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Formada em Publicidade e Propaganda. Antes de migrar para o mundo jornalístico, trabalhou na área de comunicação interna e foi intercambista nos EUA.
iO que é IMC?
O IMC (Índice de Massa Corporal) é uma ferramenta usada para detectar casos de obesidade ou desnutrição em pessoas de diferentes idades.
De acordo com o endocrinologista Mario Kedhi Carra, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), essa é uma medida universal de classificação de obesidade, validada pela Organização Mundial da Saúde.
É possível encontrar o resultado do índice fazendo uma conta que envolve a relação do peso de uma pessoa em quilos com a sua altura ao quadrado.
Para a avaliação de um paciente individualmente, no entanto, ele pode ser falho por não levar em conta a composição desse peso corporal, que pode ser composto por gordura, músculos, água e estruturas ósseas.
Como calcular IMC

O IMC é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Ou seja, de forma mais simples, você multiplica sua altura por ela mesma e depois divide seu peso pelo resultado da última conta.
Por exemplo, uma pessoa com 1,70 m e 70 kg fará o seguinte cálculo:
- Altura multiplicada por ela mesma: 1,70 x 1,70 = 2,89
- Peso dividido pelo quadrado da altura: 70 / 2,89 = 24,22
Logo, essa pessoa tem IMC de 24.
Confira a seguir o que significam os resultados:
Considerações
O IMC não está sempre certo
Infelizmente, a medida de IMC nem sempre representa a realidade. Por exemplo, o músculo é muito mais pesado que a gordura. Logo, um halterofilista terá um IMC muito alto, mas isso não se reflete em obesidade, já que a maior parte de sua massa corporal é formada por musculatura.
É importante levar em conta que a massa corporal é formada por água, gordura, músculos e ossos, e tudo isso precisa ser bem avaliado para medir a saúde de alguém corretamente.
Por isso, é de extrema importância consultar um especialista para que ele possa fazer a análise do IMC junto com outros índices e medidas usados para entender a composição corporal.
Existem alguns outros índices e medidas que podem ser usados, como:
- Medidas antropométricas: Nelas, é usado uma fita métrica e um adipômetro (instrumento que se parece com uma pinça) para medir a circunferência e quantidade de gordura nos braços, pernas e tronco, em alguns pontos estratégicos. Com isso, é possível avaliar onde a pessoa acumula mais peso.
- Bioimpedância: Esse exame, feito por um aparelho que dispara uma descarga elétrica fraca pelo corpo, consegue estimar o percentual de água, massa muscular e massa gorda do organismo.
- Circunferência abdominal: Essa medida ajuda a avaliar a quantidade de gordura visceral do paciente, que é a mais perigosa. Muitas pessoas, por exemplo, podem estar perto do IMC normal, mas, por apresentarem este tipo de acúmulo de gordura, têm um risco aumentado de doenças metabólicas, como diabetes, hipertensão, colesterol ruim alto, etc. Na América do Sul, as medidas ideias são abaixo de 80 centímetros no caso de mulheres e abaixo de 90 cm nos homens.
- Relação cintura-quadril: Esta medida também ajuda a olhar onde está o acúmulo de gordura de cada pessoa. Existem organismos que acumulam mais gordura na barriga (corpo em forma de maçã) e outros que têm mais tecido adiposo nos quadris (corpo em forma de pera). O primeiro tipo tem um risco maior de acúmulo de gordura visceral e de apresentar doenças metabólicas.
Resultados do IMC
O IMC pode trazer os seguintes resultados:
IMC | Resultado |
Menos do que 18,5 | Abaixo do peso |
Entre 18,5 e 24,9 | Peso normal |
Entre 25 e 29,9 | Sobrepeso |
Entre 30 e 34,9 | Obesidade grau 1 |
Entre 35 e 39,9 | Obesidade grau 2 |
Mais do que 40 | Obesidade grau 3 |

IMC abaixo do peso
Estar abaixo do peso é uma condição em que a pessoa pesa menos do que é considerado adequado para aquela altura, idade e sexo.
