Diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo (SBEM-SP). Possui graduação e...
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A neuropatia periférica é uma doença que afeta os nervos periféricos, causando sintomas como dormência e formigamento, fraqueza muscular e sensação de pontadas (ou agulhadas) nas mãos e nos pés. A condição pode acometer especialmente pessoas com diabetes, idosos e pessoas com deficiência de vitamina B.
Apesar de provocar consequências graves, como dor neuropática crônica severa, dificuldade de mobilidade e perda total de sensibilidade dos membros, é possível controlar a doença e conviver melhor com ela, de acordo com Geisa Machado, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Isso envolve especialmente a adoção de alguns hábitos mais saudáveis. O MinhaVida listou alguns cuidados que contribuem para uma melhor qualidade de vida para pessoas com neuropatia periférica. Confira!
1. Tenha uma alimentação balanceada
Um dos cuidados essenciais para conviver melhor com a neuropatia periférica é manter uma dieta balanceada. Segundo o endocrinologista Marcio Krakauer, presidente da Associação de Diabetes do ABC, a glicose elevada no sangue é tóxica e pode diminuir a proteção da bainha de mielina, lesionando os nervos.
Por isso, o controle da glicemia é fundamental para preservar a saúde dos nervos e não deve ser priorizado apenas por pessoas com diabetes. Confira algumas dicas:
- Reduza ao máximo o consumo de carboidratos de fácil assimilação, como farinhas refinadas e açúcares
- Combine alimentos calóricos, como massas, arroz e cereais, com alimentos ricos em fibras e proteínas, como frutas, vegetais frescos e peixes
- Consuma frutas e legumes frescos ou inteiros e, se possível, com casca
- Prefira alimentos integrais, pois eles possuem mais fibras na composição e retardam a absorção de outros carboidratos na refeição
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2. Pratique exercícios físicos
A prática de atividades físicas são muito importantes para manter um estilo de vida saudável e, consequentemente, amenizar os sintomas da neuropatia periférica. Além de melhorar a capacidade funcional e a força física, independentemente do peso corporal, uma rotina de exercícios aeróbios e de força auxilia na redução dos níveis médios da glicose sanguínea.
Raquel Campos Pereira, neurofisiologista do Diretório Científico de Neuropatias Periféricas da Associação Brasileira de Neurologia recomenda caminhadas, alongamentos e atividades de baixo impacto, como natação ou hidroginástica.
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3. Não fume
Parar de fumar também é uma medida imprescindível para o controle dos sintomas da neuropatia, segundo Geisa Machado. O tabagismo danifica os vasos sanguíneos e afeta a circulação, aumentando o risco de problemas nos membros periféricos e outras complicações da doença. Além disso, o fumo pode provocar inflamação, o que também aumenta o risco de danos nos nervos.
Confira algumas práticas que podem ajudar abandonar a dependência do cigarro:
- Encontre um método, como adesivos de nicotina ou ‘interrupção bruta do fumo”
- Estabeleça metas
- Concentre-se em outras atividades e tenha hobbies
- Procure apoio de amigos e familiares
- Evite frequentar locais com outros tabagistas
- Diminua o consumo de bebidas alcoólicas
- Procure ajuda médica
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4. Faça suplementação vitamínica
Segundo Marcio, a carência de vitamina B12, ácido fólico, ferro e desnutrição proteico-calórica são fatores que também podem desencadear e agravar a neuropatia periférica. Por isso, nesses casos, a recomendação dos especialistas é suplementar..
Existem situações em que a reposição vitamínica pode se fazer necessária apenas por um curto período de tempo, enquanto em outras ela deve ocorrer continuamente. Em todo o caso, tratam-se de situações específicas, que devem ser identificadas por um especialista.
5. Não consuma bebidas alcoólicas
O alcoolismo é uma das causas mais frequentes de neuropatia periférica. O álcool pode danificar os nervos diretamente, provocando inflamação e lesão celular, além de reduzir a absorção de nutrientes importantes, como a vitamina B1. Manter o consumo de álcool após o diagnóstico também aumenta o risco de piora nos sintomas e de danos irreversíveis aos nervos. Portanto, evitá-las é fundamental para manter a doença sob controle.
6. Tenha cuidado com os pés
A neuropatia periférica pode comprometer a sensibilidade dos pés e, por isso, é importante verificar sinais de problemas nessa parte do corpo. De acordo com o Marcio, quem perde a sensibilidade dos pés está mais sujeito a problemas como micoses, rachaduras, feridas, ressecamentos, bolhas, encravamento de unhas e outros.
Recomenda-se o uso de meias brancas sem costura e, se possível, visitas frequentes ao podólogo para cuidar das unhas da forma correta. Fazer o controle da circulação da região também é indispensável para manter os pés saudáveis.
7. Evite pressão local prolongada
Durante as atividades em que é preciso passar muito tempo em uma mesma posição, faça pausas, caminhe e alongue-se para evitar a sobrecarga em áreas específicas. Evite sobrecarregar principalmente áreas de compressão fisiológica, como cotovelos, joelhos, tornozelos e punhos com apoio prolongado. A pressão duradoura pode causar danos nos nervos ou compressão mecânica.
8. Relaxe
Adotar técnicas de relaxamento pode auxiliar no tratamento, melhorar o controle da dor e ajudar na reabilitação postural, respiratória e motora. Algumas delas podem ainda estimular a circulação, os nervos e aliviar temporariamente o desconforto, como alongamento, automassagem, meditação conduzida e yoga.
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9. Adote um novo estilo de vida
A neurofisiologista Raquel Campos Pereira também recomenda que os pacientes façam mudanças no estilo de vida, com a readequação pessoal de metas possíveis e individualizadas durante o tratamento. Fisioterapia motora e respiratória, terapia ocupacional, atendimento psicológico, acupuntura e outras terapias coadjuvantes podem fazer com que o paciente se reabilite e recupere independência e qualidade de vida.
10. Visite o médico regularmente
Acompanhar a doença de perto é fundamental para o seu controle e para seu tratamento. Por isso, é importante visitar os médicos na rotina solicitada, realizar os exames necessários, controlar os sintomas e tomar os remédios indicados. Também é importante fazer check-ups regularmente, já que outras doenças podem afetar a saúde dos nervos periféricos.