Entre janeiro de 1996 e agosto de 2003, concluiu o bacharelado em Psicologia pela Universidade Vale do Rio dos Sinos. Po...
iVocê conhece alguém que faz questão de guardar cada centavo? Aquela pessoa ‘pão-dura’, que evita qualquer tipo de gasto e jamais aceita balinhas como troco? Pois é, esse é um tipo de comportamento que, embora pareça inofensivo, vai muito além de uma simples escolha financeira.
Ao MinhaVida, a psicóloga Denise Milk destaca que essa relação rígida com o dinheiro pode estar ligada a questões emocionais, como traumas, inseguranças e até medo de perder o controle.
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Por que algumas pessoas são pão-duras?
Pessoas consideradas ‘pão-duras’ são aquelas que economizam ao máximo, mesmo tendo uma boa condição financeira. Para os demais, esse cuidado com o dinheiro soa exagerado e até compulsivo.
Conforme Denise Milk, em muitos casos, esse comportamento está associado as experiências de escassez, traumas financeiros na infância, medo inconsciente de perder o controle ou de não ter o suficiente no futuro.
“Não é apenas sobre dinheiro: é sobre segurança emocional, controle e, muitas vezes, uma relação distorcida com o valor – próprio e dos outros”, comenta.
Qual é a diferença entre ser uma pessoa pão-dura e econômica?
Ser uma pessoa econômica é essencial para ter uma boa saúde financeira e, por consequência, manter a saúde mental em equilíbrio. Agora, ser uma pessoa ‘pão-dura’ é diferente. De acordo com Denise:
“Ser econômico é agir com inteligência financeira, buscando equilíbrio entre gasto e retorno. É uma competência valorizada no mundo corporativo. Já a ‘pão-durice’ parte de um medo: gasta-se menos não por estratégia, mas por aversão ao risco ou por insegurança interna. O econômico investe onde faz sentido. O pão-duro evita investir até onde seria necessário”.
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A pão-durice pode atrapalhar os relacionamentos?
Pode sim! Embora esse tipo de comportamento vise proteger a saúde financeira, a depender do contexto e da intensidade, ele pode afetar negativamente os relacionamentos. “Relações interpessoais, quando guiadas pelo medo da perda ou pelo controle excessivo, acabam frias e pouco motivadoras”.
Quem é pão-duro precisa de terapia?
Depende! A partir do momento em que esse comportamento exagerado em relação ao dinheiro começa a comprometer relações, decisões estratégicas ou a própria qualidade de vida, a terapia passa a ser uma excelente opção.
“Não se trata de julgar o estilo de vida, mas de entender o que está por trás desse padrão. A psicologia pode ajudar a ressignificar a relação com o dinheiro, com o controle e com o risco, devolvendo leveza, clareza e capacidade de gerar valor de forma mais saudável”, finaliza a psicóloga.
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