
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i
A realidade que vivemos pode parecer muito diferente dependendo do olhar de quem observa. Enquanto algumas pessoas encaram o mundo ao redor com uma atitude positiva e alegre — o que as faz vivenciar a felicidade com mais frequência —, outras tendem a ser dominadas por pensamentos negativos, que costumam expressar verbalmente, e, por isso, tornam-se pessoas que reclamam com regularidade.
Também chamadas de reclamantes crônicos, essas pessoas geralmente compartilham certos traços de personalidade ou características psicológicas, de acordo com evidências científicas sobre o tema.
Leia mais: Pensamentos negativos causados pela ansiedade podem ser evitados com 5 dicas dessa psicóloga
Neuroticismo ou instabilidade emocional
Pessoas com altos níveis de neuroticismo são mais suscetíveis ao estresse e, portanto, reagem de forma mais intensa aos problemas ou desafios do dia a dia. Elas vivenciam emoções negativas, como ansiedade, tristeza, raiva ou irritabilidade, com maior frequência.
Essa tendência a experimentar emoções negativas se reflete em reclamações constantes, expressas por meio da fala.
Ruminação cognitiva
Na psicologia, a ruminação é definida como a repetição de pensamentos que, em geral, não levam a soluções eficazes. Pelo contrário: são pensamentos duradouros, incontroláveis e cíclicos, originados por processos mentais recorrentes e involuntários que surgem durante e após situações percebidas como negativas.
A ruminação cognitiva impede o progresso, fazendo com que a pessoa fique presa aos mesmos pensamentos negativos, sem encontrar saídas.
Quem apresenta esse traço psicológico costuma verbalizar constantemente suas preocupações ou incômodos, tornando-se, assim, alguém que reclama habitualmente.
Pessimismo ou atitude pessimista
Pessoas que enxergam a realidade sob uma ótica negativa e reclamam com frequência tendem a ver sempre o “copo meio vazio”. Essa visão reforça a sensação de impotência e alimenta a insatisfação constante.
Frases como “É tudo culpa minha”, “Tudo acontece comigo”, “Sempre foi assim” ou “Isso sempre me afeta” são comuns entre os pessimistas e contribuem para manter o estado de desconforto.
Baixa tolerância à frustração
A maior sensibilidade ao estresse e os altos níveis de neuroticismo observados em pessoas que reclamam frequentemente estão geralmente associados à baixa tolerância à frustração — ou seja, à dificuldade em lidar com situações que causam desconforto, incerteza ou pequenos contratempos.
Essa característica faz com que a pessoa sinta emoções negativas com frequência diante de desentendimentos ou imprevistos cotidianos, o que estimula as reclamações constantes.
Tendência à vitimização
Além de todos os traços psicológicos mencionados, pessoas que reclamam com frequência costumam sentir que tudo está fora do seu controle e acreditam que seu desconforto é causado por fatores externos — como o destino, outras pessoas ou até o mundo.
Essa percepção contribui para que elas se coloquem no papel de vítima e culpem os outros, o que reforça o mal-estar e a sensação de impotência. Isso estimula a reclamação constante em cada fala ou comentário. Segundo María García Rubio, professora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Internacional de Valência, em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation, “por meio da reclamação, as pessoas buscam aprovação para sua opinião ou percepção”.
Esses são cinco traços psicológicos comuns entre pessoas que reclamam com frequência e costumam sentir desconforto constante. Ainda segundo García Rubio, “a reclamação crônica tem um impacto significativo na saúde emocional, mental e até física”.