
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (2004). Concluiu no ano de 2008 a Residência em Clínica...
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O que é Pré-diabetes?
O pré-diabetes é a situação clínica que precede o diagnóstico do diabetes tipo 2. Neste momento, o corpo começa a dar sinais, principalmente através dos exames de sangue, que os níveis de açúcar (glicemia) estão começando a ficar elevados, e os níveis de insulina também. O pré-diabetes é muito conhecido pelo estado de resistência à insulina, quando o pâncreas passa a produzir insulina em excesso na tentativa de controlar os níveis de açúcar.
Causas
O ganho de peso, a tendência familiar e genética, o sedentarismo e a alimentação baseada em alimentos hipercalóricos estão todos envolvidos como possíveis causas de pré-diabetes. O diabetes é uma doença multifatorial e, portanto, várias causas estão envolvidas em conjunto. Da mesma forma é o pré-diabetes.
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Sintomas
Geralmente o pré-diabetes não é acompanhado de sintomas. É por isso que é uma condição que muitas vezes não é diagnosticada.
Diagnóstico
A glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL indica o estado de glicemia de jejum alterada e também indica a necessidade de realização da curva glicêmica simplificada com 75 gramas de glicose. Se esta curva glicêmica na segunda hora mostrar um valor de glicemia entre 140 e 199 mg/dL, o diagnóstico é pode ser de pré diabetes.
Saiba mais: Glicemia de jejum auxilia no diagnóstico de diabetes
O exame de sangue chamado hemoglobina glicada, se estiver entre 5,8% e 6,4% também pode indicar pré-diabetes.
Fatores de risco
O principal fator de risco é o ganho de peso. Com o aumento do peso, o pâncreas passa a produzir mais insulina na tentativa de controlar os níveis de açúcar. No entanto, o organismo não interpreta este aumento na produção de insulina de forma benéfica, e o estado de resistência insulínica surge, fazendo com que apesar de muita insulina estar disponível, ela acabe funcionando pouco.
Saiba mais: Dez hábitos que previnem o diabetes tipo 2
Outros fatores de risco são casos de doenças na família, hipertensão arterial, síndrome dos ovários policísticos e aumento dos níveis de triglicérides no sangue. Mães que tem filhos que pesam acima de 4 kg também tem maior risco de desenvolver pré-diabetes.
Exames
Pessoas já diagnosticadas com pré-diabetes podem fazer o acompanhamento da doença com a dosagem de glicemia e hemoglobina glicada. Se necessário é realizado o cálculo do índice HOMA – IR, que mede, através da insulina no sangue e da glicose, a capacidade de resistência ou se sensibilidade à insulina de cada um.
Buscando ajuda médica
O ganho de peso progressivo e alterações nos níveis de glicose no sangue nos deixam alertas para a possibilidade de pré-diabetes. Se você tem casos de diabetes na família, também é importante procurar orientação médica.
Tratamento
Na maior parte dos casos o tratamento do pré-diabetes vai se iniciar com as orientações para modificação de hábitos de vida: dieta com redução de calorias, gorduras saturadas e carboidratos, principalmente os simples, além do estímulo à atividade física. Em alguns casos, o médico responsável poderá optar, junto com o paciente, por iniciar tratamento com medicação para prevenir a evolução para o diabetes.
Nos pacientes com pré-diabetes, se estão em sobrepeso ou obesidade, a perda de cerca de 5% a 7% do peso corporal já leva a uma melhora metabólica importante. Com o uso de medicação de forma associada, também é possível evitar a progressão do pré-diabetes para diabetes em muitos casos.
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Prevenção
A receita é controle da alimentação, buscando alimentos saudáveis, verduras, legumes e carnes magras, juntamente com a redução das gorduras saturadas e carboidratos simples. Prática de atividades físicas e exames regulares de check-up também são medidas efetivas para a prevenção do pré-diabetes.
Convivendo (Prognóstico)
As mudanças do estilo de vida são o pilar do tratamento do pré-diabetes. Sabendo que é um quadro reversível, a preocupação é que o paciente adote novos hábitos saudáveis para o resto da vida. Atividades físicas programadas e não programadas como subir e descer escadas, dieta com redução de carboidratos simples e troca por carboidratos complexos, diminuição do consumo de gorduras saturadas e aumento do consumo de fibras e carnes magras, enfim, estas medidas somadas à avaliação médica regular e na maior parte dos casos, além da perda de peso vão levar ao controle e muitas vezes à regressão do pré-diabetes.
Complicações possíveis
A principal complicação do pré-diabetes é o surgimento de diabetes. Infelizmente é uma evolução progressiva do pré para o diabetes, pois a maior parte dos pacientes, infelizmente, ou não tem o diagnóstico do pré-diabetes em tempo hábil ou acaba não aderindo de forma definitiva às modificações propostas.
Referências
Andressa Heimbecher, endocrinologista Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (CRM/SP 123579)