
Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP e com doutorado em Infectologia na Universidade Federal de São Paulo (U...
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O que é Malária?
Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por um protozoário do gênero Plasmodium. O mosquito Anopheles costuma ter atividade crepuscular, picando e provocando essas infecções durante o amanhecer e o anoitecer.
Causas
Como é a transmissão da malária?
A transmissão ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium.
Ciclo de transmissão da malária
Ao picar uma pessoa contaminada com o Plasmodium, o mosquito ingere células reprodutoras do protozoário e permite que o agente causador da doença se reproduza dentro dele.
Assim, quando for picar um indivíduo que não tem a malária, o Anopheles distribui representantes do protozoário nessa pessoa e permite que o ciclo de transmissão se mantenha.
Raramente, a malária é transmitida de uma mãe infectada para o feto, por transfusão de sangue contaminado, por transplante de um órgão contaminado ou por injeção com uma agulha previamente utilizada por uma pessoa com malária.
Tipos
Existem cinco espécies de Plasmodium que causam a malária:
- Plasmodium falciparum
- Plasmodium vivax
- Plasmodium ovale
- Plasmodium malariae
- Plasmodium knowlesi (raramente)
No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.
O Plasmodium vivax e o Plasmodium ovale vivem no fígado e, periodicamente, liberam parasitas maduros para a corrente sanguínea, provocando crises recorrentes. O problema desses dois tipos de parasitas é que a forma inativa deles não é destruída por muitos medicamentos contra a malária.
Já o Plasmodium falciparum e o Plasmodium malariae não permanecem no fígado. Este último tipo, no entanto, pode persistir na corrente sanguínea durante meses ou mesmo anos, antes de provocar sintomas.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são:
- calafrios
- febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias)
- dores de cabeça e musculares
- taquicardia
- aumento do baço
- delírios.
No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
Além dos sintomas correntes, há casos de malária em que pacientes apresentam:
- ligeira rigidez na nuca
- perturbações sensoriais
- desorientação
- sonolência ou excitação
- convulsões
- vômitos
- dores de cabeça (podendo chegar ao coma).
Tratamento
O tratamento para malária deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada pelos seguintes aspectos:
- Espécie de plasmódio - dependendo da espécie do protozoário, o paciente vai receber um tipo de tratamento
- Gravidade da doença - pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os parasitos, visando reduzir a letalidade.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de malária são:
- quinino
- mefloquina
- doxiciclina
- cloroquina
- atovaquona-proguanil
- artemisinina
Segundo o Manual MSD, remédios para a malária podem alterar a formação do feto. Por isso, mulheres grávidas que desenvolvem a doença devem sempre realizar consulta médica para saber qual é a melhor forma de tratamento para a malária.
Vale lembrar sempre que somente médicos podem dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Siga sempre à risca as orientações médicas e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consulta médica e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
A malária é um doença tratável e com cura possível. No entanto, quando não tratada em seus estágios iniciais, pode avançar rapidamente.
Prevenção
Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
Medidas de prevenção coletiva: drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
Segundo Celso Granato, assessor médico em infectologia do Fleury Medicina e Saúde, é relativamente comum que as pessoas perguntem aos infectologistas quaisprecauções tomar diante à exposição ao risco de malária por curto período, como emviagens a Manaus ou a alguma localidade do Amazonas onde existem anofelinoscontaminados pelo Plasmódio. Por vezes, essas pessoas vão pescar ou passear pelos rios da Amazônia e podem precisar de uma orientação mais específica.
"Uma forma simples de orientar essas pessoas é sugerir que procurem o Serviço de Auxílio ao Viajante do Hospital Emilio Ribas. Esse serviço funciona muito bem e é gratuito. Além de darem informações e orientações sobre os cuidados gerais (citados acima), eles têm uma série de informações bem atualizadas sobre o tipo de Plasmódio que temos em cada região brasileira e, no caso do Plasmodium falciparum, orientações baseadas na resistência desse protozoário aos medicamentos, o que varia muito de região para região", explica o especialista.
Além disso, o serviço dispõe de informações sobre outros países, africanos easiáticos, para onde turistas brasileiros dirigem-se com frequência cada vez maior.
Referências
Celso Granato, assessor médico em infectologia do Fleury Medicina e Saúde.
Ralcyon Teixeira, médico infectologista - CRM 120762 SP