Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Atualmente é residente de tomografia cardíaca do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Fez residência em clínica méd...
iO que é Cardiopatia congênita?
A cardiopatia congênita é uma doença caracterizada por um conjunto de anomalias e malformações na estrutura do coração desde o desenvolvimento fetal do bebê. A condição pode provocar sintomas como cianose e cansaço entre mamadas. Alguns sinais podem se manifestar durante a infância ou só na idade adulta.
Causas
A causa da cardiopatia congênita é a malformação do coração do feto. Essa condição pode ser provocada por fatores como:
- Histórico de cardiopatia congênita em outras gestações
- Uso de antidepressivos e anticonvulsivantes
- Uso de drogas
- Fertilização in vitro
- Diabetes tipo 1 ou gestacional
- Lúpus
- Hipotireoidismo
- Hipertensão
- Rubéola
- Sífilis
Saiba mais: Cardiomiopatia hipertrófica: sintomas, tratamentos e causas
Tipos
Tipos de cardiopatia congênita
Os tipos de cardiopatias congênitas mais comuns são:
Cardiopatia congênita cianótica
O fluxo sanguíneo é diretamente afetado, sendo o tipo mais grave da doença. Ela engloba as condições:
- Tetralogia de Fallot
- Atresia pulmonar
- Anomalia de Ebstein
Cardiopatia congênita acianótica
Tipo em que muitas vezes os sintomas não provocam grandes impactos na vida do paciente. Ela agrega as condições:
- Comunicação interatrial (CIA)
- Comunicação interventricular (CIV) (tipo mais comum de cardiopatia congênita)
- Defeito no septo atrioventricular (DSVA)
- Persistência do canal arterial (PCA)
Sintomas
Os sintomas de cardiopatia congênita podem não aparecer até a idade adulta. Eles também podem reaparecer anos depois de fazer algum tratamento para um problema cardíaco. Os sintomas mais comuns são:
- Cianose
- Falta de ar
- Pneumonias de repetição
- Palidez
- Apatia
- Tosse
- Sudorese
- Fadiga ou cansaço entre as mamadas (neonatal)
- Tonturas ou desmaios
- Inchaço de tecido do corpo ou órgãos (edema) por disfunção do músculo cardíaco
Diagnóstico
Cardiopatia congênita em bebês e crianças
Em alguns casos, a cardiopatia congênita infantil pode ser diagnosticada antes do nascimento, em exames pré-natais. Confira:
- Ecocardiograma fetal (Teste do coraçãozinho)
- Ecocardiograma
- Ultrassonografia
Se esse não for o caso, o médico pode suspeitar de um problema ao ouvir um sopro cardíaco durante um exame de rotina. Se houver suspeita de cardiopatia congênita, o bebê ou a criança poderá fazer vários testes para confirmar o problema. Além de um exame físico regular, estes podem incluir:
- Eletrocardiograma
- Radiografia de tórax
- Oximetria de pulso
- Tomografia cardíaca
- Ressonância cardíaca
- Cateterismo cardíaco
Na grande maioria das vezes o ecocardiograma bem feito por um médico especialista na área pode fornecer o diagnóstico. Nos casos em que ele não consegue fornecer as informações necessárias pode ser necessário o uso da tomografia ou da ressonância cardíaca.
Cardiopatia congênita em adultos
Se houver suspeita de cardiopatia congênita, o especialista pode realizar um exame físico, incluindo ouvir o coração com um estetoscópio. Para a confirmação do caso, o profissional pode solicitar exames como:
- Eletrocardiograma
- Radiografia de tórax
- Ecocardiograma
- Teste ergométrico
- Tomografia computadorizada
- Ressonância magnética
- Cateterismo cardíaco
Saiba mais: Saúde cardiovascular: 9 exames preventivos para o coração
Fatores de risco
Em grande parte dos casos é difícil identificar um fator de risco para o desenvolvimento da cardiopatia congênita. No entanto, acredita-se que alguns fatores possam favorecer o aparecimento da condição, como:
- Hereditariedade
- Doenças cromossômicas, como síndrome de Down, síndrome de DiGeorge, síndrome de Marfan, síndrome de Noonan, Trissomia 13 e síndrome de Turner
- Rubéola durante a gravidez
- Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 na gravidez
- Tomar certos medicamentos durante a gravidez é conhecido por causar alterações congênitas, incluindo os cardíacos. Alguns exemplos são o isotretinoína, para o tratamento da acne, e lítio, utilizado para o tratamento de transtorno bipolar
- O consumo de álcool e drogas durante a gravidez também pode contribuir para a cardiopatia congênita
Na consulta médica
Se você foi diagnosticado com cardiopatia congênita anteriormente e não recebeu cuidados de acompanhamento ou desenvolveu complicações deste problema, marque uma consulta médica.
Em casos de cardiopatia congênita infantil, a criança provavelmente vai ser diagnosticada logo após o nascimento ou antes do nascimento como parte de exames de rotina durante a gravidez. Se houver a suspeita de que uma criança tem um defeito cardíaco que não foi diagnosticado nessa fase, marque uma consulta médica.
Especialistas que podem acompanhar e diagnosticar cardiopatia congênita são:
- Pediatra
- Cardiopediatra
- Cardiologista
Buscando ajuda médica
Se você está tendo sintomas preocupantes, tais como dor no peito ou falta de ar, procure atendimento médico de emergência. Se você tiver qualquer um dos sinais ou sintomas de cardiopatia congênita ou receber tratamento para uma alteração congênita no coração quando criança, marque uma consulta médica. O diagnóstico precoce é muito importante para obter qualidade de vida.
Tratamento
Tratamento para cardiopatia congênita
O tratamento da cardiopatia congênita depende do tipo e da gravidade. Em alguns casos de cardiopatia em bebês, a doença se cura por conta própria com o tempo. Em outros casos, podem ser necessários tratamentos como:
- Uso de medicamentos
- Cirurgia cardíaca (procedimentos por cateter, cirurgias de peito aberto ou, nos casos mais graves, um transplante de coração)
Tem cura?
Cardiopatia congênita tem cura?
A cardiopatia congênita tem cura. Em alguns casos leves, a doença se cura por conta própria ao longo dos anos. Em outros, após a cirurgia ou o tratamento medicamentoso, a alteração é controlada.
Saiba mais: Pré-natal: o que é, como funciona e exames necessários
Prevenção
Como a causa exata da maioria das cardiopatias congênitas é desconhecida, pode não ser possível evitar essas condições. No entanto, existem algumas coisas que podem ser feitas para reduzir o risco de cardiopatia congênita em bebês:
- Tomar a vacina de rubéola
- Controlar doenças crônicas, como diabetes
- Evitar substâncias nocivas durante a gravidez
Referências
American Heart Association
Sociedade Brasileira de Cardiologia
BRAUNWALD’S HEART DISEASE 10 edição