

A canela é reconhecida por inúmeros benefícios à saúde, muitas vezes herdados de séculos de tradição popular, mas as evidências científicas que comprovam suas propriedades eram, até recentemente, escassas.
Agora, um estudo recente alerta para os riscos à saúde que o consumo excessivo pode representar quando interage com vários tipos de medicamentos, alterando sua eficácia.
Leia também: É isso que acontece com o seu corpo se você comer CANELA todos os dias
Saiba mais sobre a canela
A canela é uma das especiarias mais utilizadas nas cozinhas do mundo hoje em dia e uma das poucas que provavelmente se tornará um item essencial em qualquer despensa. Nativa da Ásia, é usada há milhares de anos, desfrutando de grande valor em culturas como a China e a Índia, de onde se espalhou pelo Oriente para nações islâmicas e a Europa.
Ao longo dos séculos, seu uso na medicina tradicional continuou, e ainda hoje é usada como remédio caseiro para tratar diversas doenças, e acredita-se até que tenha propriedades afrodisíacas.
Além disso, a canela entrou na onda das tendências de alimentos naturais e saudáveis, ganhando popularidade nos últimos anos como um suposto superalimento, sendo comercializada até mesmo na forma de suplementos específicos, para os quais há pouca evidência científica.
Cuidado com os medicamentos
O estudo Evaluation of bioaccessibility, metabolic clearance and interaction with xenobiotic receptors (PXR and AhR) of cinamaldeído, publicado na Food Chemistry: Molecular Sciences, cita justamente a falta de dados científicos sólidos sobre os efeitos que a canela tem no metabolismo humano, levantando assim questões sobre como essa especiaria interage com diferentes medicamentos.
Para tentar lançar alguma luz sobre esse campo, e em resposta às previsões de mercado que preveem um aumento significativo no consumo global de canela, impulsionado por usos farmacológicos, os pesquisadores buscaram determinar se e como a canela afeta o metabolismo de medicamentos.
Para isso, simularam os mecanismos da digestão humana analisando o óleo de canela e dois de seus componentes químicos, o cinamaldeído e o ácido cinâmico.
O que eles descobriram é que o "consumo excessivo" de canela pode causar a eliminação rápida de medicamentos do organismo, afetando sua capacidade de absorção e, portanto, sua eficácia.
O que exatamente é considerado "excessivo" ainda não está claro, nem a extensão dessas interações entre a canela e diferentes tratamentos medicamentosos é conhecida em detalhes, sendo necessárias mais pesquisas.
Leia também: 8 substitutos criativos da canela para experimentar