

A preocupação com o impacto do uso de telas no desenvolvimento das crianças nos leva a uma realidade que pode ser muito diferente para a Geração Beta, composta por crianças nascidas a partir deste ano de 2025.
Ao contrário de como a Geração Alfa cresceu em um mundo interconectado, a infância das novas gerações deverá permanecer mais próxima daquela da década de 1950. Trata-se de um freio que, longe de ser hipotético, já está em andamento.
O governo francês, por exemplo, pretende coibir o uso de telas por crianças, o que, segundo especialistas, é altamente suspeito de causar atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios do sono e diminuição da capacidade de atenção. Eles também querem fazer isso por lei, afetando todos os ambientes possíveis, tanto na escola quanto em casa.
No Brasil, algo também já está sendo feito. Em janeiro de 2025 foi sancionada a lei que restringe o uso de celulares por crianças e adolescentes em escolas públicas e privadas. Tanto nas salas de aulas, quanto no espaço de recreio.
Leia também: Quer reduzir o tempo que seu filho fica no celular? Temos DUAS dicas que podem ajudar!
Telas e crianças: um alerta para ficar atento
A abordagem defendida pela Ministra da Saúde da França, Catherine Vautrin, prevê a proibição do uso de telas por crianças de 0 a 3 anos e a restrição do uso até os 6 anos, mas as restrições estão longe de ser limitadas. Com leis que afetariam até mesmo a unidade familiar dentro de casa, ela propõe proibir celulares até os 11 anos, limitar o acesso à internet até os 13 anos e proibir as mídias sociais antes dos 15 anos.
A ministra reconheceu que não se trata de "colocar policiais nas casas das pessoas", mas sim de propor um cenário que os pais possam usar como guia para evitar problemas maiores devido ao acesso cada vez mais precoce à tecnologia. Em última análise, trata-se de um retorno a costumes e práticas pedagógicas mais focadas em experiências sensoriais e no aprendizado lúdico.
Na Espanha, várias comunidades autônomas já começaram a fazer a mudança, e em lugares como Astúrias, Ilhas Baleares, Catalunha, Galícia, Madri, Múrcia e Valência, foram promovidas regulamentações visando recuperar o papel como meio, limitar o número de horas que as crianças passam em frente às telas na escola e revisar até que ponto fazer o dever de casa digitalmente é ou não necessário.
Leia também: Se você se identifica com algum desses comportamentos, talvez tenha se sentido muito solitário quando criança