
Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP e com doutorado em Infectologia na Universidade Federal de São Paulo (U...
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O que é Herpes Zóster?
Herpes zóster (CID 10 - B02), ou cobreiro, é uma infecção viral capaz de provocar bolhas na pele e dor intensa. Pode acometer qualquer região, mas é mais comum no tronco e no rosto. As lesões, geralmente, se manifestam na forma de uma faixa em um dos lados do corpo.
É causada pela reativação do vírus varicela-zóster (o mesmo vírus da catapora) em pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus latente (adormecido) no organismo.
Herpes Zóster pode matar?
Embora não represente risco de vida, o herpes zóster pode provocar a incapacidade física da região acometida devido à dor.
A vacina para herpes zóster diminui as chances de se ter a doença, de apresentar neuralgia pós-herpética (NPH) e induz à redução da dor aguda e crônica associada à doença, enquanto o tratamento precoce reduz a chance de complicações.
De acordo com o Ministério da Saúde, o cobreiro pode levar a complicações e outras formas clínicas graves, inclusive, levar à morte.

Diferença entre herpes zóster e herpes labial
A principal diferença entre a herpes zóster e a herpes labial é que elas são causadas por vírus diferentes. A zóster é causada pelo vírus Varicela-Zóster (VVZ), enquanto que a herpes labial é provocada ou pelo vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1), comumente associado a lesões nos lábios, ou o herpes simples 2 (HSV-2), transmitido sexualmente.
Causas
Qualquer pessoa que teve catapora em algum momento da vida pode desenvolver herpes zóster. Isso porque o vírus fica alojado em gânglios e permanece latente por anos. Eventualmente, ele pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele – produzindo as erupções.
A razão para o cobreiro ocorrer não é clara. Uma das hipóteses é a redução da imunidade, uma vez que a doença é mais comum em pessoas com 60 anos ou mais e/ou com sistema imunológico debilitado.
Herpes zóster é contagiosa?
Ainda que raro, uma pessoa com herpes zóster pode transmitir o vírus Varicela-zóster para quem não está imune.
Isso ocorre por meio do contato direto com as lesões da pele. Uma vez infectada, a pessoa contactante poderá desenvolver catapora e, no futuro, herpes zóster.
Sintomas
Herpes zóster no rosto e corpo
O herpes zóster pode aparecer em qualquer parte do corpo, acometendo geralmente apenas um lado - o esquerdo ou o direito.
É comum a erupção começar no meio das costas em direção ao peito, mas também pode aparecer no rosto, em torno de um olho ou mesmo atingir o nervo óptico.
É possível ter mais de uma área de erupção no corpo (barriga, cabeça, face, pescoço, braço ou perna).
O herpes zoster se desenvolve em fases:
Período de incubação (antes das erupções)
- Dor que se inicia antes mesmo de surgirem as lesões de pele
- Ardor e sensação de cócegas e/ou formigamento na área próxima aos nervos afetados
- Calafrios
- Distúrbio gastrointestinal
Esses sinais podem aparecer alguns dias antes de a erupção acontecer. Os calafrios e dor de estômago, com ou sem diarreia, aparecem poucos dias antes das erupções e podem persistir durante o período das lesões da pele.

Fase ativa
Nesta fase, a erupção aparece. O fluído dentro das lesões é claro no início, mas pode tornar-se turvo após três ou quatro dias. Algumas pessoas podem ter ferimentos mais suaves, quase imperceptíveis. As erupções:
- Podem ocorrer na testa, bochecha, nariz ou em torno de um dos olhos (chamado também de herpes zóster oftálmico)
- São geralmente acompanhadas de dor, descrita como "agulhas penetrantes na pele"
- Vão regredir, gerando uma crosta que persiste por cinco dias em média
Este quadro melhora em cerca de duas a quatro semanas e as erupções podem deixar cicatrizes.
Fase crônica (Neuralgia pós-herpética)
A neuralgia pós-herpética é a complicação mais comum do herpes zóster (acomete de 10 a 15% das pessoas). Dura pelo menos 30 dias e pode continuar por meses ou anos. Os sintomas são os seguintes:
- Queimação e pontadas na área onde ocorreram as erupções
- Dor persistente no local, que pode durar anos
- Extrema sensibilidade ao toque
A dor é mais comum na testa ou no peito e prejudica as atividades diárias, como comer, dormir e trabalhar. Também pode levar à depressão.
