
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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A Europa possui altas taxas de longevidade. No caso da Espanha, um dos países com maior expectativa de vida do mundo, o Instituto Nacional de Estatística afirma que, entre 2002 e 2022, a expectativa de vida ao nascer para os homens aumentou de 76,4 para 80,4 anos, e para as mulheres, de 83,1 para 85,7 anos.
E tudo indica que viveremos cada vez mais, já que, em 2050, a expectativa de vida para as mulheres será de 87,5 anos e, para os homens, de 83,3. Olhando para esses números, pode parecer que está tudo ótimo, porque estamos vivendo por mais tempo... Mas também é verdade que, após os 50, a vida muda drasticamente.
Porque sim, queremos viver mais, mas também queremos viver com qualidade. De nada adianta chegar aos 85 ou 90 anos se não tivermos saúde ou bem-estar. É por isso que, a partir dos 50 anos, buscamos cuidar melhor de nós mesmos e manter hábitos saudáveis para preservar nossa saúde e qualidade de vida o máximo possível, tentando retardar os efeitos do envelhecimento.
Mas ter qualidade de vida após a aposentadoria não depende apenas de fatores como saúde ou de receber uma aposentadoria suficiente para manter nosso padrão de vida (algo especialmente importante se você é autônomo e não conseguiu contribuir como deveria). Também é fundamental buscar ser feliz na maior parte do tempo.
Hábitos para idosos serem mais felizes, segundo Arthur C. Brooks
É claro que todos nós queremos ser felizes. Mas atingir esse estado — ou algo próximo a ele — nem sempre é fácil. Além dos problemas de saúde que acompanham o envelhecimento, também enfrentamos a solidão e, muitas vezes, dificuldades com filhos ou netos. Para ajudar a alcançar a felicidade após os 60 anos, o especialista de Harvard Arthur Brooks publicou um artigo no qual recomenda incorporar sete hábitos ao estilo de vida.
A Universidade de Harvard conduz, desde o fim da década de 1930, um projeto que acompanha os hábitos e decisões de um grupo de pessoas ao longo da vida, analisando os efeitos dessas escolhas na velhice. Com base nas conclusões desse estudo, Arthur C. Brooks compilou a seguinte lista de recomendações para ter uma aposentadoria mais feliz:
- Encare a vida com uma atitude positiva: a vida é cheia de desafios e decepções — e, ao nos aposentarmos, essas dificuldades não desaparecem. Por isso, é importante enfrentar os problemas com uma mentalidade positiva, aprendendo a reconhecer e lidar com as emoções para responder melhor a esses obstáculos inevitáveis. Praticar atenção plena, meditação ou fazer terapia pode ajudar a reduzir a ansiedade, evitar pensamentos repetitivos e a ver a vida sob outra perspectiva.
- Cultive um círculo social sólido: a solidão é um dos principais problemas enfrentados por aposentados. Manter relações familiares, amorosas e de amizade duradouras e saudáveis nos ajuda a sermos mais felizes e a contar com apoio emocional em momentos difíceis.
- Mantenha uma vida ativa: a prática regular de exercícios é essencial para a saúde física e mental. O estudo de Harvard mostrou que, além de melhorar a saúde, manter-se ativo contribui para o envelhecimento mais feliz. A universidade, inclusive, recomenda três tipos de exercícios específicos para idosos se manterem em forma.
- Mantenha a mente sempre ativa: a partir dos 40 anos, o cérebro e suas capacidades começam a declinar. Por isso, é fundamental exercitá-lo com frequência para minimizar essa perda. Envolver-se em atividades intelectuais e de aprendizado ajuda a preservar a memória e a agilidade mental.
- Abandone o cigarro: a verdade é que nunca deveríamos ter começado a fumar. Mas, se esse hábito já faz parte da sua vida, o ideal é abandoná-lo o quanto antes, por causa dos sérios riscos à saúde física e mental. Além disso, muitas pessoas enfrentam crises de abstinência quando são obrigadas a parar — por orientação médica ou por estarem em ambientes como hospitais ou casas de repouso, onde fumar é proibido.
- Mantenha um peso saudável: já sabemos que somos o que comemos e que a alimentação está diretamente ligada à nossa saúde física, bem-estar e saúde mental. Por isso, é importante adotar uma alimentação equilibrada, com porções moderadas, rica em vegetais e alimentos frescos, evitando produtos ultraprocessados e com excesso de açúcar.
- Reduza (ou elimine) o consumo de álcool: embora o especialista em longevidade Dan Buettner afirme que uma taça de vinho por dia pode ajudar a viver mais, estudos de Harvard indicam que o consumo prolongado de álcool contribui para uma piora significativa na saúde e no bem-estar de pessoas idosas. Por isso, Brooks recomenda reduzir ao máximo — ou até eliminar — o consumo de bebidas alcoólicas. Quanto antes essa mudança for feita, maiores são as chances de envelhecer com qualidade e felicidade.