologista. O diagnóstico pode ser feito através do exame oftalmológico, porém, a avaliação complementar de um neurologista, além de exames de imagem, podem ser solicitados para descartar outras patologias.

Nistagmo tem cura? E tratamento?

Sim, nistagmo tem cura, conforme afirma Rodrigues. Porém, depende do tipo e da causa. Em alguns casos, é possível curar o nistagmo, enquanto em outros só é possível diminuir seu impacto. Assim, o tratamento está associado à causa que provoca o nistagmo. “Em algumas situações, o tratamento pode ser clínico”, explica.

Os casos de crianças com grau alto de miopia ou de astigmatismo pode ser resolvido com a prescrição de óculos ou uso de lente de contato. “Por outro lado, em outras situações, a cirurgia, geralmente, diminui a inclinação da cabeça, melhorando a aparência estética”, completa.