
Rejane Sbrissa é psicoterapeuta, especializada em terapia para tratamento de obesidade. Baseada em sua própria experiênc...
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Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Ser amante de gatos e ter vários amigos peludos em casa pode fazer com que você seja associada a um dos maiores estereótipos que existem — especialmente se for mulher: a "louca dos gatos". Mas o que há de verdade nisso? Será que você perdeu a cabeça e não percebeu, em meio a tanto ronronar? A psicologia tem algo a dizer sobre isso.
Segundo a ciência, o número de animais que você tem não é, por si só, um sinal de distúrbio. Para os especialistas, o que importa não é a quantidade de gatos. A questão central não é quantos, mas por que — e essa distinção é fundamental.
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Quando ter animais faz bem
Está mais do que comprovado pela psicologia que ter animais de estimação em casa traz benefícios para a saúde mental. Eles ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, melhoram o humor, oferecem suporte emocional que combate sentimentos como a solidão, incentivam o senso de responsabilidade e estão associados a uma maior empatia.
A ideia de que ter vários gatos causa problemas mentais é falsa. Um estudo de 2019, inclusive, desmentiu o mito de que tutores de gatos são mais propensos à depressão, ansiedade ou solidão — como sugerem os clichês. Pelo menos, em condições normais. No entanto, existem situações em que essa relação pode indicar um transtorno.
Síndrome de Noé: o perigo de acumular gatos pelos motivos errados
Em alguns casos, o acúmulo de gatos está ligado a motivos menos saudáveis. Especificamente, à Síndrome de Noé — um transtorno que leva à acumulação descontrolada de animais sob a justificativa de que se está oferecendo abrigo e ajuda, mesmo quando, na prática, os bichos não recebem os cuidados necessários.
“Pessoas com essa síndrome acabam por prejudicar a saúde e segurança de si mesmas e dos animais. Normalmente têm um apego excessivo, vendo-os como extensão de si mesmas”, explica a psicóloga Rejane Sbrissa em um artigo anterior ao MinhaVida.
Como diferenciar um amante de gatos de alguém em sofrimento psicológico
Segundo o Colégio de Veterinários de Madri, a diferença entre um verdadeiro amante de gatos e alguém com a Síndrome de Noé está em algumas características comportamentais. A primeira delas é que o número de animais excede a capacidade de garantir cuidados adequados.
Além disso, essas pessoas costumam negar as condições insalubres em que vivem com seus animais. Enfrentam uma rotina de precariedade, acúmulo e falta de higiene, além de apresentarem isolamento social e rejeitarem qualquer tipo de ajuda. Nesses casos, é essencial buscar apoio profissional em saúde mental.
É importante saber identificar o limite entre o amor pelos gatos (ou por qualquer animal) e um transtorno psicológico. Especialmente para reconhecer quando alguém precisa de ajuda — e, ao mesmo tempo, evitar julgar ou desmerecer quem adota e cuida com carinho dos seus pets. No fim das contas, ter vários gatos não faz de você uma "louca dos gatos", desde que eles estejam ali pelos motivos certos.
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