Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iComeçar a correr é uma das melhores decisões que você pode tomar para levar uma vida mais ativa, sentir-se em melhor forma e, com isso, envelhecer com mais vitalidade. Mas dar esse passo depois dos 50 não é tão simples quanto começar a correr aos 20 ou 30 anos — especialmente se você leva um estilo de vida sedentário e percebe que fica sem fôlego ao subir escadas ou correr para pegar o metrô.
É claro que, se você já pratica outros esportes ou anda de bicicleta com frequência, pode começar a correr devagar, aumentando o tempo e a frequência aos poucos. Mas se, assim como eu, você está pensando em calçar os tênis de corrida para iniciar suas primeiras corridas depois dos 50 e leva uma vida sedentária, sem estar tão em forma quanto gostaria, surge uma dúvida: devemos procurar o clínico geral ou consultar um profissional antes de começar a correr, para evitar sustos?
Você deve consultar um médico antes de começar a correr?
A resposta para essa pergunta, que muitas pessoas sedentárias se fazem, é sim — pelo menos em certos casos. Santiago Trueba, médico de família, explicou que é importante diferenciar se a pessoa é sedentária ou se "já praticou algum esporte cardiovascular ou de intensidade leve a moderada, mas que exige uma certa dose de atividade física, como o padel, o tênis ou o ciclismo — e se não faz uso de medicamentos nem tem nenhuma doença grave conhecida".
Para pessoas saudáveis ou que já fazem algum tipo de exercício, não haveria necessidade de procurar um médico. Segundo ele, "essas pessoas devem começar com bom senso e responsabilidade. Ou seja, observar aos poucos como o corpo reage ao exercício físico".
O profissional recomenda procurar orientação médica se você tiver algum problema de saúde relacionado ao coração, pulmões ou articulações, ou se apresentar osteoartrite ou desconforto no quadril. Nesses casos, "é melhor que o médico solicite exames específicos para garantir que está tudo em ordem antes de começar a correr".
Ao consultar o médico, é importante perguntar se há alguma condição de saúde ou medicamento que contraindique ou limite a prática de certas atividades físicas. Nesse sentido, Santiago Trueba ressalta: "quando se trata de medicamentos, é preciso lembrar que alguns remédios para o coração atuam reduzindo a frequência cardíaca. Se você forçar o coração a praticar atividades intensas, ele pode não responder bem, e isso pode causar tontura".
Ele também faz um alerta sobre os riscos enfrentados por pacientes em tratamento para diabetes, especialmente os que usam insulina: "esses pacientes correm risco de hipoglicemia — ou seja, queda nos níveis de açúcar no sangue. Ainda assim, eles geralmente já foram orientados e têm experiência com a prática de exercícios físicos".
Teste de esforço: a melhor opção para todos
Além de consultar um clínico geral — principalmente no caso de pessoas que nunca praticaram esportes —, o médico recomenda procurar um preparador físico qualificado ou fisioterapeutas especializados em esporte. Eles poderão orientar sobre como começar: se o ideal é iniciar com uma corrida leve, quantos dias por semana treinar, se é melhor combinar caminhada com corrida, além de indicar exercícios de aquecimento e alongamento, que ganham ainda mais importância com o passar da idade. Também é essencial ensinar a reconhecer sinais de alerta físico relacionados a lesões e esforço excessivo.
Ele também acredita que vale a pena fazer um teste de esforço em um centro especializado, para "ter uma avaliação mais completa sobre a prática esportiva e os riscos que ela pode trazer".
Raquel Rodríguez, mais conhecida como Lady Fitness, compartilha da mesma opinião. Para ela, que é personal trainer, "fazer um teste de esforço para verificar se o coração está funcionando corretamente é fundamental — especialmente antes de começar a se exercitar, no caso de quem foi sedentário por muito tempo — e também para entender as nossas zonas de treinamento".
Segundo Raquel, com esse teste, "vamos saber com precisão qual faixa de frequência cardíaca devemos manter para treinar com segurança — algo extremamente importante e tranquilizador quando começamos a correr".
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