Pós-graduada em Nutrição Clínica: metabolismo, prática e terapia nutricional pela Estácio de Sá, em São Paulo. Formada e...
iRedatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
O que é Inanição?
A inanição é definida como a completa falta de consumo alimentício, ocorrendo quando o indivíduo, voluntariamente ou não, para de se alimentar. Esse quadro é considerado grave, já que o organismo precisa buscar por maneiras de combater a fome e desnutrição causadas pela ausência de comida.
"O corpo tenta não ceder a este quadro de inanição desfazendo dos seus próprios tecidos, que serão a principal fonte de calorias para tentar manter todo o organismo funcionando. Este processo causa uma rápida perda de peso, incluindo perda de gordura corporal e massa muscular", conta a nutricionista Simone Silva.
Causas
Os motivos que levam alguém a parar de consumir alimentos podem ser extremamente variáveis. Em países que lidam com a extrema pobreza, por exemplo, milhares de pessoas possuem o quadro de inanição involuntariamente, já que podem passar dias sem acesso a comida.
Além disso, distúrbios alimentares, como a bulimia e anorexia nervosa, podem fazer com que a pessoa deixe de se alimentar com o objetivo de perder peso. Pacientes que enfrentam complicações de saúde que afetam o sistema digestivo também possuem o risco de inanição, como é o caso do câncer de intestino.
Sinais
Os sintomas iniciais de um quadro de inanição são, normalmente, geradas pela fome intensa sentida pelo indivíduo, incluindo:
- Impulsividade
- Irritabilidade
- Apatia
- Hiperatividade
- Desidratação
Quando o período sem alimentação se estende, os impactos se tornam visíveis:
- A massa muscular fica muito reduzida e os ossos ficam salientes
- A região da barriga perde toda a gordura, tornando a cavidade funda
- A pele fica seca, sem elasticidade, pálida e com aspecto envelhecido
- Há queda de cabelo, pois os fios se tornam secos e quebradiços
Tratamento
A retomada da alimentação deve ser realizada de forma lenta e gradual, pois alguns dos impactos causados pela inanição causam mudanças drásticas no corpo de quem sofre com essa condição. O intestino naturalmente começa a se atrofiar após um certo período de inatividade, fazendo com que o organismo possua dificuldade em se adaptar com a ingestão de comidas.
"Se o paciente não necessitar receber alimentação por sonda nasogástrica e apresentar capacidade de ingerir alimento pela boca, é aconselhável iniciar a alimentação com a ingestão de alimentos líquidos, como sopas, sucos e caldos", conta Simone Silva.
O volume dos alimentos deve ser distribuído em pequenas doses, e a textura deve ser dividida em três fases de readaptação: líquido, pastoso e, finalmente, sólido. A especialista explica que os tipos de alimentos devem ser alterados gradativamente de acordo com a aceitação do indivíduo.
"No período de tratamento contínuo da inanição, um paciente pode recuperar de 1,5 a 2,0 kg por semana, até atingir o peso saudável para sua idade e altura", explica.
Complicações possíveis
Desnutrição e inanição
É importante diferenciar a desnutrição e a inanição. No primeiro caso, o organismo sofre com a baixa absorção de nutrientes, podendo ocorrer devido a uma dieta inadequada, como o consumo excessivo de industrializados e fast food, ou problemas de saúde, como intolerância alimentar e anorexia. Já em quadros de inanição, não há a ingestão de qualquer tipo de comida.
Riscos
A ausência de alimentação por um período de 4 a 7 semanas pode levar à morte. Quando o consumo de água também é restringido, os riscos se intensificam e se tornam mais graves. Além disso, a falta de nutrientes torna o organismo mais vulnerável a uma série de infecções e complicações, como a presença de fungos no esôfago, beribéri, pelagra e escorbuto.