Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Dificuldade para engolir?
Quem já passou pela situação nada agradável de ficar com um alimento preso na garganta sabe o quanto é aflitivo o momento. O paralisante mal-estar também se estende quando o que foi ingerido "não desce", provocando o engasgamento, ou então com uma tosse que dispara bem na hora da primeira garfada de uma refeição. A dificuldade de engolir os alimentos tem um nome: disfagia. O problema, que atinge principalmente os idosos, indica a alteração na deglutição e pode acarretar em sérios riscos se não for tratada. A disfagia não é uma doença, mas sim um sinal de algum mau funcionamento do esôfago. Ela pode ser causada por distúrbios de ordem neurológicas, mecânicas, psicológicas e também pode decorrer do envelhecimento natural.
Causas
A dificuldade para engolir pode ser causada por inúmeras e diferentes razões. Veja alguns exemplos:
- Doença da coluna cervical
- Distúrbio emocional ou ansiedade
- Comissuras esofágicas
- Estreitamentos decorrentes de exposição à radiação, substâncias químicas, medicamentos, inflamação crônica ou úlceras
- Anel esofágico interior (também conhecido como Anel de Schatzki)
- Tumores
- Divertículo de Zenker
- Acalasia
- Esclerose amiotrófica lateral
- Espasmo esofágico
- Sífilis
- Miastenia grave
- Distrofia muscular
- Esclerose múltipla
- Esôfago em quebra-nozes
- Doença de Parkinson
- Polimiosite
- Esclerodermia
- AVC.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a dificuldade para engolir são:
- Clínico geral
- Otorrinolaringologista
- Gastroenterologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando a dificuldade para engolir começou?
- O problema foi piorando com o passar do tempo?
- Você sente outros sintomas? Quais?
- Você sente dor?
- Você foi diagnosticado recentemente com algum problema de saúde? Qual?
- Você faz uso de algum tipo de medicamento? Qual?
- Você foi exposto à radiação ou à qualquer outra substância química?
- Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? Funcionou?
Buscando ajuda médica
A dificuldade de engolir substâncias líquidas ou sólidas não deve ser negligenciada, mesmo que o problema pareça algo banal. A disfagia pode ser um sintoma de doenças graves, como o câncer de esôfago e o megaesôfago. Quanto mais cedo o distúrbio for diagnosticado, menos chances ele tem de provocar danos irreversíveis.
Passar muito tempo subestimando os sinais do corpo pode ser crucial antes do agravamento de outras complicações. A disfagia denuncia que algo não vai bem no organismo. Para detectar o mal basta fazer uma endoscopia. Em casos de câncer de estômago, ao procurar o médico em estágio inicial, há grandes possibilidades de iniciar um tratamento bem sucedido.
O diagnóstico é fundamental para ampliar as possibilidades de resolução de complicações sérias. Em alguns casos é necessário fazer cirurgias para a retirada do esôfago. No entanto, as intervenções cirúrgicas devem ser feitas em estágios iniciais. Daí a importância de consultar um médico antes de o mal se alastrar. Quando a dificuldade para engolir não é tratada ela pode desencadear uma série de problemas, como desidratação, problemas respiratórios e até desnutrição.
Cuidados
Tratar a dificuldade para engolir requer alguns cuidados, mas a tarefa está distante de ser considerada difícil. Para evitar a desnutrição e engasgamentos consecutivos especialistas recomendam a adaptação da alimentação. Os alimentos sólidos devem ser triturados ou esmagados junto com líquido para que possam ser engolidos com facilidade. Já as refeições frias, como iogurte e vitaminas, podem aliviar a dor provocada pelo distúrbio. Variar o cardápio é importante. A disfagia pode diminuir o apetite, portanto, garantir os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo é fundamental.
Referências
Ricardo Darriba, gastroenterologista
Ministério da Saúde
Federação Brasileira de Gastroenterologia