
Dr. André atende no ambulatório de neuropediatria e neurocirurgia do Hospital São Francisco, unidade de Osasco. Comprome...
i
Garantir uma infância saudável e segura é um dos maiores compromissos que uma sociedade pode assumir. Mas esse direito básico continua distante de ser uma realidade para milhares de crianças brasileiras.
Em especial, aquelas que crescem em contextos de vulnerabilidade, marcados por pobreza, violência, insegurança alimentar e falta de acesso a serviços essenciais, precisam de atenção redobrada e políticas públicas eficazes.
Leia também: Pessoas confiantes evitam essas frases: saiba o que elas dizem no lugar, segundo especialistas
Fatores de risco na infância
A primeira infância, que vai do nascimento até os seis anos, é uma fase determinante para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Nessa etapa, o cérebro está em plena formação e altamente sensível aos estímulos do ambiente.
Quando essas experiências são positivas, como afeto, brincadeiras, alimentação adequada e acesso à saúde, elas constroem uma base sólida para a vida adulta. Por outro lado, a ausência desses estímulos pode gerar prejuízos duradouros, como dificuldades de aprendizagem, problemas emocionais e limitações sociais.
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento infantil estão a desnutrição, a exposição ao estresse tóxico, a negligência e a falta de interações saudáveis com adultos. Esses elementos são mais comuns em contextos de vulnerabilidade social e, por isso, exigem intervenções específicas.
Como apoiar populações vulneráveis
O primeiro passo é garantir o acesso a direitos básicos. Isso inclui mais creches e escolas públicas, acesso à saúde de qualidade, saneamento básico, vacinação em dia e um ambiente seguro para crescer.
Mas também é necessário investir em apoio emocional e psicológico para as crianças e suas famílias. Muitos pais enfrentam dificuldades que vão além da renda, como o desgaste mental e a ausência de rede de apoio, e precisam de orientação, escuta e suporte contínuo.
O fortalecimento de políticas públicas é essencial, mas a responsabilidade também é coletiva. Comunidades, organizações sociais, empresas e cidadãos podem contribuir com projetos de assistência, ações voluntárias e apoio a campanhas de conscientização.
A primeira infância não espera. O que for feito ou negligenciado nesse período refletirá por toda a vida. Se o objetivo é construir um país mais justo e equilibrado, o caminho passa, necessariamente, pelo cuidado com as nossas crianças mais vulneráveis.