
Supervisora Terapêutica do grupo Mantevida Psicóloga Clínica Infanto Juvenil formada pel...
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Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.

A hora de colocar os filhos para dormir pode ser um momento desafiador para alguns pais, já que algumas crianças podem relutar em dormirem sozinhas em seus quartos. Esse receio é um comportamento comum na infância, mas também pode representar um sinal de alerta.
Por isso, entender a origem do medo em dormir sozinho é essencial para lidar com o problema da forma mais acolhedora e eficaz possível!
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O que está por trás do medo de dormir sozinho na infância?
De acordo com Camila Mendes Martins, neuropsicóloga do grupo Mantevida, o medo da criança em dormir sozinha muitas vezes está relacionado a elementos do imaginário infantil – fantasmas e monstros –, que pode ser alimentado por conteúdos consumidos, como filmes e desenhos animados.
“A partir dos 3 anos, quando a imaginação da criança se torna mais ativa, esses medos passam a ser mais frequentes — e, em muitos casos, fazem parte do processo natural de desenvolvimento”, explica.
Em casos mais sérios, o receio pode ser origem emocional, como baixa autoestima, insegurança e dificuldade em lidar com a própria imaginação. “Quando a criança não se sente segura consigo mesma ou no ambiente em que vive, tende a buscar mais apoio externo. A hora de dormir, por representar separação e isolamento, pode acentuar essas emoções”, informa Camila.
Como ajudar?
Ter paciência e oferecer acolhimento emocional à criança são atitudes fundamentais para ajudá-la a superar o medo de dormir sozinha. Segundo a neuropsicóloga, algumas estratégias podem ser adotadas, entre elas:
- Estabelecer uma rotina noturna tranquila com atividades relaxantes antes de dormir
- Conversar de forma aberta sobre medos e validar os sentimentos da criança
- Criar um ambiente seguro e acolhedor no quarto com luzes suaves, objetos afetivos e até músicas calmas
- Incentivar a autonomia da criança, permitindo que ela explore o ambiente
- Permanecer ao lado da criança no início, reduzindo aos poucos a presença conforme ela se sinta mais segura
É recomendável buscar ajuda profissional caso o medo persista por um longo período, interfira na qualidade do sono ou nas atividades do dia a dia da criança, ou ainda surjam sintomas como crises de choro e sinais de ansiedade.
“A intervenção de um psicólogo infantil pode ser essencial para compreender as causas mais profundas do medo e orientar os pais com estratégias adequadas”, recomenda a especialista.
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