
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Os avós costumam ser aqueles que mais mimam, que estão sempre prontos para dar uma mãozinha com os netos... Aliás, há estudos que indicam que avós que cuidam dos netos têm uma expectativa de vida até cinco anos maior — e isso também traz muitos benefícios.
Mas, às vezes, por conta das diferenças geracionais ou da experiência de vida, que pode levar a uma postura mais ousada, os avós acabam fazendo comentários que deveriam ser evitados. Vamos deixar claro: isso é algo que especialistas apontam. Neste artigo do HuffPost, Ann-Louise Lockhart, psicóloga infantil e presidente da A New Day Pediatric Psychology, em San Antonio, afirma que “às vezes, comentários não intencionais ou mesmo bem-intencionados de um avô podem criar um ambiente no qual os netos se sintam desconfortáveis ou inseguros”.
Existem pesquisas sobre os conflitos que podem surgir entre pais e avós e suas consequências. Por exemplo, neste estudo realizado pela Universidade de Michigan, especialistas destacam que:
- Quatro em cada dez pais relatam desentendimentos com os avós sobre disciplina, alimentação, uso de telas e outras decisões parentais.
- Entre os pais que pediram aos avós mais consistência nas decisões parentais, 17% disseram que o pedido foi recusado.
- Os pais tendem a limitar o tempo que os filhos passam com avós que não respeitam suas decisões.
Os avós devem estar atentos ao impacto de suas palavras nos netos e no relacionamento entre pais e filhos. Por isso, é importante ter cautela. Para evitar mal-entendidos, reunimos algumas frases comuns que os avós devem evitar — mesmo quando ditas com carinho e boas intenções.
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1. “Quem você ama mais: seu avô ou sua avó?”
Essa pergunta é equivalente a dizer “Quem você ama mais, a mãe ou o pai?”, só que entre os avós. A criança não pensa em quem prefere — ela apenas quer receber amor e atenção de todos os avós. Um avô ou avó que busca validação emocional não deve buscá-la nos netos.
2. “Não conte aos seus pais... Esse será o nosso segredo.”
Nada deve interferir na relação de confiança entre pais e filhos. A criança precisa se sentir segura para contar tudo aos pais. Se os avós transmitem a ideia de que certas coisas não devem ser compartilhadas, isso pode gerar confusão e insegurança.
3. Chantagem emocional: “Se você não fizer isso, vou ficar muito triste...”
A vulnerabilidade que muitas vezes associamos aos idosos pode acabar sendo usada, ainda que sem intenção, para conseguir algo dos netos. Mas é o mesmo tipo de manipulação que as crianças fazem quando pedem algo com olhos de “cachorrinho pidão”, repetindo “por favor, por favor, por favor”. É melhor evitar qualquer comentário que implique chantagem emocional, mesmo que de forma sutil.
4. Comentários inadequados: “Você já tem namorado(a)?”
Essa é uma pergunta clássica dos avós. Quando os netos crescem e entram na adolescência, muitos avós perguntam: “Já está namorando?” ou “Já arrumou alguém?”. Mesmo que a criança ainda seja pequena, esse tipo de pergunta pode ser desconfortável, dependendo da fase ou situação que ela está vivendo. Quando estiverem prontos, serão os próprios netos que trarão o assunto à tona.
5. Quebrar as regras alimentares: “Aqui, experimente isso”, “Comprei tal coisa para você comer...”
Especialmente nos primeiros anos de vida, alguns alimentos podem ser perigosos para as crianças. Especialistas recomendam, por exemplo, não oferecer açúcar antes dos três anos e evitar nozes até os cinco anos. Cabe aos pais definir esses limites. Mesmo que os avós não concordem, é essencial respeitar as escolhas dos pais — e isso vale também para a educação dos filhos. A interferência pode prejudicar a harmonia familiar.
6. “É o que seus pais dizem, mas...”
Uma regra básica: os pais devem ser respeitados em suas decisões. Isso não significa que os avós não possam ter opinião, mas sim que devem evitar desautorizar ou questionar as orientações dos pais na frente das crianças. O bom senso deve sempre prevalecer.
Para muitos, esses limites podem parecer exagerados, mas, no fim das contas, trata-se de respeitar a forma como os pais escolhem criar seus filhos. A frase “pais educam e avós mimam” só vale até certo ponto. O ideal é que haja sempre diálogo e consenso entre pais e avós.
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