
Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em...
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Formada em Publicidade e Propaganda. Antes de migrar para o mundo jornalístico, trabalhou na área de comunicação interna e foi intercambista nos EUA.
iO que é Síndrome das pernas inquietas?
A chamada “Síndrome das pernas inquietas'' é uma condição que faz com que o indivíduo tenha uma vontade incontrolável de mexer as pernas, movendo-as de forma involuntária. Normalmente, esse movimento ocorre quando a pessoa está dormindo, o que pode interferir na qualidade do sono.
Causas
Não se sabe ao certo qual é a causa da síndrome das pernas inquietas. De acordo com especialistas, a suspeita é que a condição esteja relacionada com algum desequilíbrio da dopamina no cérebro, responsável por enviar mensagens que controlam os movimentos musculares do corpo.
Sintomas
O principal sintoma da síndrome das pernas inquietas é a vontade de manter tais membros em movimento constante. Porém, há alguns sinais que podem alertar para o desenvolvimento da condição:
- Começar a sentir a urgência em movimentar as pernas quando se está deitado ou sentado com as pernas dobradas
- Perder essa vontade quando se faz algum movimento intencional com as pernas, como alongá-las, sacudi-las, cruzá-las ou começar a andar
- Sentir piora dos sintomas durante a noite
- Ter crises de movimentos periódicos das pernas durante o sono
Além dessas características, pessoas com a síndrome das pernas inquietas também costumam relatar sensações estranhas nas pernas, pés, laterais do corpo e até mesmo nos braços. Esses sintomas costumam aparecer em forma de :
- Formigamento
- Arrepios
- Fisgadas
- Latejar
- Dores
- Queimações
Diagnóstico
De acordo Gesika Amorim, médica especialista em neurodesenvolvimento, o diagnóstico é feito com a solicitação de exames físicos e neurológicos, além da avaliação clínica de cada quadro.
Entre os principais exames que podem ser solicitados, estão:
- Eletromiografia: agulhas são colocadas no músculo problemático, como um eletrodo, para verificar a atividade elétrica durante as contrações musculares.
- Velocidade de condução nervosa: uma corrente elétrica fraca é usada para estimular os nervos, medindo quanto tempo eles levam para responderem a esse impulso.
- Exames de sangue: o principal objetivo é verificar os índices de ferro no sangue, que podem indicar um quadro de anemia.
Caso o paciente também apresente sintomas de movimentos periódicos das pernas ao dormir, ele poderá ser encaminhado a um especialista em medicina do sono, que irá conduzir um exame de polissonografia. Nele, o paciente é monitorado durante a noite por um aparelho que mede atividade cerebral, batimentos cardíacos, respiração, atividade muscular e movimentos dos olhos.
Segundo o Grupo Internacional de Estudos da Síndrome das Pernas Inquietas, os seguintes critérios devem ser seguidos para o diagnóstico da condição:
- Ter desejo forte e por vezes irresistível de mover as pernas, normalmente acompanhado de uma sensação desconfortável nesses membros
- Sintomas que começam ou pioram quando se está em descanso, como sentado ou deitado
- Sintomas aliviados parcialmente ou temporariamente por atividades como alongamento ou caminhadas
- Sintomas que pioram à noite
- Sintomas que não podem ser explicados por nenhuma outra condição física ou mental
Fatores de risco
Normalmente, a síndrome é identificada em pacientes com um certo tipo de perfil clínico. Dessa forma, é importante entender quais são os fatores de riscos que podem favorecer o surgimento da condição:
- Hereditariedade: ter alguém da família que desenvolveu a síndrome das pernas inquietas após os 40 anos de idade
- Gravidez: muitas mulheres costumam apresentar a síndrome durante a gestação
- Doenças crônicas: o diagnóstico de doenças como diabetes, problemas renais, doença de Parkinson ou neuropatia periférica podem proceder a síndrome
Além disso, a Síndrome das Pernas Inquietas também surge devido às seguintes condições:
- Privação de sono
- Uso de álcool ou cafeína
- Tabagismo
- Obesidade
- Uso de algumas medicações para doenças psiquiátricas
- Anemia
- Processo de retirada de um sedativo
Na consulta médica
Qual médico procurar para o diagnóstico da síndrome?
Especialistas que podem diagnosticar uma síndrome das pernas inquietas são:
- Clínico geral
- Neurologista
Tratamento
Normalmente, a síndrome das pernas inquietas é resolvida com o tratamento da doença subjacente que está causando o problema, como a anemia ou a neuropatia. Entretanto, caso não haja nenhuma condição associada ao quadro, existem tratamentos focados em mudanças de hábitos ou medicamentos.
Técnicas de relaxamento para a síndrome das pernas inquietas
Algumas técnicas podem amenizar ou mesmo solucionar os sintomas da síndrome das pernas inquietas:
- Banhos mornos e massagens, pois relaxam os músculos
- Tratamento com bolsa térmica quente e fria, para reduzir as sensações de formigamento nas pernas
- Técnicas relaxantes, como yoga ou meditação, para redução do estresse, que pode agravar os sintomas do problema
- Higiene do sono, pois a fadiga pode piorar os sintomas da síndrome.
Exercícios regulares e moderados que envolvam alongamentos, feitos sob orientação de um educador físico, também podem melhorar os sintomas. Além disso, pode ser aconselhado por um médico que haja redução no consumo de cafeína.
Medicamentos
Não existem medicamentos feitos diretamente para o tratamento da síndrome das pernas inquietas. No entanto, alguns remédios desenvolvidos para o tratamento de outras doenças têm se mostrado eficazes para o problema.
- Medicamentos que aumentam dopamina no cérebro
- Drogas que mexem nos canais de cálcio
- Opióides, que no entanto podem causar vício se usados em grandes quantidades
- Benzodiazepinas, categoria que engloba alguns relaxantes musculares e remédios para dormir
Referências
International Restless Legs Syndrome Study Group
Clínica Mayo
Manual Merck
Gesika Amorim, médica especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental