Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou residência médica em Pediatria pelo In...
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A bronquiolite é uma infecção respiratória comum em crianças de até dois anos e, quando não tratada adequadamente, pode causar sintomas graves. Um deles é o desconforto respiratório, que cursa com dificuldade para respirar, respiração rápida e pele azulada.
Esse sintoma está associado ao maior acúmulo de muco nos bronquíolos, a parte final e menor dos brônquios. Vale lembrar que a bronquiolite é contagiosa e é causada, principalmente, pelo vírus sincicial respiratório (VSR), podendo, em casos graves, levar à internação para tratamento hospitalar.
Mas, afinal, como identificar os sinais de desconforto respiratório? Com a ajuda de especialistas, o MinhaVida listou quatro sintomas relacionados ao quadro para ter atenção. Confira:
1. Respiração ofegante e rápida
De acordo com a pediatra Ana Carolina Linhares, que atende na rede de clínicas médicas Segmedic, no Rio de Janeiro, a respiração rápida e ofegante é um dos principais sinais de desconforto respiratório. Essa condição é conhecida como taquipneia e acontece como uma tentativa do organismo de compensar a falta de oxigênio.
Ou seja, esse é um sinal de que o bebê já está com falta de ar. Por isso, é importante levá-lo ao hospital para que o melhor tratamento seja iniciado. Geralmente, a oxigenação pode ser eficaz.
2. Narinas dilatadas
As narinas dilatadas são outro sinal de falta de ar e desconforto respiratório em bebês e podem vir acompanhadas do batimento das asas do nariz. Esse é um sintoma que está relacionado à dificuldade para respirar e pode ser um indicativo de que a bronquiolite está se agravando.
Saiba mais: Causas e tratamentos para o batimento das asas do nariz
3. Pele azulada ao redor dos lábios
“Os lábios e unhas roxos são sinais de falta de oxigênio em bebês e indicam que a bronquiolite está avançando”, afirma a infectologista Cristiana Meirelles, da Beep Saúde. Essa condição é conhecida como cianose e é típica de insuficiência respiratória e doença pulmonar.
Esse sintoma pode vir acompanhado, ainda, de outros sinais, como falta de ar, sonolência, confusão mental, tosse e febre. Nesse caso, a internação hospitalar é essencial para a reversão e para a melhora do quadro de saúde do bebê.
4. Uso dos músculos do pescoço ou do peito para respirar
Ainda segundo Cristiana, o uso de outros músculos, como os da costela, para respirar e o afundamento do pescoço (conhecido como “retração de fúrcula”) também são sinais de desconforto respiratório. Essa também é uma maneira do bebê de compensar a falta de oxigênio devido à bronquiolite.
“Nesses casos, a internação hospitalar passa a ser necessária. A admissão em UTI para o suporte ventilatório é rara, mas pode ocorrer em até 15% das crianças internadas”, afirma a infectologista.
Como tratar a bronquiolite?
O tratamento para bronquiolite visa o alívio dos sintomas e a prevenção do agravamento da infecção. Como ainda não existe um medicamento específico para a doença, o tratamento é sintomático, ou seja, podem ser usados remédios para diminuir a febre e a congestão nasal, mas eles não combatem o vírus em si.
Antibióticos também não ajudam no tratamento, já que a bronquiolite é causada por vírus. “Excepcionalmente, caso ocorra uma infecção bacteriana secundária à bronquiolite, ou seja, alguma complicação na evolução da doença, como otite ou pneumonia, podem ser prescritos antibióticos”, explica Cristiana.
Além disso, é importante apostar na hidratação, na alimentação equilibrada e na lavagem nasal com soro fisiológico. Em casos mais graves, a fisioterapia respiratória pode ser necessária.
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“A fisioterapia para bronquiolite pode ajudar na mobilização e na eliminação de secreção respiratória e no tratamento de atelectasias [quando uma parte ou totalidade do pulmão fica sem ar], que são complicações comuns da bronquiolite”, explica a infectologista pediátrica.