Graduação em medicina pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Residência médica em Clínic...
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Você conhece os diferentes tipos de diabetes? Todos são caracterizados pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue, condição chamada hiperglicemia, devido à falta ou à má absorção de insulina. O que diferencia cada um deles é a causa e, consequentemente, suas formas de tratamento.
Além disso, alguns fatores de risco e sintomas são divergentes para cada tipo de diabetes. O tipo 1, por exemplo, é mais comum em crianças e adolescentes, enquanto o tipo 2 é mais frequente em pessoas a partir dos 45 anos, com obesidade ou sobrepeso.
Veja quais são os principais sintomas de diabetes
Para te ajudar a entender melhor, o MinhaVida preparou o conteúdo a seguir esclarecendo quais são os tipos de diabetes, suas principais características, causas e formas de tratamento. Confira:
1. Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, em que os anticorpos atacam as células do pâncreas que produzem insulina, hormônio responsável pelo controle dos níveis de açúcar no sangue. Com isso, o órgão não é capaz de produzir quantidades suficientes desse hormônio para reduzir a quantidade de açúcar no sangue, provocando a hiperglicemia.
Esse tipo de diabetes acomete cerca de 5% a 10% dos pacientes com diabetes mellitus. No Brasil, a doença cresce 5% ao ano e atinge 588 mil pessoas até 2022, segundo o Índice Global de Diabetes Tipo 1, lançado pela JDRF, organização global de financiamento de pesquisas sobre a doença.
“O diabetes tipo 1, tipicamente, ocorre em crianças e adolescentes, não tem relação com excesso de peso ou sedentarismo e não costuma ter histórico familiar”, explica Pedro Saddi, endocrinologista do Fleury Medicina e Saúde. Vontade frequente de urinar, fome e sede constantes, náusea e vômito estão entre os principais sintomas de diabetes tipo 1. O tratamento deve ser feito com a aplicação diária da insulina.
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2. Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 é um dos principais tipos de diabetes, representando 90% dos casos no Brasil, segundo dados do Atlas de Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes, em 2021. A doença é caracterizada pela resistência à insulina, o que causa o aumento do nível de açúcar na corrente sanguínea.
Entre os principais fatores de risco para diabetes tipo 2, estão o sobrepeso e a obesidade, histórico familiar da doença, sedentarismo, hipertensão, colesterol alto, consumo elevado de álcool e alimentação não balanceada, rica em carboidratos simples e em alimentos açucarados.
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Qual a diferença entre a diabetes tipo 1 e tipo 2?
A diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2 está, justamente, nas suas causas. Enquanto o tipo 1 é uma doença autoimune, o tipo 2 está mais relacionado ao excesso de peso.
A pessoa com diabetes tipo 2 conseguiu, por muito tempo, produzir insulina em quantidades adequadas para compensar a resistência à insulina relacionada ao excesso de peso e sedentarismo. Porém, ao longo do tempo, ela perde parte da capacidade de produção de insulina, surgindo a hiperglicemia.
“O aumento da glicose no sangue ocorre por um defeito duplo: produção deficiente de insulina e resistência a ação desse hormônio”, esclarece Pedro.
Por isso, o tratamento desse tipo de diabetes consiste no uso de medicamentos para controlar a glicemia e na adoção de uma alimentação saudável, aliada à prática de atividade física.
Entenda, com mais detalhes, a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2.
3. Pré-diabetes
O pré-diabetes é uma condição clínica que precede o diagnóstico de diabetes tipo 2. Apesar de assintomática, essa fase é marcada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, mas sem chegar ao ponto em que o diagnóstico da doença é confirmado.
Por isso, pode-se dizer que esse é um estado “intermediário” entre uma pessoa saudável e uma pessoa com diabetes tipo 2. Se não tratado, o pré-diabetes pode evoluir para a doença. Entre as possíveis causas para a condição, ganho de peso, histórico familiar da doença, sedentarismo e alimentação inadequada estão entre os principais.
O tratamento do pré-diabetes é feito a partir da mudança de hábitos de vida, com uma dieta com redução de carboidratos simples e estímulo à atividade física. Em alguns casos, o médico pode receitar medicamentos para controlar a glicemia e evitar a evolução para a diabetes tipo 2. Portanto, o pré-diabetes é reversível.
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4. Diabetes gestacional
O diabetes gestacional é o aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. A gestação é caracterizada por um estado de maior resistência à insulina, sobretudo na sua segunda metade. Isso, quando associado a outros fatores de risco, pode levar ao diabetes gestacional.
A situação é mais frequente em mulheres acima dos 35 anos, que possuem obesidade ou sobrepeso. A estimativa é que a prevalência de diabetes gestacional no Sistema Único de Saúde (SUS) seja de 18%.
Os sintomas são muito parecidos com os sintomas comuns da gravidez (aumento da vontade de urinar, aumento da fome, ganho de peso e aumento da sede). Por isso, é necessária uma avaliação constante da glicemia para entender se seus níveis estão dentro da normalidade.
Assim como os outros tipos de diabetes, o tratamento é feito a partir da adoção de uma dieta específica, com o consumo de frutas, legumes e grãos integrais e redução da ingestão de carboidratos refinados e doces. A atividade física também é essencial. Em alguns casos, os médicos podem prescrever o uso de medicamentos orais e aplicação de insulina.
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Outros tipos menos comuns de diabetes
Além dos quatro principais tipos de diabetes mellitus há, ainda, algumas outras condições que também são causadas pela falta de insulina ou resistência ao efeito desse hormônio. É o caso de:
- Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): uma condição autoimune, como a diabetes tipo 1, mas que acontece em adultos acima de 30 anos. O tratamento é feito com aplicação de insulina;
- Diabetes tipo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young): um conjunto de tipos de diabetes caracterizado por forte histórico familiar e causado por defeito em um gene específico. Pode estar presente desde o nascimento ou se desenvolver até os 30 anos;
- Diabetes desencadeada pelo uso de medicamentos: normalmente causada pelo uso de corticoides.
Qual o pior tipo de diabetes?
A gravidade do diabetes é mensurada pelo grau de controle metabólico. Quanto mais alto o açúcar, mais grave é o diabetes. O tipo e quantidade de de medicamento utilizado não tem relação com a gravidade da doença.
Com um tratamento adequado pode-se evitar complicações relacionadas ao diabetes como infarto do miocárdio, pé diabético, problemas renais e de visão.
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