
Médico infectologista diretor da divisão médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Tem residência Médica em Inf...
i
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i
O ator Guilherme Fontes levou um susto no último domingo (15), ao ser picado por uma jararaca perto de sua casa, localizada em uma área rural na zona sul do Rio de Janeiro.
O acidente, que poderia ter sido mais grave, teve um desfecho um tanto inusitado: mesmo sentindo muita dor, o artista — que até hoje é conhecido por interpretar o Alexandre na novela A Viagem — explicou em um vídeo no seu instagram que conseguiu manter a calma e ainda levou a cobra, dentro de uma sacola, até o hospital.
Mas por que ele fez isso? A atitude, apesar de incomum, tem uma explicação importante e pode até salvar vidas, conforme explica um infectologista.
Por que o ator levou a cobra para o hospital?
Levar a cobra ou, pelo menos, tirar uma foto dela ajuda os profissionais de saúde a escolherem o soro antiofídico correto. “Existe um soro específico para cada gênero de serpente, por isso identificar o animal envolvido no acidente é fundamental para agilizar e direcionar o tratamento”, explica o infectologista Ralcyon Teixeira, em um artigo para o MinhaVida.
O especialista reforça, no entanto, que isso só deve ser feito com segurança. “Se possível, e se não houver risco, leve o animal envolvido no acidente em um transporte adequado, para que ele seja reconhecido em local especializado.”
Segundo o Instituto Butantan, após um acidente com cobra, a pessoa deve lavar o local da picada com água e sabão, manter-se deitada com o membro afetado elevado e procurar o hospital mais próximo o quanto antes.
O tratamento para picada de cobra
Ao contrário do que muitos ainda acreditam, picada de cobra não se trata com receitas caseiras. “As pessoas ainda cometem equívocos graves, como usar torniquete, cortar ou sugar o ferimento e aplicar substâncias caseiras, como pó de café ou urina. Essas práticas aumentam o risco de infecções e podem piorar o quadro”, alerta o infectologista Ralcyon Teixeira.
A abordagem recomendada começa com a identificação do tipo de cobra, para a administração do soro correto, e com a ida imediata ao hospital. Quanto antes o antiveneno for administrado, maiores são as chances de recuperação, conforme explica o especialista:
“O tratamento consiste em caracterizar o tipo de acidente e o animal envolvido, realizar medicações para dor, hidratação e administrar precocemente o antiveneno”, afirma o médico.
Leia também: O homem que foi mordido centenas de vezes por cobras venenosas abre caminho para um antídoto universal.