Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iBrené Brown é professora e pesquisadora na Universidade de Houston e uma das autoras mais importantes nas áreas de psicologia e pesquisa social. É autora de seis livros e tema de uma das palestras TED mais assistidas do mundo. Mas o que nos interessa nela hoje é como a vulnerabilidade pode nos transformar e influenciar a forma como nos relacionamos com os outros.
Em seu livro "Daring Greatly," no qual explora a vulnerabilidade de maneira única, há um capítulo inteiro dedicado a uma das atitudes mais difíceis que podemos tomar — mas que gera as conexões mais profundas: pedir ajuda. A pergunta "Você pode me ajudar?" é, em nível psicológico e emocional, uma das mais poderosas, genuínas e transformadoras que podemos fazer. Ela é um sinal claro de que possuímos um alto grau de inteligência emocional.
Como pedir ajuda nos conecta a outras pessoas
Edward Deci e Richard Ryan, criadores da Teoria da Autodeterminação, afirmam que um dos pilares do bem-estar psicológico é a conexão interpessoal — e saber pedir e receber ajuda faz parte disso. "O verdadeiro pertencimento e a conexão não acontecem quando fingimos ser fortes, mas quando mostramos que precisamos dos outros", escreveu Brown em seu livro. O momento em que alguém diz: "Não consigo fazer isso sozinho" marca o início da mudança.
A autora explica que a vergonha nos impede de pedir ajuda porque vivemos em uma cultura que valoriza excessivamente a autossuficiência. Somos incentivados a resolver tudo sozinhos, o que faz com que pedir ajuda pareça sinal de fraqueza. "Uma das maiores barreiras à conexão é a importância cultural que damos a 'fazer sozinho'. De alguma forma, passamos a associar sucesso à ideia de não precisar de ninguém. Muitos de nós estamos dispostos a estender a mão, mas somos muito relutantes em pedir ajuda quando somos nós que precisamos. É como se tivéssemos dividido o mundo entre os que oferecem ajuda e os que precisam dela", afirmou ela.
Quando sentimos vergonha, uma das primeiras reações é querer nos esconder. Mas, segundo Brown, “o antídoto para a vergonha é a empatia — e a empatia começa com a vulnerabilidade”. Pedir ajuda é uma forma direta de vulnerabilidade que convida à empatia. Em um dos capítulos sobre vulnerabilidade e relacionamentos autênticos, Brown afirma que se abrir para os outros com um simples “Você pode me ajudar?” cria vínculos reais e significativos.
O especialista em liderança Simon Sinek concorda com Brown. Na conferência Brilliant Minds 2024, ele recomendou fazer a pergunta “Você pode me ajudar?” como forma de fomentar a confiança. “A confiança é construída quando uma pessoa se esforça para pedir ajuda, mesmo quando não quer”, disse Sinek. “Ser honesto sobre suas dificuldades pode ajudar a construir relacionamentos fortes e de confiança”, escreveu a pesquisadora de inteligência emocional Jenny Woo no CNBC Make It. “Pessoas com alta inteligência emocional compartilham abertamente seus desafios. Elas não têm medo de revelar seus medos e fracassos. Enxergam a vulnerabilidade como uma força e um caminho para criar conexões mais profundas.”
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