A dor da neuralgia pós-herpética pode ser confundida com as típicas de outros quadros, como apendicite, ataque cardíaco, úlceras ou enxaqueca, dependendo da localização.
Diagnóstico
O cobreiro geralmente é diagnosticado com base nas informações coletadas pelo médico e no exame das lesões (diagnóstico clínico). Além disso, o médico pode fazer uma raspagem para obter uma análise laboratorial.
Ao receber o diagnóstico de herpes zóster, você pode ficar com algumas dúvidas a respeito da doença. Desta forma, tenha em mente algumas perguntas que podem orientá-lo na consulta:
- Existem outras causas possíveis para os meus sintomas?
- Minha condição é provavelmente temporária ou crônica?
- Vou me sentir melhor em quanto tempo?
- E se os sintomas não melhorarem?
- Existem restrições alimentares que eu preciso seguir?
- Há algum livro ou outro material impresso que eu posso levar comigo?
- Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer outras perguntas a qualquer momento se você não entender alguma coisa.
Fatores de risco
Os fatores que podem aumentar o risco do herpes zoster aparecer incluem:
- Idade: a partir dos 50 e principalmente a partir dos 60 anos (quanto maior a idade maior é o risco, chegando a 50% de chances nos maiores de 85 anos).
- Doenças debilitantes: enfermidades que debilitam o sistema imunológico, tais como HIV/AIDS e câncer.
- Tratamentos para imunossupressores: como câncer, por exemplo).
- Medicamentos : remédios de uso contínuo que reduzem a imunidade.
Buscando ajuda médica
Procure um médico sempre que você suspeitar de herpes zóster, especialmente nas seguintes situações:
- Se a dor e a erupção cutânea forem perto do olho, pois, se não tratada, a infecção pode causar danos permanentes na região.
- Se você tiver 60 anos ou mais, o que aumenta o risco de complicações.
- Se você ou alguém da sua família tem o sistema imunitário enfraquecido.
- Se a erupção é generalizada e dolorosa.
Tratamento
Não há cura para o herpes zóster, mas o tratamento pode reduzir a duração da doença e prevenir complicações, além de aliviar os sintomas.
Tão logo o diagnóstico seja feito, o médico poderá iniciar o tratamento com medicamentos antivirais. Se o tratamento for iniciado imediatamente após o início dos sintomas (lesões), você tem uma chance menor de sofrer complicações.
Os tratamentos mais comuns incluem:
- Medicamentos antivirais, para reduzir a dor e a duração das lesões.
- Medicamentos para a dor.
- Prevenção das infecções secundárias das lesões da pele.
Tratamento caseiro para herpes zóster
Uma boa maneira de aliviar os sintomas da herpes zóster, é tomando banhos frios ou frescos. Realizar compressas úmidas na região das lesões pode diminuir a coceira e dor.
Medicamentos
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções da bula.
O aciclovir creme é indicado para o tratamento de infecções na pele causadas pelo vírus Herpes simplex, incluindo herpes labial, e o vírus Varicela-Zoster.
Tem cura?
A herpes-zóster, ou cobreiro, é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa a Catapora.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Varicela, apesar de conceder imunidade aos infectados e curados da catapora, ele permanece latente durante toda a vida da pessoa. Assim, quando houver um queda de imunidade, a herpes pode se manifestar.
Quanto não ocorre infecção secundária, as vesículas da herpes zóster se dissecam, formam crostas e se curam num período de duas a quatro semanas.
Prevenção
Vacina
A única maneira de prevenir o herpes zóster é a vacinação. A vacina do herpes zóster está liberada para pessoas com 50 anos ou mais e é administrada em dose única, via subcutânea.
Saiba mais: Vacina contra varicela
Crianças vacinadas contra a varicela também estarão se protegendo de um futuro risco de desenvolver o cobreiro.
Complicações possíveis
As complicações podem incluir:
- Neuralgia pós-herpética.
- Problemas neurológicos, dependendo de quais nervos são afetados.
- Infecções de pele.
- Raramente há uma disseminação do herpes zóster, mas pode ocorrer.
- Herpes zóster oftálmico: erupção na testa, bochecha, nariz e ao redor de um dos olhos, o que pode ameaçar sua visão. Você deve imediatamente procurar a orientação de um oftalmologista.
Referências
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – www.familia.sbim.org.br
Revisado por: Celso Granato, médico infectologista, CRM 34307/SP