

Mudar hábitos de vida e entrar em forma é uma das resoluções de Ano Novo mais comuns. Tanto que estudos têm buscado analisar como alcançar esse objetivo sem desanimar, visto que, para muitas pessoas, entrar em forma significa começar do zero. O motivo é que muitas pessoas não praticam a atividade física necessária para se manter em boa forma, o que representa riscos à saúde física e mental.
E neste mapa do Visual Capitalist, podemos ver quais países não estão praticando exercícios suficientes.

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A recomendação
A Organização Mundial da Saúde recomenda que adultos passem pelo menos 150 minutos por semana praticando atividade física aeróbica de intensidade moderada. Isso inclui caminhada — cada vez mais reconhecida como um exercício altamente recomendado —, mas também natação, corrida ou ciclismo.
Esses 150 minutos semanais devem ser complementados com 75 minutos de atividades como levantamento de peso para fortalecer músculos e articulações. A OMS também afirma que qualquer atividade física é melhor do que nenhuma.
O exercício não só nos mantém mais saudáveis, como também contribui para uma melhor saúde mental, um humor melhor e uma maior resistência a doenças. O problema é que, como mostrou um estudo publicado na revista The Lancet Global Health, grande parte da população não se movimenta tanto quanto deveria.
O estudo
O artigo explora e compila dados sobre atividade física relatada por adultos em diversas pesquisas populacionais. Ao analisar 507 pesquisas em 163 países, com um total de 5,7 milhões de participantes, os pesquisadores conseguiram estimar a prevalência de atividade física insuficiente em todo o mundo entre 2000 e 2022.
De acordo com suas interpretações, em 2022, 31,3% das pessoas em todo o mundo praticavam atividade física insuficiente, ficando aquém das recomendações mínimas da OMS. Em 2010, esse número era de 26,4% e, em 2000, era de 23,4%. Vemos, portanto, uma tendência ascendente, mas também um aumento significativo entre a última década e a anterior. O mapa desenvolvido pela Visual Capitalist compila esses dados e reinterpreta os mapas publicados no próprio estudo.
Em alguns casos, esses dados são devastadores. Em grande parte das Américas, dois terços da população não atendem às diretrizes da OMS. Há exceções, como o México, mas a população também está próxima desse nível de inatividade.
Na Europa, a situação é bastante diversa. A Espanha tem 22% da população que não pratica atividade física suficiente, a França 23%, a Alemanha 12%, a Áustria 20% e a Bélgica 25%. No entanto, há casos como a Polônia com 35% de inatividade, a Itália com impressionantes 40% e Portugal com 52%.
Esses números são impressionantes, mas, no geral, o Oriente Médio e partes da Ásia são os piores infratores. Os Emirados Árabes Unidos são os piores nesse quesito, conforme a análise, com 66% de sua população insuficientemente ativa fisicamente.
O Kuwait não fica muito atrás, com 63%, e o Líbano permanece com 59%. Essa é uma tendência na região, com o Catar com 54% de inatividade e o Iraque e a Arábia Saudita com 52%. Olhando para a Ásia, a Coreia do Sul não se sai muito melhor, com 58% da população não se exercitando tanto quanto deveria.
52% dos japoneses também são mais sedentários do que o normal, e a Índia tem uma taxa de 49%. O caso do Japão é curioso, pois é um país que se orgulha de sua longevidade e de seus programas de exercícios para idosos.
Desigualdades sociais
Falando em idade, ela também desempenha um papel nesses dados. Durante esse período de análise, a atividade física insuficiente aumentou entre aqueles com mais de 60 anos, independentemente do sexo e da região.
Mas também vemos muitos países com cores claras representando que estão, de fato, praticando a quantidade recomendada de atividade física. Alguns deles estão na Europa, como Finlândia (10%), Holanda (9%) e Suécia (8%), entre outros, mas a grande maioria está na África Subsaariana.
Não é que eles estejam mais dispostos a se exercitar do que o resto do mundo; em vez disso, são uma população muito ativa por razões econômicas, já que uma proporção maior da população em países mais pobres está empregada em tarefas como agricultura ou trabalho manual, algo que conta para as estatísticas de movimento.
Porque essas desigualdades sociais, no fundo, estão representadas numa gama muito variada de situações, e no próprio estudo podemos ver que a taxa de atividade varia pouco entre as pessoas com baixos rendimentos, mas que quando a vida é um pouco mais confortável, o sedentarismo também aumenta.
E a conclusão do estudo é que, no final das contas, quase um terço dos adultos no mundo não atingem os níveis recomendados de atividade física, e seria uma boa ideia fortalecer as políticas de incentivo a esse exercício.
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