Pós Doutorado na FMUSP. Post-doctoral Clinical and Research fellow no Hospital Clínic Barcelona. Master in Translational...
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iApós descobrir que seu câncer voltou em quatro lugares diferentes, Preta Gil concluiu esta semana a primeira etapa do novo tratamento oncológico. De acordo com a cantora, a metástase se espalhou no peritônio, no ureter e em dois linfonodos. Mas o que isso significa do ponto de vista médico?
Para entender melhor o estado de saúde da cantora e os próximos passos de seu tratamento, o MinhaVida entrevistou o especialista Lucas Nacif, médico cirurgião gastrointestinal e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Veja o que o profissional falou sobre o caso!
O que é metástase? Especialista explica o caso de Preta Gil
Muita gente tem medo da palavra “metástase”, principalmente quem já passou por um tratamento contra o câncer, assim como Preta Gil. As metástases surgem quando as células cancerígenas se desprendem do tumor primário, entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático, circulam pelo organismo e atingem outros órgãos.
De acordo com o especialista Lucas Nacif, a presença de metástases indica que o câncer está em um estágio avançado, o que geralmente torna o prognóstico mais reservado. “A disseminação para múltiplos locais sugere que o tratamento precisa ser mais agressivo e personalizado para tentar controlar a doença e melhorar a qualidade de vida da pessoa que enfrenta o câncer”, explicou.
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As metástases de Preta Gil estão em quatro lugares diferentes
Em um vídeo publicado em suas redes sociais no dia 26 de agosto, Preta deu mais detalhes sobre seu diagnóstico, dizendo que o câncer voltou em quatro lugares diferentes desta vez: no peritônio, no ureter e em dois linfonodos. O cirurgião gastrointestinal esclarece o que a doença em cada uma dessas regiões significa:
“O peritônio é a membrana que reveste a cavidade abdominal e os órgãos internos. Quando o câncer se espalha para o peritônio, isso pode levar a uma condição chamada carcinomatose peritoneal. Essa condição pode causar sintomas como dor abdominal, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e afetar a função dos órgãos internos”, detalhou.
Sobre o ureter, Lucas explica que é o tubo que transporta a urina dos rins para a bexiga. “A presença de câncer no ureter pode causar obstrução urinária, provocando dor e afetando a função renal. Pode ser necessário um tratamento específico para aliviar a obstrução e manter o fluxo urinário de forma adequada”.
Quando o câncer se espalha para os linfonodos, o médico conta que isso indica que a doença está se disseminando além do tumor original: “Linfonodos são pequenas glândulas do sistema linfático que ajudam a filtrar fluidos corporais e combater infecções. O envolvimento de linfonodos geralmente sugere um estágio mais avançado do câncer e pode indicar a necessidade de um tratamento terapêutico mais agressivo”, revelou.
O tratamento mais indicado para pacientes com metástase
O tratamento contra o câncer com metástase pode variar bastante, incluindo cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Lucas explica que a cirurgia pode ser indicada para remover metástases localizadas ou aliviar obstruções, mas que a decisão de operar depende da localização e da quantidade de metástases. Além do procedimento cirúrgico, o especialista dá detalhes sobre os outros tratamentos disponíveis para esse caso:
“A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas em todo o corpo e é frequentemente usada para câncer metastático; ela é especialmente útil quando as células cancerígenas se espalham para vários locais. A radioterapia emprega radiação para tratar metástases em áreas específicas, como os ossos ou órgãos internos, e pode aliviar sintomas como dor. Já a imunoterapia ajuda a estimular o sistema imunológico do paciente a atacar células cancerígenas. A eficácia da imunoterapia depende das características do câncer e do perfil imunológico do paciente”, finalizou.
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