
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Uma pessoa manipuladora esconde ou distorce informações para obter vantagem própria, e isso pode ser um problema comum no ambiente de trabalho — tanto por parte de colegas quanto de chefes, inclusive quando nós ocupamos posições de liderança.
Saber identificar uma pessoa manipuladora é essencial para reconhecê-la no dia a dia profissional e, assim, evitar que suas estratégias prejudiquem seu desempenho e sua saúde mental.
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O truque mais comum entre manipuladores no trabalho
A psicóloga Claudia Nicolasa, especialista em manipulação e autora do livro "É Manipulação e Você Não Sabe", explicou nas redes sociais que os manipuladores usam diferentes artifícios para confundir suas vítimas. Um dos mais comuns, segundo a especialista, é remover a pessoa dos canais oficiais de comunicação.
Em vez de responder a um e-mail, fazer uma ligação ou discutir o assunto em uma reunião com colegas, o manipulador prefere conversar a sós, indo até o local de trabalho da vítima sem que ninguém esteja presente. O motivo é claro: sem testemunhas ou registros, é mais fácil distorcer os fatos. “Ao não deixar nada por escrito e sem testemunhas, será muito mais fácil confundi-lo, fazer com que você duvide do seu julgamento e da sua memória — e você simplesmente não terá provas para se defender”, explica Nicolasa.
Como se proteger de tentativas de manipulação
Quando isso acontecer, o ideal é sempre tentar retornar à comunicação oficial. “Esse é o melhor conselho para evitar ser manipulado no trabalho”, afirma a psicóloga. A estratégia é simples: se a conversa foi presencial ou por telefone, envie um e-mail registrando o que foi discutido, com o pretexto de dar continuidade ao assunto. Você pode escrever, por exemplo: “Após nossa conversa por telefone, estou enviando este e-mail para registrar os pontos mais importantes que discutimos...”
No meu caso, é algo que sempre faço com clientes que me pedem coisas por telefone e depois se esquecem — ou, misteriosamente, mudam de ideia mais tarde. Levo alguns minutos anotando tudo o que foi conversado, garantindo que minhas palavras não sejam distorcidas. Faço isso até mesmo durante videochamadas, avisando que anotarei os pontos principais para não perdermos nada, com a desculpa de “mantermos alinhamento no projeto”. Assim, sempre há um registro e um histórico do que foi dito, além de provas para evitar qualquer tentativa de gaslighting (“Eu nunca te disse isso / Não falamos sobre isso”) ou outras formas de manipulação.
Quando a manipulação se transforma em assédio
“Toda comunicação verbal pode ser negada e distorcida com o tempo, mas o que é registrado por escrito permanece”, reforça a psicóloga. A manipulação no trabalho pode, inclusive, configurar assédio moral. Ángel Largo García, especialista em comportamento organizacional, explicou ao Business Insider que “qualquer pessoa que busca atingir seus próprios objetivos usando os outros e ignorando suas emoções ou vontades pode ser classificada como manipuladora”.
Se o assédio for recorrente, descubra se sua empresa possui um protocolo para lidar com esse tipo de situação e comunique o representante do seu setor, o Comitê de Saúde e Segurança, caso exista, e o departamento de Recursos Humanos. Essa é a orientação da advogada trabalhista Laura Palma Carpio, sócia-fundadora da Civic Abogados. Se nada disso funcionar, dependendo da legislação vigente, a vítima pode adotar medidas legais, administrativas ou criminais. Informações sobre como proceder podem ser encontradas no site do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional.
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