Esse resultado pode representar alguma doença que está provocando o emagrecimento ou desnutrição.
No caso dos transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa, ainda é indicado o acompanhamento terapêutico. O estresse e a ansiedade também podem afetar a perda de peso, sendo indicadores de que o corpo precisa de tratamento. Estar abaixo do peso pode causar:
- Unhas e cabelos secos e quebradiços
- Pele seca
- Incapacidade de se concentrar
- Esquecimento
- Exaustão
- Irritabilidade
- Perda de apetite
- Dor nas articulações
- Vertigem
- Sensação de desmaio
- Dores de cabeça
Para ter um ganho de peso saudável, não se deve comer somente muitos alimentos calóricos, e, sim, priorizar alguns alimentos com boa quantidade calórica, mas ricos em nutrientes benéficos e com pouca quantidade de gordura saturada (de origem animal) e gordura trans (de industrializados). Confira algumas estratégias interessantes que podem te ajudar nesse processo:
- Alimentos ricos em proteína são grandes aliados: dê preferência às carnes magras (alcatra, filé mignon, maminha, fraldinha) , frango e principalmente peixes e ovos, além de leite e queijos brancos como ricota e minas
- Aposte nas gorduras boas: amendoim, nozes, amêndoa, avelã, castanhas, azeite de oliva, linhaça e abacate
- Aumente o consumo de pães, bolos, massas, mandioca, batata, milho e cereais (arroz, farinha de trigo, fubá, aveia), lembrando sempre de optar pelas versões integrais
- Evite alimentos nas versões diet e light, baixo teor de gorduras, calorias reduzidas
SEU IMC ESTÁ ABAIXO DO PESO? ENTENDA TUDO AQUI
IMC peso normal
Estar dentro da faixa de peso normal significa ter um peso considerado adequado para sua altura, idade e sexo, de acordo com as faixas do IMC - momento de fazer a manutenção do peso.
Para manter o peso, é importante seguir uma dieta balanceada (não basta alimentos corretos, mas também quantidades corretas) para seu organismo. Devem ser avaliados peso, idade, composição corporal, presença de doenças e/ou comorbidades. Pontos importantes para manter o peso:
- Não existe alimento 100% bom ou 100% ruim. Varie ao máximo o seu cardápio e não elimine completamente nenhum tipo de alimento. O equilíbrio entre a quantidade e a frequência com a qual você consome refeições mais calóricas é a garantia do seu sucesso
- Estabeleça uma rotina alimentar
- Analise os rótulos dos alimentos. Muitas vezes, os alimentos light contêm uma pequena diferença na quantidade calórica, que nem compensa a troca
- Praticar atividades físicas de forma regular
- Descanse e durma o suficiente
- Para ter uma alimentação saudável é importante que ela seja muito variada e conte com todos os grupos alimentares. Lembrando que produtos alimentares ultraprocessados, como embutidos, bolachas recheadas, entre outros, não entram na conta
- Aumentar a ingestão de líquidos no dia (mínimo de 2L de água)
SEU IMC ESTÁ DENTRO DO PESO IDEAL? ENTENDA TUDO AQUI
IMC Sobrepeso
O sobrepeso é uma condição em que a pessoa pesa mais do que é considerado adequado para aquela altura, idade e sexo. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares levam ao aumento dessa parcela de indivíduos com sobrepeso a cada ano.
Essa faixa, se analisada junto com outras medidas e índices, pode demonstrar um risco maior de doenças como diabetes tipo 2, dislipidemia (com colesterol HDL baixo e triglicérides altos), ácido úrico aumentado, hipertensão, entre outras.
SEU IMC APONTA SOBREPESO? ENTENDA TUDO AQUI
IMC Obesidade (graus 1, 2 e 3)
Somente o cálculo do IMC não é suficiente para diagnosticar obesidade. Na verdade, para além do IMC, são necessárias as seguintes medidas antropométricas: peso, estatura, espessura da dobra cutânea (bíceps, tríceps, subescapular e suprailíaca).
Depois, é encontrado o percentual de gordura, que se for maior do que 25% a 30%, já é considerado um nível de obesidade. O índice de massa corporal tem que estar maior que 30kg/m².
Saiba mais: Existe relação entre diabetes, obesidade e depressão?
Obesidade grau 1: O tratamento é realizado através de dieta apropriada com avaliação médica em conjunto com a prática de exercícios, desde que o paciente seja avaliado e liberado pelo médico.
Além disso, é preciso que o paciente realize as atividades com o acompanhamento de um profissional de educação física. Em alguns casos avaliados pelo médico, pode-se fazer o uso de remédios para emagrecer para ajudar no controle do peso.
A cirurgia bariátrica também pode ser destinada ao tratamento da obesidade grau 1, que é acompanhada de outras doenças cuja obesidade é um agravante ou doenças associadas ao excesso de gordura corporal.
Mas neste grau de obesidade, os outros meios do controle de peso são priorizados e a bariátrica só passa a ser considerada quando as alternativas primárias são comprovadamente ineficazes.
Pacientes que têm IMC abaixo de 35, sem doenças associadas, devem sem dúvidas tentar o tratamento clínico antes, com chances de conseguir resultados razoáveis.
Obesidade grau 2: Os riscos associados à obesidade de grau II são mais acentuados. Entre eles, estão a esteatose hepática, doenças articulares, hipertensão, diabetes mellitus, síndrome metabólica, cânceres, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, lembrando que estes dois últimos são as principais causas de morte no Brasil e no mundo.
O tratamento desse quadro é dado através de mudanças no estilo de vida, associado ao tratamento multiprofissional com nutricionista, psicólogo e médico.
No caso da obesidade grau II, o uso de medicações para a perda de peso também é um método que pode ser proposto diante de avaliação e acompanhamento médico.
Já a cirurgia bariátrica costuma ser indicada para obesidade grau II quando não há resultados no tratamento convencional nos últimos dois anos e quando está associada a outras comorbidades, ou seja, outras doenças que podem vir associadas ao excesso de peso, que levam a redução da expectativa e da qualidade de vida.
Obesidade grau 3: Entre as patologias associadas à obesidade grau 3, estão os distúrbios hormonais, cardiopatias, morte súbita, dermatites, osteoporose, hipertensão, hepatopatias e insuficiência venosa. Porém, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade de grau III é a principal causa de morte evitável do mundo.
A associação de reeducação alimentar e atividade física têm melhores resultados a curto e médio prazo. Porém, muitas vezes, em pacientes com obesidade grau III, a atividade física acaba sendo bastante restrita, dependendo do grau de excesso de peso e das artropatias associadas.
Nesses casos, esses pacientes podem optar por fazer a cirurgia de redução de estômago para controlar o peso e sair da obesidade. Existem quatro técnicas diferentes de cirurgia bariátrica para obesidade reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical, Bypass Gástrico e Derivação Bileopancreática. A escolha da cirurgia dependerá do quadro do paciente, do grau de obesidade e das doenças relacionadas.
SEU IMC ESTÁ DENTRO DA OBESIDADE 1, 2 OU 3? ENTENDA TUDO AQUI
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IMC infantil
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo. Segundo os dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é possível conferir o índice ideal para crianças até os 15 anos de idade.
- Confira a tabela de IMC para meninos
- Confira a tabela de IMC para meninas
IMC para idosos
Com a idade, a composição corporal muda: os músculos diminuem e o tecido adiposo aumenta. Por isso, o cálculo do IMC é igual, mas os resultados são diferentes em pessoas com mais de 60 anos. Veja abaixo:
IMC | Resultado |
Menos de 22 | Baixo peso |
Entre 22 e 27 | Peso normal |
Acima de 27 | Obesidade |
Isso ocorre porque a magreza excessiva na terceira idade pode estar relacionada ao aumento de chances de queda, fragilidade excessiva ou mesmo pode ser consequência de alguma doença de base.
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Referências
Roberto Zagury, endocrinologista (CRM-RJ 798.274), membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), mestre em nutrologia e professor de pós-graduação em Medicina do Exercício da Universidade de Maringá